quarta-feira, 8 de maio de 2024

TERMINA NESTA 4ª FEIRA MUTIRÃO DO TRE E OS TRANSTORNOS NO CENTRO DA CIDADE


 Que o brasileiro deixa tudo para a última hora, todos nós sabemos. Que o brasileiro adora filas (e quanto maior, mais feliz ele fica embora mostre indignação quando a imprensa chega), todos também sabemos, mas quando estas filas e estes atrasos geram transtornos em grande parte da sociedade de uma cidade, aí mostra a falta do controle social que os fatos e respeito às datas devem ter.

Enormes filas nas zonas eleitorais da cidade do Rio de Janeiro, na Bahia (foto abaixo) e em todo o país.

Todos em todo o Brasil sabiam que o último dia para troca de endereços eleitorais e quaisquer outras regularizações no título eleitoral terminariam na quarta feira 8 de maio, mas embora o eleitor tivesse dois longos anos desde as últimas eleições para fazer as trocas e regularizações, a enorme maioria deixou tudo para última hora.

Em Maricá, existe uma explicação que potencializa o problema, pois como é uma cidade onde os benefícios sociais são inúmeros, existe transporte de graça, educação com certa qualidade de graça, saúde também com razoável qualidade de graça, esportes de graça e vários outros assistencialismos, passou a ser muito visada e em ano eleitoral, muitos são os possíveis candidatos que 'prometem' estes benefícios para aqueles que trocarem seus títulos e domicílio eleitoral para que votem nestes 'candidatos', aumentando em grande número o problema e fluxo de pessoas vindas principalmente de São Gonçalo, Baixada Fluminense e até da capital em busca 'de uma vida melhor (ou menos ruim) e é claro, dos inúmeros benefícios.

Isso fez com que no último mês, filas intermináveis se formassem ao lado do TRE (55ª zona eleitoral) para essas correções e trocas, o que com o forte calor das últimas semanas fez com que pessoas passassem mal e desmaiassem pela tal falta de estrutura do TRE.

Mas fica a pergunta: houve falta de estrutura do TRE ou falta de planejamento deste povo todo? Quem fez suas trocas e regularizações nos dois últimos anos (sem contar nestes dois últimos meses), fez com relativa tranquilidade, mas como o problema estava ficando enorme e os funcionários do TRE disponíveis não eram suficientes para o enorme contingente de pessoas em busca na verdade de benefícios já prometidos antes mesmo das eleições, acontecer nos dias 2, 3, 6, 7 e 8 de maio o tal mutirão para regularização, inclusive com um caminhão da Justiça itinerante que esteve presente nos dias 2 e 3 na lona cultural Beth Carvalho (foto acima) em Itaipuaçu e nos dias 6, 7 e 8 no Esporte Clube Maricá.

Devido ao mutirão, desde a segunda feira 6, o trânsito em frente ao TRE na avenida Roberto Silveira foi bloqueado para que o grande volume de pessoas pudessem transitar com mais segurança. O jornal Maricá Info registrou através de drone, a enorme fila utilizando uma rua vizinha que dá acesso a um condomínio (foto abaixo).

Com a interdição da avenida Roberto Silveira, o transtorno foi gigantesco não só no trânsito mas trazendo contratempos aos alunos da Universidade de Vassouras (campus centro), alterações nas linhas de ônibus, prejuízo aos comerciantes dos três quarteirões interditados que não tiveram livre acesso para suas lojas e vários outros problemas entre o Flamengo e o centro de Maricá. 

Mas hoje (08) às 20 horas (pelo menos é previsão), essa bagunça acaba e esperamos que ao término das próximas eleições em 06 de outubro, os eleitores utilizem os 24 meses seguintes (não deixando para os dois últimos como sempre) para fazer suas regularizações na Justiça Eleitoral.


Moradora de Maricá faz observações bastante úteis e pertinentes

Michelle Miranda, Psicóloga Infantil, uma moradora de Itaipuaçu (Maricá), fez em rede social excelentes observações sobre esse período, servindo de orientação e alerta para todos e que reproduzimos na íntegra abaixo:


"Fica aqui um esclarecimento, para o TSE, o conceito de domicílio eleitoral envolve também o vínculo político, familiar, afetivo, profissional, patrimonial ou comunitário do eleitor com a localidade onde pretende exercer o direito de voto. Na prática, isso quer dizer que quem está morando em outra cidade a estudo ou a trabalho não está obrigado a transferir para aquela cidade seu domicílio eleitoral se o seu vínculo afetivo, familiar, político ou outro é maior com o da sua cidade de origem. Por isso, ao mudar de cidade, o eleitor deve optar por votar no município em que considera ter o vínculo mais forte, dentro do conceito de domicílio eleitoral acima informado, mantendo o seu cadastro onde já votava, ou fazer a transferência para o novo município em que está morando, até mesmo como forma de se envolver mais com os interesses do novo lar. No caso da opção pela transferência, é preciso observar duas regras: A primeira é a de estar morando na localidade há pelo menos três meses, e a segunda é a de que só poderá realizar nova transferência após um ano.


Todo eleitor deve tomar cuidado com algumas 'dicas' perigosas que podem ser sugeridas por amigos ou candidatos. Solicitar a mudança de domicílio eleitoral para outro município com o objetivo de votar em algum candidato específico que está concorrendo naquela região configura um crime eleitoral chamado fraude em transferência. Essa ocorrência costuma ser comum em eleições municipais. O Ministério Público Eleitoral e o juiz eleitoral, porém, estão sempre atentos a essa movimentação de eleitores, e o eleitor poderá ser processado criminalmente.


E quanto aos benefícios sociais é lamentável o modo como está sendo repassado. Cresci ouvindo minha mãe falar que não se deve dar o peixe e sim ensinar a pescar. Sabemos que têm momentos que famílias necessitam de assistência, mas não pode se tornar assistencialismo. Enfim, que nas próximas eleições a população saiba escolher para quem dará o seu voto", concluiu Michelle Miranda.