quarta-feira, 30 de julho de 2025

CERCA DE 60 SOCOS E MAIS UMA MULHER SOFRE NO BRASIL. ATÉ QUANDO??? (vídeos - cenas fortes)

 


Dizem que o elevador é um lugar pequeno. Para Igor Cabral, ex-jogador da seleção brasileira de basquete 3×3, não foi pequeno o bastante para conter sua fúria. Nem a camisa rasgada, nem o portão fechado, nem o surto inventado. Nada justifica 61 socos no rosto de uma mulher. Nada.

O crime aconteceu em Natal (RN), dentro de um condomínio de classe média. As câmeras de segurança gravaram o terror em alta definição: Juliana Garcia (35) entrou no elevador com o namorado, segundo informações da própria, por escrito, no hospital, pois não podia falar devido ao enorme traumatismo facial, um relacionamento de dois anos (o quanto ela deve ter sofrido nestes dois anos???).

A bela jovem saiu como vítima de uma tentativa brutal de feminicídio. O rosto desfigurado, o corpo sangrando, a alma em choque. Um trauma que não some com likes nem com desculpas.

O atleta que virou réu

Igor Eduardo Pereira Cabral, 29 anos, até tentou esconder a vergonha: correu para desativar redes sociais, sumir dos holofotes, se fazer de louco.

Alegou “claustrofobia” como quem alega “dor de cabeça” para fugir da escola. Um tapa, aliás 60 socos na cara de todas as mulheres que lutam todos os dias para andar em paz em elevadores, nas ruas, em suas próprias casas e sentiram a dor de Juliana, que se mostrou sim ser uma mulher MUITO FORTE ao resistir a tamanha violência e ainda sair em pé, andando. A maioria das mulheres teria desmaiado ao segundo ou terceiro golpe e muitas teriam sucumbido ao agressor indo a óbito, tal o tamanho da brutal e continua agressão, claramente vista no vídeo.

A desculpa veio pronta, fria, treinada. Disse que teve um surto, que foi provocado por uma briga, que Juliana o xingou, que a camisa foi rasgada. Mas os 61 socos foram dele. Só dele. E estão gravados.

Do pódio à delegacia

Atleta da seleção, figura em mundiais, nome conhecido na Liga Nacional, Igor Cabral tinha tudo pra estar nas manchetes pelos pontos marcados.

Mas optou por marcar o rosto da mulher e a enchê-la de pontos com a violência covarde, mulher essa que dizia amar. Agora, a camisa queimada do basquete virou uniforme laranja de detento. E que fique bem claro: ele não é exceção. É mais um, apenas mais um.

O ex-jogador de basquete Igor Eduardo Cabral (29), foi preso em flagrante e teve a detenção transformada em prisão preventiva após passar por audiência de custódia. Segundo a polícia, ele vai responder por tentativa de feminicídio.

A Justiça precisa suar

Indiciado por tentativa de feminicídio, Igor pode pegar mais de 20 anos de prisão - será? Talvez, pois a polícia encontrou boletins de ocorrência em que o nome de Igor Cabral está envolvido em brigas com outras pessoas. Em um dos casos, houve troca de agressões físicas dele com amigos dentro de uma casa em Caicó, na região Seridó potiguar.

Mas no Brasil, sabemos que por ser homem, branco, ex-atleta e com advogado caro, são condições que ainda pesam mais que vídeo de agressão.

Enquanto Juliana tenta se recompor, enquanto outras milhares vivem sob ameaça, enquanto autoridades ainda ponderam “se foi surto ou não”, nós gritamos: não foi surto. Foi crime!!!

Não foi exceção. Foi padrão.

Não fechamos os olhos. Porque mulher não apanha por acaso. Apanha porque vive num país onde se apaga o grito, silencia o vídeo, e transforma agressor em coitado.

'Ele disse que ia me matar', relatou vítima

No dia do crime, a vítima relatou aos policiais de plantão que o homem disse que iria matá-la. A revelação foi feita em um bilhete, porque ela não conseguia falar.

Ainda no bilhete, a mulher relatou que permaneceu no elevador porque sabia que seria agredida pelo homem (veja bilhete abaixo).

"Eu sabia que ele ia me bater. Então, não saí do elevador. Ele começou a me bater e disse que ia me matar", escreveu.

De acordo com uma amiga da vítima - que pediu para não ser identificada, o segurança do condomínio que via as imagens da agressão pela câmera do elevador acionou a Polícia Militar. Quando o elevador chegou no térreo o agressor foi contido pelos moradores e preso em seguida. A vítima foi levada para o Hospital Walfredo Gurgel.

Ainda de acordo com a amiga da vítima, a discussão começou porque o homem teve uma crise de ciúmes.

Discussão do casal começou na piscina

Testemunhas informaram que a discussão entre o casal começou ainda na área comum do residencial e que o homem jogou um aparelho celular na piscina. Vizinha da vítima, a moradora Iranilda Oliveira conta que estava com a família na churrasqueira do condomínio comemorando o aniversário de uma neta, quando presenciou o fato.

"Esse casal chegou, ficou um pouco distante da gente, nós na churrasqueira e eles lá na piscina. Só que começou uma discussão, a gente não sabia o que estavam discutindo. De repente a gente observou na hora que ele pegou o celular e jogou dentro da piscina. Pronto, aí ela já se levantou e ele saiu atrás. E a gente não acompanhou", contou a moradora à Inter TV Cabugi.

Violência

Segundo a delegada Victória Lisboa, da Delegacia da Mulher em Natal, a vítima nunca havia registrado qualquer boletim de ocorrência ou pedido medida protetiva contra o namorado.

A delegada informou que o rosto da vítima ficou bastante machucado. "Ao manter contato com a vítima, creio eu, a delegada do plantão entendeu por tentativa de feminicídio, uma vez que ela estava muito lesionada, o rosto completamente desfigurado", completou.


baseado em matérias do G1, Band, CNN, Politizando e TVC