O prefeito e atual comandante político de Maricá, Washington Quaquá, voltou afazer promessas futurísticas.
Em mais um vídeo com tom de propaganda gravado em uma área ainda vazia, Quaquá afirma que ali será construído um parque industrial, acompanhado de três prédios do complexo tecnológico e industrial, além de uma fábrica de café e uma fábrica de sardinha no Espraiado.
A fala teatral gravada como se fosse uma viagem no tempo tenta vender a imagem de um líder visionário, mas ignora o caos do presente que ele mesmo deixou acontecer.
A “Maricá do futuro” de Quaquá continua sendo um projeto de ficção política, enquanto a Maricá real enfrenta licitações suspensas pelo Tribunal de Contas, pagamentos atrasados, infraestrutura precária e obras paradas.
Nos bairros de Itaipuaçu a Ponta Negra, a população sente na pele o resultado da falta de planejamento.
Ruas alagadas, unidades de saúde sobrecarregadas e o comércio local afetado pela falta de circulação de dinheiro provocando fechamento de vários comércios.
O discurso de “emprego não vai faltar”, proferido por Quaquá diante das câmeras, soa como ironia para centenas de trabalhadores desempregados após o ele ter desempregado centenas de trabalhadores.
Enquanto o político fala da “sede aeroespacial” e de “um novo ciclo industrial”, a cidade assiste ao aumento da violência.
Na madrugada desta terça-feira (7), criminosos armados invadiram um supermercado em Inoã, renderam um funcionário e desligaram as câmeras de segurança, deixando claro que o lema de Quaquá “bandido vai pra vala” nunca passou de uma frase de palanque.
Maricá sangra no presente.
A moeda social Mumbuca, que deveria fortalecer os moradores locais, se tornou abrigo de apadrinhados políticos, muitos vindos de outras cidades, como denunciou um passageiro que flagrou beneficiários indo de Itaipuaçu a São Gonçalo.
A mesma administração que promete o futuro é a que deixa o presente à deriva.
A Maricá que o povo vive hoje não é a cidade planejada é o retrato da desorganização de um projeto de poder que privilegia a autopromoção.
Quaquá pode continuar falando de fábricas e prédios imaginários, mas a população já entendeu que o único complexo que ele conseguiu erguer foi o da desordem administrativa.
E no fim, o “triângulo das Bermudas” fluminense se completa: Maricá, Itaboraí e Saquarema onde a legalidade some, as promessas afundam e o povo continua à deriva.
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matéria de Ricardo Cantarelle - TVC - TV Copacabana
