domingo, 29 de janeiro de 2023

Câmara Setorial de Cultura Afro-Brasileira de Maricá realiza primeira Assembleia (confira a ata)


Aconteceu na quinta feira 26 de janeiro, a primeira Assembleia da Câmara Setorial Afro-Brasileira realizada no Banco Mumbuca com as bases representativas dos Movimentos Sociais Maricá. A Câmara Setorial Afro-Brasileira é presidida por Júlio César Fernandes.

Dentre as pautas, o tema mais polêmico foi o ato lamentável perpetrado pelo pároco da igreja matriz de Nossa Senhora do Amparo, em 14 de janeiro, quando não só proibiu a lavagem das escadarias da matriz, mas LITERALMENTE DESCUMPRIU UMA LEI MUNICIPAL.

Na assembleia este tema lamentável e polêmico (a Intolerância Religiosa do pároco e o descumprimento de uma lei municipal) foi discutido no mês que se comemora nacionalmente o Combate a Intolerância Religiosa.

Após o desastre do Padre Max Celestino negando a lavagem das Escadarias da Igreja Nossa Senhora do Amparo, com uma sequência interminável de matérias em diversos jornais, TVs e blogs que noticiaram o fato (O Dia, A Tribuna, TV Mais, Jornal Barão de Inohan, Lei Seca Maricá, M1News TV, TVI Itaipuaçu, Jornal O São Gonçalo, Errejota Notícias, Blog da Maria Lopes, Diário do Porto, Jornal Maricá Total, MaricáInfo, Folha da Terra digital, dentre outros), que foi considerado Intolerância Religiosa, e ainda agravado pela violação da Lei Municipal nº 2512/14 publicada no JOM (Jornal Oficial de Maricá) com desdobramentos de inúmeros debates em todas as redes sociais e nas comunidades do município que reclamavam da omissão dos poderes públicos que se omitiram diante de fatos tão graves que geraram indignação da maioria da população maricaense, e, que resultaram na nota de repúdio da Câmara Setorial de Cultura Afro-Brasileira posicionando-se  em defesa da cultura, dos direitos humanos e da liberdade religiosa. 


A Assembleia iniciou-se com a fala do vereador Hadesh (PT) que lamentou o lamentável fato de intolerância religiosa e descumprimento da lei municipal pelo Padre Max. Após sua fala, pediu licença à todos e disse que teria outro compromisso. Após Hadesh, o vereador Igor Correa também fez uso da palavra, onde também lamentou o ato arbitrário do padre.

A assembleia continuou com a brilhante apresentação Conselheira Estadual de Cultura de Patrimônio do INEPAC Renata Aymoré Gama explicando ao público presente o que é e o que representa Patrimônio Histórico Material e Imaterial, e a importância da Preservação da Memória mantendo vivas as tradições culturais dos povos, pela comemoração anual. Renata também lembrou que no dia seguinte (14 de maio) a promulgação da lei Aurea, pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888, houve encontro em frente a igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo onde a corte explicou aos presentes o significado da lei, sendo conhecido como o Dia da Liberdade. Pelo fato histórico, Renata pediu ao vereador Igor Correa, que criasse o Dia da Liberdade como data municipal.

INEPAC

O Vereador Igor Corrêa (PCdoB), comprometeu-se a encaminhar ao INEPAC/RJ através da Câmara de Vereadores de Maricá, a proposta para tornar a Tradição da Lavagem das Escadarias da Igreja Matriz Nossa Senhora do Amparo um Patrimônio Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, uma vez que esta tradição já faz parte do calendário anual turístico, cultural e religioso do município através da lei 2512/14, o que será sem dúvida uma vitória para a Cultura e para toda a cidade de Maricá.

Diversas autoridades foram convidadas para o encontro, que trouxe ao debate com a sociedade civil um tema tão polêmico e delicado e que todos gestores municipais esquivaram-se em se pronunciar, com temores de cobranças da sociedade civil para que tomassem as devidas providências.


