sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O BRASIL DO PT: FÉRIAS COLETIVAS EM TODAS AS MONTADORAS

Montadoras programam parada de 13.800 funcionários em agosto

Fiat, Mercedes, Chery e Ford interrompem produção em parte do mês.
Com os que estão em lay-off, número de trabalhadores parados vai a 18 mil.


As montadoras de veículos programam a parada de 13.800 funcionários neste mês de agosto, continuando a série de medidas para reduzir a produção em meio à baixa nas vendas. As folgas ocorrem nas fábricas de Fiat, em Betim (MG), Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (SP), Chery, em Jacareí (SP), e Ford, em Camaçari (BA).
Nas três últimas haverá interrupção total das linhas em parte do mês (veja datas abaixo). No caso da Fiat, que tem 19 mil funcionáros, a paralisação é parcial (3 mil).
Nessas unidades da Fiat e da Ford são produzidos alguns dos carros mais vendidos do país, como o Ka e o Palio. A Mercedes fabrica caminhões e ônibus no ABC paulista. A Chery monta apenas o Celer (hatch e sedã).

FÁBRICAS DE VEÍCULOS PARADAS

Chery (Jacareí, SP)

17/08 a 5/09

300
Fiat (Betim-MG)24/8 a 14/93.000
Ford (Camaçari, BA)12/8 a 14/8 (produção);
10/8 a 14/8 (motor)
3.500
Mercedes-Benz (S. Bernardo do Campo, SP)7/8 a 21/87.000


 


Contando com os trabalhadores de outras fábricas que continuam em férias coletivas ou em lay-off (contratos suspensos temporariamente), a indústria tem, ao menos, 18 mil funcionários parados.
Em junho passado, com a aproximação das férias escolares, esse número chegou a 35 mil.
Atualmente, têm férias coletivas ou lay-off as montadoras Volkswagen (2.357 funcionários em São Bernardo do Campo, SP, e 370 em Taubaté, SP), Volvo (407, em Curitiba), MAN (600, em Resende, RJ) e General Motors (400 em São Caetano do Sul, SP).

Demissões

Na GM de São José dos Campos (SP), foram anunciadas demissões no último sábado (8) e os funcionários começaram uma greve que continuava até esta quinta-feira (13).
A montadora não divulgou o número de desligamentos, mas o sindicato local diz ter sido procurado por mais de 600 trabalhadores que diziam ter recebido o aviso de demissão.
Na última segunda (10), 798 operários que estavam em lay-off deveriam voltar ao trabalho, mas a greve foi iniciada nesse mesmo dia.

O sindicato de São Caetano informou, em julho, que cerca de 400 funcionários que também estavam em lay-off na unidade deverão ser demitidos.
Outros 400 deverão ter a suspensão de contrato prorrogada, ainda segundo a entidade.
O sindicato dos metalúrgicos de Catalão (MT) divulgou, no fim de junho, que a Mitsubishi demitiu 130 funcionários. A empresa não confirmou.
No 1º semestre, a Mercedes desligou 160 trabalhadores em janeiro e mais 500 em maio. A GM demitiu 150 em São Caetano. E a Ford cortou 140 em Taubaté.

Pior nível de emprego desde 2012

 Segundo dados da Anfavea, em julho, as montadoras empregavam 135,7 mil pessoas no Brasil, contando as fabricantes de carros, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas e rodoviárias. São 1.172 a menos do que em junho.
É o número mais baixo desde 2012, que é até quando vai a série com dados revisados da entidade. Em julho daquele ano, o setor tinha 19,6 mil trabalhadores.
Considerando fornecedores de autopeças, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) diz que a indústria de veículos automotores demitiu 6.661 funcionários no mês passado.

Há um mês o governo federal lançou o Plano de Proteção ao Emprego (PPE), que propõe diminuir em até 30% as horas de trabalho, com redução proporcional do salário, apenas em empresas que estejam em dificuldades financeiras em caráter temporário.
Até a última quinta (13) nenhuma montadora havia aderido. As regras do governo para as empresas aderirem ao plano incluem a aprovação em acordo coletivo específico, em que a empresa deverá comprovar situação de dificuldade econômico-financeira.
A medida é uma alternativa ao lay-off, com a diferença de que, nela, o trabalhador não perde o vínculo de emprego. O período de validade não poderá ultrapassar 1 ano.