quinta-feira, 11 de setembro de 2025

MORRE CECÍLIA LYRA

 

Com imensa tristeza informamos o falecimento da Artista Plástica Cecília Lyra aos 72 anos na manhã da quinta feira 11 de setembro, uma importante protagonista cultural da cidade de Maricá.


Uma das maiores pintoras da região, Cecília que teve passagem importante no verdadeiro GAM - grupo de Artistas de Maricá, foi também Conselheira da Câmara Setorial de Artes Visuais, fundou o Instituto de Arte e Cultura Nosso Chão de Dendê, com sede na estrada Velha de Maricá em São José do Imbassaí, tornando-se um dos mais importante pontos de encontros culturais da cidade, onde tinha seu atelier além de um amplo espaço de artes e criação aberto à todos, onde compartilhava saberes, vivências e diversas ações culturais, onde também abria para a boa gastronomia baiana com muita música e confraternizações.


Cecília, carioca, chegou em Maricá em 2013, e realizou algumas exposições no GAM, no Chão de Dendê, na Casa de Cultura e em outros espaços onde era sempre recebida de braços abertos. Infelizmente como a maioria dos artistas de Maricá não teve o devido reconhecimento e valorização que sua arte e seu tamanho como pessoa merecia.


Ela parte deixando um legado cultural em contribuição a cultura de Maricá.


Artista dos pincéis e de várias outras artes, Cecília também tinha o dom da escrita e da fala. E certa vez, ela escreveu sobre 'MORRER'!!!


Morrer???

Eu não sei como é morrer.
Se algum dia eu morri, já me esqueci.
Deve ser assim como um susto
ou como aquele espirro ou soluço 
que vem sem a gente querer.


Será que é como um vento fraco
Será como um abraço?
ou uma brisa morna?

Morrer deve ser uma dor aguda.
Um não entender bem direito.
Uma tristeza profunda.

Deve ser como atravessar o mar.
Será, que o meu coração, vão pesar 
para ver se pesa igual à pluma?

Será que há um barqueiro?
Será que há uma ilha do lado de lá?
Será que vou ter que pagar?
Vou ter que levar dinheiro?

Morrer deve ser um querer andar e não poder.

Querer ficar e ter que partir
É ter que desapegar de tudo que prendia.
É sentir saudade muito antes de ir.

Ou, talvez, morrer seja voar para dentro
E descobrir , que são um conjunto,  o dentro e o fora. 
É constatar que tudo é justo.
É saber que tudo é um grande agora.

Cecília Lyra

Obrigado e descanse em paz!!!