O CCS Maricá (Conselho Comunitário de Segurança de Maricá, subordinado ao ISP - Instituto de Segurança Pública do governo do estado do Rio de Janeiro), realizou a reunião ordinária do mês de agosto na terça feira dia 26 das 17 às 20:30h no BAR DO BODE, tradicional bar e restaurante localizado na avenida Beira do Canal no centro de Ponta Negra.
Com a presença do comandante da 6ª Cia, Major PM Yeddo, do inspetor Carlos da 82 DP, do supervisor Frazão da Guarda Municipal e do vice-presidente da Associação de Moradores de Ponta Negra (associação solicitante da reunião), Sr. Edson Oliveira, a presidente do CCS Maricá - Anna Maria Quintanilha abriu a reunião informando que teria convidado a secretária responsável pela pasta de Políticas e Defesa dos Direitos das Mulheres para uma palestra sobre a importância do AGOSTO LILÁS, mês onde se combate a violência contra mulher, mas nem a secretária ou qualquer representante da secretaria foram à reunião e o tema violência contra as mulheres foi um dos mais discutidos com dados alarmantes apresentados pelo comandante da 6ª Cia, e confirmados pelo inspetor da 82 DP.
No município, nos primeiro sete meses do ano, já foram registrados 71 estupros, foram imenso número de violência doméstica e contra mulheres.O morador Carlos Alberto fez uma série de questionamentos sobre as atuações e medidas preventivas e corretivas tanto da Polícia Militar quanto da Guarda Municipal, afirmando que hoje, famílias estão sendo excluídas da ponta da galeta (costão de pedras do final da praia de Ponta Negra, onde o antes pacato local para as famílias curtirem a praia com crianças, está sendo tomado por usuários de drogas, todos os dias da semana, potencializado nos finais de semana e feriados.
O morador lamentou o fato de na reunião não estarem presentes secretários de outras pastas diretamente ligadas a questão de segurança pública tais como trânsito, transporte, postura, iluminação pública, defesa civil e assistência social para tentar explicar o que está sendo feito na questão no enorme crescimento de moradores de rua em todo o município, onde Ponta Negra tem sido bastante afetada e com relatos de conflitos, pequenos furtos e outros delitos que estão assustando a população.
O jornalista Pery Salgado (diretor de comunicação do CCS Maricá) informou que todos os meses a presidente da entidade faz o convite através de e-mail à todas secretarias diretamente envolvidas na questão de segurança, mas que a partir de agora, os convites serão físicos e protocolados nas secretarias para total ciência dos envolvidos e convidados.
Major Yeddo deixou claro que na questão do morador de rua, quase nada pode ser feito, pois o recolhimento do mesmo não pode ser feito compulsoriamente. Se este portar por exemplo qualquer tipo de faca com até 15 centímetros, nada lhe será cobrado e acima desta medida ou em caso de elemento cortante preparado, este poderá ser detido, o produto ser confiscado mas o elemento não ficará preso por não configurar crime (???).
Coisas difíceis do cidadão comum que vive sobressaltado, entender e aceitar normalmente.
REGISTROS DE OCORRÊNCIAS
Mostrando os números dos bairros do segundo distrito no mês de julho e os números de Maricá no primeiro semestre do ano em relação à outros municípios, o Major afirmou que Maricá parece uma cidade de país de primeiro mundo, pois os números (que estão sim melhorando) estão subnotificados devido a poucos registros de ocorrências, o que mascara a mancha criminal, onde existem os dados para que a polícia militar e polícia civil possam programar ações no combate ao crime.
Tanto o Major, quanto o inspetor Carlos e a presidente do CCS Maricá, deixaram claro a enorme importância de se fazer os registros de ocorrências, mas os moradores afirmaram que muitos desistem de fazer as ocorrências, primeiro pela distância do bairro ao centro e por não quererem passar por demoras no atendimento e até constrangimentos dentro da delegacia. O inspetor Carlos afirmou que é obrigação do atendente da delegacia e dos inspetores atenderem plenamente o morador em suas demandas.
Após a reunião, um lanche oferecido por Ângelo (proprietário do Bar do Bode) e pela Associação de Moradores de Ponta Negra foi servido à todos os participantes da reunião.
A próxima reunião do CCS Maricá acontecerá em setembro, ainda sem data e local confirmados.