No dia 11 de janeiro, um fato lamentável aconteceu na cidade bilionária de Maricá, localizada na região metropolitana do Rio de Janeiro. O padre Max Celestino responsável pela diocese local, proibiu a lavagem das escadarias da igreja matriz de Nossa Senhora do Amparo, evento que acabou acontecendo limitado a lavagem da calçada em frente à igreja.
Em sua 24ª edição, nas 23 anteriores, nenhum pároco se recusou a liberar a lavagem e desde 2014, o evento passou a fazer parte do calendário turístico, cultural e religioso da cidade após promulgação pelo então prefeito Washington Siqueira (o Quaquá) da lei 2512/14, mas desta vez o padre não apenas proibiu o evento, MAS DESCUMPRIU UMA LEI MUNICIPAL, desrespeitando o poder legislativo, executivo e O POVO DE MARICÁ, ao qual ele como líder religioso deveria dar e SERVIR de exemplo.
Alguns colocam a proibição como INTOLERÂNCIA RELIGIOSA (sim pode ser), mas não vamos julgar esse mérito nesta matéria, e sim, o DESCUMPRIMENTO DE UMA LEI MUNICIPAL.
"Ah, a igreja não é local para este tipo de cerimônia" poderão dizer MUITOS, mas se a comunidade católica e outros não concordam, que se dirijam à Câmara dos Vereadores e peçam para a a lei seja alterada ou deixe de existir. Feito isso, tudo perfeito, mas enquanto a lei existir, ELA DEVE SER CUMPRIDA, ou corremos o risco de (se virar moda) qualquer outro evento respaldado por lei ou por uma autorização municipal (que tem força de lei provisória e momentânea para a execução de uma atividade), não ser cumprida por qualquer pessoa independente da posição que galgue.
Alguns fatos são importantes de serem falados nessa análise para que ela se torne fria e totalmente dentro da lei. Esta lei é clara que a autorização é para a lavagem da escadaria e NÃO DA IGREJA, tanto que na maioria dos anos anteriores, as lavagens aconteceram com os portões da igreja fechados. Sim, fechados, a igreja não precisava ficar aberta para a lavagem específica. Acontece que os portões ficavam no TOPO da escadaria, ou seja, mesmo com a igreja fechada, TODOS TINHAM ACESSO ÀS ESCADARIAS, que é um dos cartões postais de Maricá, num dos pouquíssimos prédios históricos do município.
Visitantes de TODAS AS RELIGIÕES E CRENÇAS, paravam ali para fotos de lembranças. Namorados sentavam nas escadarias, vários fotógrafos já fizeram ensaios de aniversários, debutantes e casamentos naquelas escadarias. Até modelos e candidatas à Miss fizeram fotos ali, pois a igreja é UMA MARCA DE MARICÁ.
Hoje, só poderão fazer tais fotos se os portões estiverem abertos, pois o padre em 2022, tirou o portão do topo da escadaria e o colocou logo na entrada, próximo a calçada, alterando inclusive a estética das grades do entorno da matriz.
Outros relatos de fiéis sobre o autoritarismo do padre são conhecidos, o maior deles (depois do absurdo da proibição da lavagem das escadarias) a proibição do tradicional bingo da festa da padroeira que acontecia há mais de 30 anos e ajuda em muito as obras de manutenção e restauração do prédio secular.
O lamentável fato que foi noticiado primeiramente pelo jornal Barão de Inohan (PADRE MAX PROIBE TRADICIONAL LAVAGEM DAS ESCADARIAS DA IGREJA MATRIZ https://obaraoj.blogspot.com/2023/01/padre-max-proibe-tradicional-lavagem.html) e seguido pelas demais mídias locais e da região, ainda está sendo bastante discutido e tomou novo rumo quando o organizador do evento desde sua criação, o Pai Liminha, após o lamentável problema, voltou a procurar o padre para solicitar que a lavagem acontecesse em nova data, agora em 21 de março, que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas através da Lei 14.519/2023, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o padre NOVAMENTE NEGOU e disse que nada irá acontecer na igreja. Podemos então nesse caso começar a pensar em INTOLERÂNCIA RELIGIOSA.
Mas essa é uma outra discussão!!!
A novela lamentavelmente não acabou!!!