terça-feira, 25 de agosto de 2009

Parecer técnico esclarece desastre natural na Pedra de Itaocaia e fala de outras áreas de risco em Itaipuaçu


 Após a avalancha na Pedra de Itaocaia, ocorrida no dia 13 de agosto, onde inúmeras opiniões desencontradas entre os órgãos públicos não elucidaram os motivos do desastre natural que ocasionou a destruição de várias residências e a interdição da Estrada de Itaipuaçu por tempo indeterminado, o que gerou insegurança junto aos moradores locais, um parecer técnico com dezesseis páginas subscrito pelo geólogo Cláudio Martins esclarece os fatos.

Segundo o geólogo Cláudio Martins, que é professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), “a Pedra de Itaocaia está subindo lentamente ao se livrar de sua carga por efeitos erosivos e queda de placas de rocha, ganhando rupturas curvas em seu interior devido ao alívio de carga, feito um acebolamento interno, permitindo a formação de novas placas rochosas e a continuação do fenômeno em ciclos”.


Diferente do que chegou a ser anunciado pelo Departamento de Recursos Minerais (DRM), o deslocamento de blocos de rocha da Pedra de Itaocaia não é resultado da oscilação de temperatura por influência da insolação ou da variação termal dia-noite, ou intervalos climáticos anuais, mas do alívio de carga a que o corpo granítico vem sendo submetido ao longo de milhares de anos em função da erosão. O pesquisador alerta ainda para o fato de que “a cada momento chuvoso, novos fluxos de água percolam a base decomposta das placas, colocando-as em situação de risco iminente de escorregamento, mesmo que decorram alguns dias ou semanas após as chuvas”.

O professor do Departamento de Geociências da UFF, alerta que a placa rochosa que desprendeu-se não é única, indicando que há risco de escorregamento de terra e rochas em diversos locais da montanha e seu entorno, destacando, ainda, que o mapeamento destas áreas e a definição de diretrizes para as devidas intervenções técnicas capazes de eliminar ou controlar os riscos atuais é urgente.



Entre as recomendações apontadas em caráter de emergência pelo geólogo Cláudio Martins, além da manutenção da interdição da área atingida, destacam-se: a raspagem dos fragmentos de rocha instabilizados; a estabilização da porção da placa ainda sob risco de queda, com a ancoragem para sua estabilização, estudando-se a conveniência de contrafortes e ainda a utilização de malha grampeada e concreto projetado nas porções periféricas onde há material terroso misturado a fragmentos de rocha; e o mapeamento Geológico-Geotécnico detalhado no local e no seu entorno.

O parecer técnico conclui, também, que seja realizado estudo de um grande bloco de rocha localizado no Morro da Penha, no interior do Parque Estadual da Serra da Tiririca, que pode estar na iminência de queda no Recanto de Itaipuaçu, confrontante a Rua Barão de Macayba, e que hoje é uma ameaça a inúmeras casas habitadas.


*Gerhard Sardo é jornalista pós-graduado em análise, avaliação, planejamento e educação ambiental. Acadêmico de Direito. É subsecretário municipal de Projetos Especiais de Niterói. Representante da sociedade civil na Câmara Técnica de Áreas Protegidas e Biomas do Conselho Estadual do Meio Ambiente, no Conselho Municipal do Meio Ambiente de Niterói e no Conselho Consultivo do Parque Estadual da Serra da Tiririca.

– Informações sobre o parecer técnico com o geólogo Cláudio Martins pelo celular (21)9924-4681 

Fonte: Noticiário-RJ 
Rosely Pellegrino

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Deslizamento de pedra atinge casa e faz dois feridos em Maricá

 Acidente aconteceu na Estrada de Itaipuaçu, no costão da pedra de Itaocaia e colégio Ataliba corre risco.

Corpo de Bombeiros ainda não sabe as causas do deslizamento.


Pelo menos duas pessoas ficaram feridas após um deslizamento de pedra na noite da quinta-feira (13/8), na Estrada de Itaipuaçu, em Maricá, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Segundo o Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu por volta das 20:50 h, na Pedra de Itaocaia.

Segundo moradores da região, um forte estrondo tomou conta da noite e logo depois aconteceu o deslizamento. Muitos chegaram a pensar de algum avião ter se chocado na pedra de Itaocaia.

Uma casa que fica perto da estrada foi atingida pelo deslizamento, assim como uma loja de materiais de construção que teve sua parte de trás totalmente destruída. O colégio Ataliba Macedo também corre risco. De acordo com os bombeiros, os feridos, ainda não identificados e foram socorridos no Hospital Municipal Conde Modesto Leal, em Maricá.

Segundo o secretário municipal de Saúde de Maricá, Marcos Victoriano Porto Pacheco, uma das vítimas sofreu fratura exposta. A outro teve apenas escoriações. Elas passam bem e não correm risco de morte.

Bombeiros dos quartéis de Itaipu, em Niterói, na Região Metropolitana, e de Maricá foram acionados para o local do acidente. Os militares ainda não sabem as causas do deslizamento.



Moradores às escuras

Por causa do deslizamento, a rede elétrica foi prejudicada, deixando moradores da região às escuras. A Ampla, companhia responsável pelo fornecimento de energia no município, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que uma equipe foi enviada ao local.

A estrada de Itaipuaçu foi interditada pela Guarda Municipal e o trânsito está sendo desviado pela Reserva Verde, porém as ruas também são bem precárias.

Uma enorme fenda pode ser vista na encosta da pedra de Itaocaia e a Defesa Civil está atuando no local.

O trânsito foi interditado nos dois sentidos da Estrada de Itaipuaçu. Agentes da Polícia Rodoviária Federal e policiais militares auxiliam motoristas na região.