sábado, 10 de fevereiro de 2024

CARNAVAL 2024: Estácio, União de Maricá e Inocentes de Belford Roxo são destaques no 1º dia da Série Ouro

 


Comemorando os 40 anos da Marquês de Sapucaí, mais importante passarela do samba do país, três escolas se destacam no primeiro dia do desfile da série ouro (pela LigaRJ): Estácio, a estreante União de Maricá e seu orçamento de R$ 8 milhões e Inocentes de Belford Roxo, foram os destaques, porém a Estácio acabou estourando o tempo. Outras cinco escolas desfilaram: União do Parque Acari, Império da Tijuca, Acadêmicos de Vigário Geral, Acadêmicos de Niterói e Unidos da Ponte.

Oito escolas abriram entre a noite da sexta-feira (9) e a madrugada de sábado os desfiles do carnaval carioca na Sapucaí, com o primeiro dia da série Ouro. União de Maricá e Inocentes de Belford Roxo estiveram entre os destaques. Estácio de Sá também vinha fazendo um bom desfile, mas teve problemas na dispersão e acabou estourando o tempo.

Outras cinco escolas de samba desfilaram: União do Parque Acari, Império da Tijuca, Acadêmicos de Vigário Geral, Acadêmicos de Niterói e Unidos da Ponte.

União do Parque Acari

A Amarela, Rosa e Branca da Zona Norte do Rio homenageou o Ilê Aiyê, o 1º bloco afro do Brasil, que em 2024 completa 50 anos. Pensando na sustentabilidade do desfile, este ano, todas as fantasias serão recicladas.

O Vovô do Ilê – como é conhecido o músico Antônio Carlos dos Santos Vovô, fundador e presidente do bloco – saiu na última alegoria da escola como destaque. A agremiação fez um desfile simples e digno.

Império da Tijuca

A Verde e Branca da Tijuca homenageou em vida a cantora Lia de Itamaracá, que mês passado completou 80 anos. O desfile teve alguns problemas em harmonia e também foi atrapalhado por um incêndio em uma alegoria.

Acadêmicos de Vigário Geral

A Tricolor vai cantar a cearense Maracanaú, famosa pelos festejos de São João e por ter dois padroeiros, São José e Santo Antônio. A escola introduziu elementos de forró, como sanfonas, no carro de som e animou a Sapucaí.

Inocentes de Belford Roxo

A Inocentes vai exaltar a importância dos camelôs, na história e na vida do brasileiro, desde a colonização, quando foi retratado pela primeira vez nas pinturas do artista francês Jean-Baptiste Debret ao emoldurar cenas das ruas do Rio de Janeiro.

O enredo sobre camelôs agitou o público e o desfile irreverente teve bons momentos, como carro alegórico que era uma imensa caravela e outro lembrando Sílvio Santos.

Estácio de Sá

O Leão partiu de Maria Conga e Vovó Cambinda para homenagear as religiões afro-brasileiras - o que emocionou muita gente na avenida. O desfile teve algumas das fantasias mais bem elaboradas da noite, além de harmonia muito boa.

Problemas na dispersão dos carros, entretanto, atrapalharam a evolução - o desfile terminou com 56 minutos e 18 segundos, estourando o tempo.

União de Maricá

A escola da Região dos Lagos exaltou a vida e obra de Guaracy Sant'anna, o Guará, autor de sambas marcantes, como “Sorriso Aberto”, “Problema Social” e “Singelo Menestrel”.

A escola apresentou alegorias maiores e fantasias luxuosas do que de todas as agremiações da noite e sai como favorita para subir. A comissão de frente contou com um elemento cenográfico em forma de pandeiro onde componentes sambavam em cima que chamou a atenção do público.


Valéria Valenssa, a terna Globeleza, de quem se esperava muito brilho no desfile (ela foi nomeada embaixadora de Maricá), fez apenas uma participação simbólica e comportada na abertura do desfile da União de Maricá, frustrando muita gente.

Prevista para entrar na avenida por volta dos 45 minutos de sábado, a escola só entrou por volta das 02:20h e começou seu desfile somente às 02:40 h. 

O enredo “O Esperançar do Poeta” é uma grande homenagem aos compositores que mudam vidas a partir de seus versos e melodias. 


