Perícia em apartamento onde modelo e filha morreram no Rio termina com 'mais dúvidas', diz advogado. Diligência da 16ª DP teve participação de peritos do ICCE e da empresa de gás Naturgy. Advogado citou instalações precárias no apartamento.
O advogado da família de Lidiane Lorenço e Miana Sophya, mãe e filha encontradas mortas na Barra da Tijuca, afirmou que a perícia complementar realizada na sexta trouxe mais dúvidas sobre o caso.
“(A perícia) traz mais dúvidas sim, porque a polícia é cautelosa. Ela não quer descartar nada. Essa perícia hoje certamente traz mais questões para o caso”, disse o advogado Rodrigo Moulin.
Após três horas de trabalho da perícia, o Moulin afirmou que a única certeza é que as instalações de gás do apartamento eram irregulares.
“O aquecedor está instalado de forma completamente irregular e a saída de gás da chaminé é dentro do próprio apartamento”, pontuou.
Nenhuma hipótese, segundo ele, pode ser descartada pela polícia por enquanto: “A polícia não descarta ainda nenhuma hipótese. Outras hipóteses foram levantadas, como alimentação, então é aguardar a perícia. Ainda está inconclusivo”, disse ele.
Lidiane havia se mudado para o Rio há alguns anos, onde trabalhou como modelo e cursava medicina. Sua filha, Miana, estudava anteriormente na EEB Irmã Irene, em Santa Cecília, mas veio para o Rio de Janeiro para viver com a mãe.
Próximos passos
Segundo o advogado da família das vítimas, agora é fundamental aguardar a certidão de óbito , para confirmar a causa da morte de Lidiane e Miana Sophya, além da quebra do sigilo dos celulares de ambas. O objetivo é saber com quem mãe e filha falaram por último para se chegar às conclusões sobre o caso.
Segundo ele, o laudo toxicológico também será fundamental para determinar o que ocorreu com mãe e filha, que sofriam com problemas de saúde. Lidiane tinha trombofilia, que pode levar a trombose pelo excesso de coagulação. Já Miana tinha hemofilia, que causa o problema oposto: dificuldades na coagulação sanguínea.
“Havia-se a suspeita de que a menor teria vindo a óbito primeiro, pelo estado de putrefação maior que o da Lidiane”, disse ele, ponderando que há muitos fatores que podem explicar esse fato.
“O local onde estava o corpo, a temperatura do local, a carga de remédios no organismo… tudo isso a gente ainda está dependendo do laudo que vai sair”, explicou.
Lidiane Aline Lorenço (33), e Miana Sophya Santos (15), eram naturais de Santa Cecília (SC); corpos foram sepultados no domingo (12/10).
O mistério continua!