Império Serrano, Unidos de Padre Miguel e União da Ilha do Governador foram os destaques da 2ª e última noite da Série Ouro do carnaval carioca. Essas 3 se juntam a União de Maricá e Inocentes de Belford Roxo, que sobressaíram na 1ª noite.
Ao todo, 16 escolas se apresentaram na acirrada briga pela única vaga no Grupo Especial em 2025.
Na sexta-feira (9), além de Maricá e Inocentes (os destaques), saíram Parque Acari, Império da Tijuca, Acadêmicos de Vigário Geral, Estácio de Sá, Acadêmicos de Niterói e Unidos da Ponte.
No sábado (10), fora Império, UPM e Ilha (os destaques), teve também Sereno de Campo Grande, Em Cima da Hora, Arranco do Engenho de Dentro, São Clemente e Unidos de Bangu.
Sereno de Campo Grande
A Azulada da Zona Oeste do Rio fez uma homenagem a Santa Bárbara/Oyá, que nas fés cristã e de matriz africana são as senhoras dos raios e das tempestades.
A comissão de frente recriou uma cena do “Pagador de promessas”, em que o protagonista Zé do Burro, após carregar uma cruz por quilômetros, é impedido de entrar na Igreja de Santa Bárbara pelo padre.
Houve um problema de evolução: com dificuldades no abre-alas, formou-se um buraco em frente a um dos módulos de julgadores.
Em Cima da Hora
A escola de Cavalcanti decidiu louvar o trabalhador brasileiro em seu desfile e falou dos direitos e dos sindicatos que os defendem.
Ritmistas vieram de capacete e uma camisa com uma referência à obra “Trabalhadores”, de Tarsila do Amaral, em que os rostos eram dos próprios integrantes.
Um dos carros trouxe um operário sem um dedo, numa alusão a Lula.
ArrancoA Azul e Branca do Engenho de Dentro exaltou vida e obra da psiquiatra Nise da Silveira, que revolucionou o cuidado com a saúde mental no Brasil.
A comissão de frente veio sem elemento cênico — rompendo com uma tendência dos últimos anos. Bailarinos se dividiram entre maqueiros e pacientes que se libertavam de camisas de força e revelavam obras de arte. A escola veio bastante colorida e lúdica.
Chaveirinho, a rainha de bateria, teve problemas, e parte de sua fantasia não chegou. Ela deveria replicar a performance da comissão de frente e se desvencilhar de uma camisa de força e acabou fazendo boa parte do desfile aos prantos.
União da Ilha
A Tricolor Insulana se inspirou na obra de Emicida para, na visão da menina Amora, abordar a luta antirracista pela ótica das crianças.
O samba levantou as arquibancadas. O último carro trouxe bandeiras pedindo igualdade e respeito.
Unidos de Padre Miguel
Vice-campeã de 2023, a UPM tenta o primeiro acesso ao Grupo Especial com um enredo sobre Padre Cícero e a fé do povo nordestino.
Um abre-alas gigantesco trouxe Padim Ciço deitado e sonhando.
Na comissão de frente, um auto da Anunciação do Anjo Gabriel culminava em Maria com o Menino Jesus.
São Clemente
A Amarela e Preta de Botafogo tenta voltar à elite com uma homenagem à atual campeã do Grupo Especial, a Verde e Branca de Ramos, na figura do seu fundador.
O paraibano Zé Katimba não só compôs hinos para sua Imperatriz Leopoldinense como também é o autor de hits, como “Tá delícia, tá gostoso”.
Unidos de Bangu
A Vermelha e Branca da Zona Oeste do Rio contou a história de São Jorge/Ogum, o Santo Guerreiro tão amado pelos cariocas, porém não empolgou.
Império Serrano
A Verde e Branca de Madureira, que desceu do Grupo Especial no ano passado, apostou na força dos orixás para voltar à elite. Todos que aparecem no xirê, o ritual do candomblé, tiveram espaço no desfile da Serrinha.
A Serrinha fez um desfile luxuoso e colorido. O abre-alas, no entanto, derramou óleo na pista e atrapalhou a evolução da escola.
O público da Sapucaí desceu até a pista para o tradicional arrastão.