Um fato lamentável aconteceu no início da tarde da quinta feira 10/09, no km 30,5 da Rodovia Amaral Peixoto (sentido Niterói), em frente ao tradicional restaurante Mundico's (fechado temporariamente para obras), local muito usado por políticos da região para almoços, encontros e reuniões.
O jornal Barão de Inohan, vem há mais de dois anos, solicitando que a saída do bairro do Condado tenha uma pista auxiliar para que os veículos que saem do bairro em direção à Niteroí, ganhem velocidade. Depois de um ano, a SOMAR iniciou obra construindo nova pista que ligará o bairro do Condado até a entrada de Ubatiba, pista essa que poderá ser utilizada quando da duplicação da RJ 106 após a construção do retorno no km 31,5, em frente ao condomínio Bosque dos Lordes (aguardando apenas autorização do DER, visto que a prefeitura já se comprometeu em realizar com recursos próprios, toda a obra).
A obra da nova pista, compreendeu também a construção de calçadas e recuos para estacionamento e em frente ao restaurante Mundico's, duas belas amendoeiras (antigas, com mais de 40 anos) foram preservadas e na urbanização do local, canteiros foram construídos em função destas amendoeiras.
Com o asfaltamento e conclusão da via auxiliar para o periodo entre 15 a 30 de setembro, uma equipe da SOMAR foi enviada ao local para ESTRANHAMENTE, retirar as duas árvores, fato que causou espécie ao jornalista que ao passar pelo local, parou para registrar o fato e perguntar aos servidores, quem teria autorizado o serviço.
Após fazer as fotos, começou a gravar um vídeo e um dos servidores se aproximou com a moto serra ligada em direção ao jornalista. Este, continuando o seu trabalho (a moto serra foi desligada) se dirigiu a um dos servidores da SOMAR e começou a ser agredido verbalmente. Em ato contínuo, recebeu um tapa no celular, o que danificou o aparelho, interrompendo a gravação. Após discussão com os servidores e lamentando a atitude de uma deles, se retirou do local e quando estava de costas, um capacete (usado por outro servidor), foi arremessado em suas costas, o que poderia ter tido um resultado mais grave se atingisse a cabeça do jornalista. Estes dois servidores começaram a fazer gravações do jornalista (que pediu que os videos fossem enviados ao presidente da SOMAR- Renato Machado), continuando as ofensas, ameaças e tirando fotos do veículo e placa do mesmo. O jornalista perguntou se estavam satisfeitos com as fotos e gravações que estavam fazendo e se retirou do local, após um outro servidor ter ido ao encontro do jornalista e ter pedido desculpas pelos fatos acontecidos.
O que mais chamou atenção do jornalista, é que retornando ao local meia hora depois, não encontrou a equipe que executava a obra, e todos os galhos e troncos cortados, estavam à beira da rodovia isolados por uma fita de plástico amarela e preta, o que poderia à noite ter causado um incidente.
Passando o fato para o secretário de comunicação de Maricá - Sr, Olavo Noleto, este lamentou o ocorrido e se solidarizou com o jornalista, dizendo que irá apurar os fatos e afirmando que atitudes como esta não condizem com a prefeitura de Maricá, nem com a imagem dos seus servidores.
Realmente, sabemos que "em nome do progresso", por vezes temos que (mesmo não gostando) aceitar que córregos sejam canalizados, árvores sejam subtraídas, mas o que causou espécie ao jornalista e foi o motivo de sua matéria, foi saber, por que CONSTRUÍRAM os canteiros em função das árvores e depois as retiraram? Se soubessem que teriam que retirar as árvores, não teria sido mais inteligente ter feito a retirada das mesmas para posteriormente construir os canteiros e fazer a urbanização no local? Ou as árvores poderiam estar atrapalhando a obra que está sendo feita no restaurante mencionado?
Será que um dia vamos saber?
A AIM - Associação de Imprensa de Maricá emitiu nota (transcrita abaixo)
A AIM (Associação de Imprensa de Maricá), vem por meio desta, emitir NOTA DE REPÚDIO à PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ em virtude do lamentável fato ocorrido com o jornalista Pery Salgado (jornal Barão de Inohan e Diretor de Comunicação desta entidade), na tarde da quinta feira 10 de setembro, quando no livre exercício de sua profissão, ao registrar a derrubada de duas árvores às margens da RJ 106 (Rodovia Amaral Peixoto), km 30,5, em frente ao restaurante Mundico’s e Churrascaria Moinho do Sul, fato que lhe causou espécie, primeiro por serem árvores frondosas e que proporcionavam boas sombras à quem viesse estacionar para ir ao primeiro restaurante mencionado acima, e principalmente pelo fato de que, nas obras de urbanização do local, dois canteiros foram construídos justamente em função da existência destes árvores, que após todo o trabalho executado, estavam sendo retiradas.
Questionando sobre os fato à equipe que prestava o serviço, devidamente identificada com uniformes da prefeitura de Maricá , foi mal tratado, tendo o celular quase derrubado por um dos servidores e tendo ainda o capacete arremessado em suas costas, o que não causou maiores problemas, mas que poderia ter sido agravado se fosse na região da cabeça.
Fomos em 2019 violentados com o assassinato de dois profissionais da imprensa do município (fatos ainda não concluídos ou explicados) – o proprietário do jornal O Maricá Sr. Robson Giorno e o jornalista Romário Barros, proprietário do site LSM, e não queremos passar por outros sobressaltos. Queremos apenas ter o direito garantido pela nossa constituição, de exercer livremente o nosso trabalho, que é informar e ser a voz e olhos de uma população que por vezes não tem vez nem voz, e de não apenas denunciar os possíveis erros e desmandos do executivo municipal, mas também, de enaltecer as boas, belas e grandes realizações do atual governo, que vem mudando a cara do nosso município, e que não pode ser maculado por ações que de modo algum são a cara da nossa querida Maricá.
Portanto, repudiamos o ato sofrido pelo jornalista Pery Salgado aproveitando para agradecer o total apoio que o mesmo e essa entidade receberam e sempre tem recebido da secretaria de comunicação da prefeitura de Maricá, em especial do secretário Olavo Nolato, mas lamentando que até a presente data a prefeitura municipal de Maricá não tenha se manifestado prestando qualquer apoio ao profissional de imprensa, apenas se limitando a emitir nota sobre o por que as referidas árvores foram retiradas, explicações que não nos convencem, e aproveitando para citar o fato de uma outra profissional da imprensa da cidade de Japeri na Baixada Fluminense, que em 25 de setembro, também no livre exercício de sua profissão, foi agredida junto com o repórter cinematográfica do programa “Fala Baixada” e que, de imediato, a prefeitura local respeitosamente emitiu nota e tomou medidas administrativas imediatas exonerando os responsáveis pelo lamentável fato, enquanto aqui em Maricá, mais uma vez a agressão a um jornalista passou à margem da civilidade caindo no esquecimento do executivo municipal.
Esperamos que tais fatos não mais se repitam.
Maricá, 27 de setembro de 2020.
Paulo Celestino
Presidente da Associação de Imprensa de Maricá
