O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse na noite desta segunda-feira que continua no cargo. A declaração foi dada após muita especulação sobre sua saída. Mandetta entrou em choque com o presidente Jair Bolsonaro, em razão de orientações divergentes no enfrentamento ao novo coronavírus, que já matou 553 pessoas no país.
— Hoje foi um dia que rendeu muito pouco o trabalho. Ficaram com a cabeça avoada se eu iria permanecer, se eu iria sair. Gente aqui dentro limpando gavetas. Até as minhas gavetas. Nós vamos continuar, porque continuando a gente vai enfrentar nosso inimigo. O nosso inimigo tem nome e sobrenome: Covid-19 — disse Mandetta.
O ministro destacou, ao lado de cinco secretários, que continua na pasta.
— Nós vamos continuar, porque continuando a gente vai enfrentar o nosso inimigo: tem nome e sobrenome: é Covid-19. Temos uma sociedade para para tentar proteger. Médico não abandona paciente.
Mandetta afirmou que o trabalho de sua equipe começou nesta semana com "mais um solavanco", sem citar diretamente a instabilidade no cargo. E reclamou de críticas que não são construtivas:
— Gostamos da crítica construtiva, o que temos muita dificuldade é quando em determinadas siutações, por determinadas impressões, as críticas não vêm no sentido de construir, mas que vêm para trazer dificuldade no ambiente de trabalho.
Acuado e sem apoio, Bolsonaro, cada vez mais isolado no "comando" do país, se mostra intolerante, arrogante e ameaçador. Os presidentes da Camara, do Senado e do STF estão a favor do Ministro da Saúde, Luiz Mandetta. A tarde, em várias cidades, foram escutados panelaços em favor da permanência de Mandetta com gritos de FICA MANDETTA. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na sexta feira 03 de abril, seu indice de aprovação junto à população ultrapassa os 70%, devido ao trabalho sério que ele e sua equipe (que sempre faz questão de enaltecer) fazem à frente do Ministério da Saúde.