MESA DIRETORA

A mesa da assembleia foi composta pelo dirigente Júlio César Fernandes, Conselheiro Municipal de Cultura Afro-Brasileira de Maricá, pelo artista plástico Everaldo Rocha, Babalorixá Antônio Jonas Chagas Marreiros (Pai Liminha do Terreiro Capangueiro do Templo Ilê Axé Orô Jagun, sede da FORMA (Fonte para Orientação Religiosa das Matrizes Africanas), Levi Gomes - Conselheiro Municipal de Música, Vereador Igor Corrêa, Vereador Hadesh, Renata Aymoré Gama (Conselheira Estadual de Patrimônio Histórico e Presidente do IGHAM), Saleth da Dalt (Socióloga Pós-doutorada em Avaliação de Políticas Sociais e ex-diretora do DataUFF - Núcleo de Avaliação de Políticas Públicas da Universidade Federal Fluminense, Representando o IDR) e o Jornalista Pery Salgado do Jornal de Barão de Inohan e CULTURARTE (diretor da AIM - Associação de Imprensa de Maricá), sendo este o primeiro a noticiar a matéria denunciando a descumprimento da lei, a suposta intolerância religiosa, dentre outros atos arbitrários do Padre Max, seguido pelas demais mídias.

A Assembleia foi marcada ainda pela presença da diretora presidente do Banco Mumbuca - Manuela Mello, da comitiva de representantes do Vale do Sol e da Lua do Pai Luiz Antônio, Eliane da Silva Guimarães (Irmandade da Sagrada Luz), Sérgio Varella (representando o TEA - Templo Espírita de Aruanda), Paulo Cardoso (Presidente da ALAPI, Secretário Executivo do Subcomitê do Sistema Lagunar Maricá/Guarapina, órgão do Comitê das Bacias Hidrográfica da Baía da Guanabara, Região Hidrográfica IV), Luzinéa Braz (Movidade), pela comitiva do IDR responsável pelo mapeamento de terreiros e povos de axés, Fharah Marmud (do PEA), da artista Jambif, do Pajé Kajanã, de Leandro - Jovem Cerebral (representante da Secretaria de Participação Popular Direitos Humanos e Mulher), de Paulo (representante do gabinete do vereador Danilo Santos), artista plástica Priscilla Fontes, do músico Aldo Correa e da Cantora Jô Borges.

OUTROS ASSUNTOS

Foram também discutidas diversas pautas da Câmara Setorial de Cultura Afro-Brasileira, como o senso dos povos de matrizes africanas, regimento interno, fichas de adesão, agenda dos próximos eventos, calendário das próximas Assembleias, além de diversas propostas recebidas e encaminhamentos que nortearam a organização interna dessa setorial a que pretendem cada vez com mais prosseguir com profissionalismo.

O conselheiro anunciou o próximo encontro no Pomar da Gratidão onde pretendem realizar uma feijoada comemorativa ao lançamento da Cartilha de Orientação a Legalização dos Axés.

O Evento que contou com a colaboração de inúmeros membros, fechou com Chave de Ouro ao som da música Sou África cantada pela Diva Negra de Maricá - Jô Borges, acompanhada do marido Aldo Correa ao violão, canção esta que hoje se tornou um HINO para Câmara Setorial de Cultura Afro-Brasileira!

A reportagem do jornal Barão de Inohan lamentou a ausência de representantes da secretaria de cultura, da secretaria de turismo, da secretaria de comunicação social, da coordenação de Assuntos Religiosos, da coordenação de Igualdade Racial (que realizou reunião no dia anterior e onde todos os participantes informaram que estariam presentes à assembleia da Câmara Setorial de Cultura Afro-Brasileira) e de representantes do Fórum Cultural de Maricá. 

Abaixo, apresentamos a ATA da assembleia na integra:


E encerramos esta matéria com um belíssimo conto africano, enviado pelo presidente da Câmara Setorial de Cultura Afro-Brasileira de Maricá - Júlio César Fernandes:
"Deus quando criou o mundo mandou para a Terra 3 tipos de pessoas...
O primeiro grupo foram de pessoas que vieram fazer pela humanidade.
O segundo grupo foram os que vieram ajudar a humanidade.
E o terceiro grupo foram os que vieram atrapalhar a humanidade.
Por Ifa Talabi.
P.S.: Você que só quer atrapalhar, Deus lhe entende...

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