O GRES União de Maricá fundado em 26/05/2015, na sessão solene da Câmara de Maricá comemorando os 201 anos da cidade, pelo então prefeito Washington Siqueira, foi a 11ª escola a desfilar na avenida Ernani Cardoso em Madureira, novo local do desfiles das escolas da SUPERLIGA DE CARNAVAL do Rio de Janeiro, chamada de NOVA INTENDENTE (pois até o ano passado estes desfiles aconteciam na estrada Intendente Magalhães no Campinho) e arrepiou, brilhou, fez um desfile perfeito.
A garra, a força de vontade dos integrantes da escola e a beleza das fantasias, alegorias e adereços, tornaram o desfile da União digno de ser um dos favoritos para a conquista da Série Prata do carnaval carioca, lembrando que neste ano sobem três escolas para a série ouro: a primeira colocada do desfile de sexta e sábado (24/25), a primeira colocada do desfile de sábado e domingo (25/26) e a segunda colocada com melhor pontuação dos dois desfiles, que irão participar da SÉRIE OURO em 2024, na Marques de Sapucaia.
Em 2022, o desfile da União também estava perfeito, até que o último carro alegórico apresentou problema, deixando um buraco no desfile e atrapalhando a harmonia, o que tirou pontos preciosos e deixou a escola em quarto lugar, quando apenas duas escolas subiriam para a série ouro.
Com as cores vermelho, branco, azul e dourado e tendo como símbolo a Coroa, pérola negra e estrelas, o desfile da União de Maricá arrancou muitos aplausos do grande público presente que assistiu a passagem de 16 escolas da noite da sexta feira 24 até o início da manhã do sábado 25.
A União que tem como presidente Tadeu Marinho e presidentes de honra Mauro Alemão (in memorian) e Washington Siqueira (o Quaquá - hoje deputado federal), entrou na avenida às 03:55 h da madrugada e encerrou com brilhantismo e muita comemoração o desfile às 04:30 h.
O carnavalesco Renato Figueiredo soube dosar de modo perfeito as cores das fantasias, dos adereços e das alegorias, se preocupando com os mínimos detalhes, de luxo e criatividade.
A beleza e leveza do 1º Casal Mestre Sala e Porta Bandeira Johny Matos e Sthefany Silva e também do segundo casal Gugu e Bia Estrela, chamaram atenção no desfile que começou com uma comissão de frente impecável coreografada pela professora de dança e bailarina Day Fersa.
A União se apresentou com 18 alas (confira todas ao final da matéria) e um dos pontos altos sem dúvida foi a bateria MARICADÊNCIA do Mestre de Bateria Paulinho Steves tendo à frente a Rainha Rayane Dumont.
MUITO SAMBA NO PÉ
Com o enredo "Eu sigo Nordestino" de autoria do carnavalesco Renato Figueiredo , a União desfilou com 700 componentes distribuídos em 18 alas e com três belíssimas alegorias, sendo que a última mereceu destaque dos analistas da TV ALERJ como a mais bonita da primeira noite de desfile da série prata.
A coordenadora da ala de passistas Kellyn Rosa (que integra o segmento de passistas na Unidos de Vila Isabel e é dançarina, foi passista do Salgueiro por cinco anos e atualmente está na escola do bairro de Noel. Ela fez parte de grandes companhias de danças, como a do coreógrafo Carlinhos de Jesus, foi dançarina do espetáculo “Ginga Tropical”, além de ter integrado as comissões de frente da Estação Primeira de Mangueira e da Portela. Atualmente, Kellyn também desenvolve trabalhos arte-educacionais, ministra aulas, oficinas e workshops, como fez na União de Maricá) mostrou o que ela e as passistas da escola sabem fazer e se apresentaram de forma magnífica.
A frente do terceiro e último carro alegórico, o destaque foi Daniela Lima, Rainha do Maricarnaval de 2014.
A escola conquistou o título da Série Bronze em 2018 e desde então está na série prata, onde fez um desfile melancólico em 2019 que quase lhe rendeu o descenso, mas após os dois anos de pandemia, retornou deslumbrante em 2022 e não fosse o problema no último carro, teria disputado o título, ficando como 4ª colocada da Série Prata.
Neste ano, com o desfile impecável a escola exaltou o Nordeste, região de um povo valente, guerreiro e um grande caldeirão cultural. O desfile da União de Maricá foi inspirado na poesia do cordel, em histórias, artes e culturas tão peculiares e ao mesmo tempo diversas, pois são nove estados que compõem a “nação Nordeste”.
Foi um árduo trabalho de estudo dos costumes deste povo guerreiro feito por Renato Figueiredo apresentado nesta sinopse do enredo:
São nove estados e uma ruma de gente… feliz, criativa, respeitosa e valente.
Com seu próprio jeito de ser, cada qual com suas particularidades e diversos povoados, com nordestinos de todos os tipos, em todos os cantos e lados.
De precisão, descasos e desatinos se originou a consciência daquela “nação”.
Da peste, despejada pelos cobiçadores, ao cabra, porreta e arretado, se deu, de cabra macho à mulher valente, um sujeito singular.
Mas o nordestino é muito mais do que uma veste. Chapéu de cangaço, sozinho, não faz cabra da peste.
Nordestino é um povo forte, que nasce com a nobreza do sertão, com sotaque que dá norte a sua forma de expressão.
Pergunte a um nordestino se o seu sonho de menino é deixar o sertão? Por certo ele dirá, com toda a convicção, que se Deus, dez vidas lhe desse, escolheria sempre o nordeste para ser o seu natal torrão.
Quis o destino que naquelas terras, de sol à pino, brotasse um povo amigo, hospitaleiro e acolhedor. Que se destaca em todo o canto, pelo excesso de talento e amor.
No Brasil você encontra o nordeste em cada canto que for.
O nordestino é antes de tudo um povo que merece respeito, pois peleja dia a dia, contra essa covardia, que é o tal do preconceito.
Nordeste...
De arte, cultura e histórias de encantarias e assombração, como as que tão bem contou o pequeno João.
Terra onde brotou Margarida Alves, Mestre Vitalino, Mãe Menininha, Patativa do Assaré, Ariano Suassuna, J. Borges, Paulo Freire e Gonzagão…
Capitão, ali... só Virgulino! Que perdeu a pureza da vida, ainda menino, escrevendo, do céu ao inferno, o seu destino de cão.