A EPT (Empresa Pública de Transportes - autarquia municipal de transportes públicos) já começou o processo para devolver os 13 primeiros ônibus (motor Mercedes e carroceria Neobus com 3 portas) á prefeitura municipal de Maricá.
Adquiridos pela prefeitura em 2013 (os dez primeiros entraram em operação em 18 de dezembro de 2014 e os outros três também com as mesmas características dos anteriores, mas um pouco mais modernos em meados de 2015), tinham como objetivo oferecer um transporte complementar às linhas existentes porém com uma tarifa mais barata (na época seria de R$ 2,00, diminuindo R$ 0,50 por ano até chegar em 2019 como tarifa zero). A então MTP - Maricá Transportes Públicos foi criada uma S/A (Sociedade Anônima), porém nunca foram apresentados seus acionistas, até que em agosto de 2014, a MTP S/A passou a ser limitada, ou seja, com dois sócios, sendo a prefeitura majoritária, mas ninguém ficou sabendo quem poderia ser o sócio que estaria investindo numa empresa que em cinco anos seria deficitária.
Foi quando algum "gênio da prefeitura" resolveu criar a autarquia EPT, que acabou virando um cabidaço de empregos e de altos salários, a ponto de, um ex-alto funcionário afirmar para o jornalista Pery Salgado que "tudo o que era porcaria na prefeitura vinha para a EPT" (?????).
Em meados de 2014, o jornalista teve acesso a nota fiscal de compra dos 10 primeiros ônibus, nota essa que saiu em nome da Prefeitura Municipal de Maricá, ou seja, os ônibus ERAM VEÍCULOS OFICIAIS, e desde então, o jornalista afirmava que o projeto de tarifa social não seria viável, uma vez que sendo veículos oficiais, seriam emplacados como chapa branca e sendo chapa branca, não poderiam fazer nenhum tipo de transporte que não fosse o gratuito. BINGO!
Os ônibus foram emplacados como chapa branca e a Fetranspor se negou a dar validadores justamente pelo fato dos veículos serem oficiais. Como não tinha mais jeito, criaram a EPT e o programa TARIFA ZERO.
Na época, os 10 (+3) ônibus (com apenas um ano de vida, pois passaram todo o ano de 2014 mudando de endereço do aeroporto (na época encampado pelo ex-prefeito Washington Siqueira - o Quaquá) para a RJ 106 (atrás dos Bombeiros) e depois para o Caxito, eram modernos, todos com ar condicionado, portas com trava (ou seja, o ônibus só andavam com as portas fechadas) e promessa de câmeras de segurança (nunca instaladas nestes veículos e só instaladas nos ônibus da frota, após o contrato de locação com a Viação Nossa Senhora do Amparo).
Mas a EPT (inchada de gente pouco competente e conhecedora do que é uma empresa de transportes públicos), começou a ter problemas sérios, juntando o fato da população não preservar um benefício a ela oferecido, e então, sujos, sem manutenção, os ônibus começaram a dar problemas elétricos, mecânicos e em pouco tempo, todos os 13 ônibus estavam sem ar condicionado (por falta de manutenção). Na época, estes 13 ônibus custaram algo entorno de R$ 6 milhões.
Ainda assim, a EPT insistia e após a devolução de R$ 2,2 milhões pelo então presidente da Câmara de Maricá, o ex-prefeito em um dos seus últimos atos à frente da prefeitura, mandou comprar 10 micro ônibus (que, ao invés de serem comprados do modelos urbano, foram comprados super faturados de uma empresa no Mato Grosso do Sul e do tipo turístico).
No final de 2016 estes micro ônibus foram apresentados e entraram em circulação, mas como era esperado, em pouco tempo passaram a dar problemas e circulavam sem ar condicionado. Em 2017, a prefeitura, já sob comando de Fabiano Horta, adquiri 15 ônibus modelo Mascarello com motor Volkswagen, que em pouco tempo apresentariam vários problemas e estão (finalmente) sendo entregues à frota da EPT após reforma geral na garagem da EPT no centro, onde uma empresa foi contratada para tal serviço.
Em 15 de novembro, a EPT começa a rodar com 25 novos ônibus fretados da Viação Nossa Senhora do Amparo (que além de fornecer os ônibus, fornece motoristas, despachantes, controle de tráfego, combustível, limpeza diária e manutenção preventiva e corretiva. A população abraça os novos vermelhinhos e pela primeira vez, a EPT é bem vista pela população.
Com isso, a empresa começou o processo para devolução parta prefeitura dos 13 primeiros ônibus adquiridos pelo poder municipal. Um deles, está totalmente sucateado, e dos outros 12, apenas sete tem condição de serem usados de imediato em outros setores do poder municipal, com opor exemplo, no transporte de trabalhadores para as obras no município. Foram R$ 6 milhões (fora o que se gastou no decorrer de 6 anos em manutenções) jogados fora, que poderiam ter sido usados na educação ou na saúde, por exemplo.
Fotos: Pery Salgado |
Esperamos que a EPT tenha aprendido com isso. Abaixo, um vídeo inédito do presidente da EPT - Celso Haddad para o jornalista Pery Salgado, gravado em 21 de novembro de 2019, uma semana após o início do fretamento que vem sendo um sucesso.