A escola trouxe muita exuberância em suas alegorias e fantasias, se destacando das demais agremiações do grupo. A comissão de frente surpreendeu o público com uma peça cenográfica em forma de pandeiro que se movia onde os componentes sambavam em cima dela.

 O prefeito de Maricá, Fabiano Horta, desfilou pela escola e falou sobre a ansiedade da estreia no palco principal do carnaval carioca, a Marquês de Sapucaí. “Ansiedade de uma expectativa positiva. A comunidade construiu um belo carnaval, trouxe muita vibração acima de tudo. A escola vai passar pela Sapucaí levando muita energia de uma cidade que se reconhece na transformação, na afirmação da cultura popular do samba como valor identitário e vai chegar chegando. Vai levar esperança para outras cidades do Rio de que é possível transformar o território. Maricá é meu país, meu país é Maricá!", declarou o prefeito antes da escola entrar na avenida.

O presidente da agremiação, Tadeu Marinho, conhecido como Tadeuzinho, falou sobre a preparação da escola ao longo do ano para que a estreia na Sapucaí fosse surpreendente. “Estamos muito animados e com o coração acelerado. Com a certeza de que vamos passar nessa avenida pela primeira vez e fazer história. É um lugar que a gente vai pisar e espero nunca mais sair. Trabalhamos forte desde o começo do ano passado até agora para que esse momento acontecesse. Então, isso é fruto de muito trabalho, competência, amor, garra e vamos mostrar isso aqui”, declarou Tadeuzinho durante entrevista à TV Band.


Rainha de bateria da escola, Rayane Dumont mencionou a responsabilidade que é estar à frente da bateria da escola do município onde nasceu e cresceu. 

 
“Aqui em Maricá sou rainha e a responsabilidade é diferente, mas gratificante. Ainda mais ser rainha de um lugar onde eu fui nascida e criada. Está sendo um privilégio muito grande”, disse Rayane ao falar sua impressão sobre o desfile. "Maravilhosa essa energia com as pessoas cantando o nosso samba-enredo. Está sendo especial demais. É um período mágico que estamos vivendo juntos”, completou.

Com 1.400 componentes, a maioria deles moradores de Maricá, e quatro carros alegóricos, a União de Maricá fez um desfile bastante elogiado por especialistas em carnaval.

O Esperançar do Poeta

O samba-enredo “O Esperançar do Poeta”, do carnavalesco André Rodrigues, foi composto por Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, Junior Fionda, Camarão Neto, Victor do Chapéu, Jefferson Oliveira, Marquinho Abaeté e André do Posto 7. A obra é uma grande homenagem ao ato de compor samba, tendo Guaracy Sant’Anna como o fio condutor. Guará, como ficou popularmente conhecido, é o autor de sambas marcantes, como “Sorriso Aberto”, eternizado na voz de Jovelina Pérola Negra, “Singelo Menestrel”, “Catatau”, dentre outros.

O desfile foi pensado em trechos de músicas para contar uma história de esperança para os compositores e da classe sambista. 

O 2º carro alegórico, denominado “E aquela gente de cor com a importância de rei vai pisar na passarela”, traz o boneco de uma baiana girando em 360º e com uma coroa na cabeça como destaque da escola. Uma referência às baianas como fundamento ancestral da cultura, fazendo referência às mulheres que eram compositoras e inspiradoras como Dona Ivone Lara e Tia Ciata.

Acadêmicos de Niterói

A Azul e Branca trouxe a cultura dos catopês, grupo folclórico que se expressa nas congadas. São comuns no norte de Minas Gerais. 


A escola abusou de elementos cênicos de iluminação - até na apresentação de mestre-sala e porta-bandeira. Não levantou o público, mas foi competente na defesa do enredo e na maioria dos quesitos.

Unidos da Ponte

A escola de São João de Meriti falou do dendê, cujo azeite dá o tom a tantas receitas baianas, como o acarajé. A escola teve problemas em acabamentos de alegorias durante o desfile.

Os desfiles continuam de sábado (10) para domingo (11), quando mais oito escolas desfilarão. São elas: Sereno de Campo Grande, Em Cima da Hora, Arranco, União da Ilha, Unidos de Padre Miguel, São Clemente, Unidos de Bangu e Império Serrano.