terça-feira, 14 de outubro de 2025

3 bilhões de royalties: para onde foi usado tanto dinheiro em Maricá?

 


A BILIONÁRIA CIDADE UTÓPICA de Maricá, é sem dúvidas  nos últimos anos a maior beneficiária das participações governamentais de petróleo. Em 2025, os repasses continuam volumosos: até setembro, o município já acumulou cerca de R$ 2 bilhões em royalties. Não bastasse esse número astronômico, o município já recebeu cerca de R$ 1,105 bilhão em participação especial (lembrando que a participação especial não é mensal, e sim trimestral e o município ainda tem mais um trimestre a receber em 2025, além de mais três meses de royalties), totalizando aproximadamente R$ 3,11 bilhões em receitas do petróleo nos nove primeiros meses do ano.

Mas para onde está indo tanto dinheiro?

Royalties mensais (jan‑set/2025)

Os royalties são creditados mensalmente em duas parcelas: até 5 % e acima de 5 %. No primeiro repasse do ano, em janeiro, Maricá recebeu aproximadamente R$ 224,7 milhões, liderando o ranking estadual. 

Em fevereiro, o valor somado das duas parcelas chegou a R$ 241,9 milhões. 

Em Março manteve a tendência de alta com R$ 245,4 milhões, mas abril registrou queda para R$ 202,9 milhões (tadinho!!!). 

Em maio houve recuperação e o município recebeu R$ 233,4 milhões.

Em junho e julho apresentaram repasses de R$ 212,2 milhões e R$ 202,8 milhões, respectivamente. 

Em Agosto o município recebeu R$ 217,0 milhões e em setembro Maricá colocou nos cofres públicos mais R$ 227,4 milhões. Somados, somente os royalties totalizaram cerca de R$ 2,008 bilhões até setembro.

Participação especial

A PE - participação especial (QUE NEM TODO MUNICÍPIO PRODUTOR RECEBE) é uma compensação trimestral cobrada dos campos de alta produtividade. 

Em fevereiro, o pagamento referente ao 4º trimestre de 2024 destinou R$ 398,99 milhões a Maricá. 

Já sobre o 1º trimestre de 2025 registrou R$ 368,95 milhões, queda de 7,53 % em relação ao repasse anterior e foi pago em maio

No 2º trimestre, pago em agosto, o valor foi R$ 336,21 milhões; além da participação especial, o município também recebeu uma distribuição complementar de R$ 1,076 milhão de ajustes de contas.

Somando as participações especiais e seus ajustes complementares, Maricá recebeu cerca de R$ 1,105 bilhão em PE até agosto de 2025. A soma de royalties e participações especiais, totalizaram até setembro R$ 3,11 bilhões e se levarmos em conta que o município ainda receberá três meses de royalties e mais uma participação especial, estes valores com certeza superarão os R$ 4 bilhões, apenas com o petróleo, fora as demais arrecadações de tributos municipais e os repasses do governo estadual e federal.

E tanto dinheiro assim, está sendo realmente bem investido? Infelizmente vemos boa parte desta 'montanha' de dinheiro sendo desviada para projetos que infelizmente são pura UTOPIA e não sairão do papel. Parafraseando o ex-prefeito Fabiano Horta que em fevereiro de 2017 concedeu ao jornalista Pery Salgado uma exclusiva e disse: O EX-PREFEITO TENTOU FAZER O MACRO E NÃO CONSEGUIU. VOU FAZER O MICRO, VOU TRABALHAR PARA O POVO!

E assim fez, mas infelizmente grande parte do que Horta fez em oito anos, o atual prefeito desfez em oito meses.

De onde vem tanto dinheiro? 

A explosão das receitas decorre da produção dos campos de Sépia, Mero e Lula (antigo Tupi), que utilizam FPSOs (*) como o Cidade de Maricá. Em 2013, a cidade recebeu pouco mais de R$ 100 milhões em royalties; em 2024, arrecadou aproximadamente R$ 4,7 bilhões em royalties e participação especial. Segundo projeções da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Maricá deve receber R$ 4,06 bilhões em 2025, mas os repasses tendem a diminuir nos anos seguintes à medida que os campos maduros declinam a produção. 

(*) FPSO é a sigla para Floating Production, Storage and Offloading, que em português significa Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência. Trata-se de um navio-plataforma usado na indústria de petróleo e gás para extrair, processar, armazenar e transferir a produção de campos de petróleo em alto-mar. Esses navios são especialmente úteis em áreas distantes da costa, onde a instalação de oleodutos seria inviável.