EDITORIAL:
Comemoramos no dia 07 de abril, o dia do jornalista. Em tempos de redes sociais e enorme quantidade de "repórteres, jornalistas de fundo de quintal", onde qualquer um pode ter um blog, uma página no Facebook ou em uma outra rede social e começar a verborragir (*) de qualquer forma, onde hoje qualquer um com um celular (que em muitos casos virou uma ARMA NOCIVA), pode filmar, "fotografar" e postar nas redes sociais imagens com textos sem muitas vezes nenhuma veracidade ou verificação real dos devidos fatos, onde ao escrever cometem erros estúpidos e absurdos à nossa lingua pátria, temos que tirar o chapéu e reverenciar os verdadeiros jornalistas que fazem da profissão um verdadeiro ofício de fé.
A principal função do jornalista é informar. Isso é fato. Mas, em tempos em que as novas tecnologias ampliaram o acesso à informação, onde uma pessoa consegue consumir conteúdo na palma da mão, a forma de transmitir essas informações mudou.
Se antes o jornalista pautava, apurava e produzia sua matéria. Hoje, com a velocidade de informações circulando, tudo ficou mais corrido, prejudicando muitas vezes a qualidade da apuração de uma notícia.
Atualmente, podemos observar um fenômeno causado pelo surgimento das mídias sociais. Facebook, YouTube, Twitter, Instagram, entre tantas outras redes sociais possibilitaram a produção e a divulgação de conteúdo jornalístico por quem não é necessariamente jornalista. A informação é passada, mas muitas vezes sem a devida apuração ou sem respeitar critérios de noticiabilidade que norteiam a boa prática da profissão.
Alinhado a isso, as redações de jornais cobram do profissional a produção de materiais jornalísticos em larga escala, obrigando a acelerar e a pular etapas no processo de apuração.
Mas é importante que, em tempos em que todo mundo pode fazer jornalismo, o jornalista possua consciência da sua responsabilidade social. Ainda é (e sempre será) importante apurar os fatos, checar a notícia, ouvir mais de um lado na história e assim produzir um jornalismo de qualidade, alinhado com a velocidade que a redação exige.
O verdadeiro papel do jornalista é, e sempre será, informar, mas sempre com responsabilidade.
Parabéns aos VERDADEIROS JORNALISTAS pelo seu dia, e por todos os dias.
SOMOS O QUARTO PODER!!!
Pery Salgado, jornalista há 45 anos, editor do jornal Barão de Inohan e Informativo CULTURARTE
(*) VERBORRAGIA: O que é uma pessoa VERBORRÁGICA, que só sabe VERBORRAGIR?
Trata-se de uma pessoa com necessidade excessiva de falar, comum em certos doentes mentais.
7 de Abril - Dia do Jornalista
O Dia do Jornalista foi criado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) como uma homenagem a Giovanni Battista Libero Badaró, importante personalidade na luta pelo fim da monarquia portuguesa e Independência do Brasil.
Libero Badaró foi médico e jornalista, e foi assassinado no dia 22 de novembro de 1830, em São Paulo, por alguns dos seus inimigos políticos. O movimento popular que se gerou por causa do seu assassinato levou D. Pedro I a abdicar do trono em 1831, no dia 7 de abril, deixando o lugar para seu D. Pedro II, seu filho, com apenas 14 anos de idade.
Foi só em 1931, cem anos depois do acontecimento, que surgiu a homenagem e o dia 7 de abril passou a ser Dia do Jornalista.
Foi também no dia 7 de Abril que a Associação Brasileira de Imprensa foi fundada, em 1908, com o objetivo de assegurar aos jornalistas todos os seus direitos.
"Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade." (George Orwell)