Segundo os representantes dos pescadores artesanais, as pedras que se soltaram nos últimos anos atrapalham a passagem de barcos.
Pescadores artesanais fizeram um ato simbólico em Itaipuaçu, Maricá (RJ) pedindo a retirada de pedras do Canal da Costa, no Recanto. O grupo simulou a remoção ao puxar pedras usando cordas. Este foi o primeiro ato acontecido em agosto e nada foi feito pela prefeitura.
Até mesmo a morte de um jovem ao bater de cabeça numa das pedras após um mergulho não comoveu as "autoridades maricaenses". Netuno (o rei dos mares) deu seu recado em vários capítulos com várias ressacas que foram obstruindo cada vez mais o canal da costa. Segundo os pescadores, as pedras obstruem a ligação do canal com o mar e atrapalham a passagem de barcos no local. Algumas embarcações ficaram danificadas após tentativas de atravessar a entrada obstruída do canal.
Ainda de acordo com os pescadores, nos últimos dois anos as pedras estão se soltando do molhe após as obras de abertura do canal e se espalham com a movimentação do mar.
“O pescador está impedido de sair pra pescar, com segurança, tivemos um acidente com dois pescadores há poucos dias, eles quase perderam a vida e todo material. Os banhistas e os pescadores estão sofrendo e, as vezes, os bombeiros não dão conta. As pedras estão fechando a boca do canal e a gente quer uma solução”, explica a representante da Colônia Z-7 de Itaipuaçu e vice-presidente da Associação Livre de Aquicultura e Pesca, Virgínia Costa.
Além de impedir a passagem de barcos, as pedras também oferecem perigo para os pescadores e banhistas.
Alguns barcos de pesca naufragaram no Canal do Recanto de Itaipuaçu, enquanto dois pescadores tentavam passar pelo local, quando uma onda atingiu o barco. Eles foram resgatados por outros pescadores e também receberam ajuda do corpo de bombeiros. Um dos pescadores teve arranhões e ferimentos leves, e todo o pescado da noite foi perdido.
Representantes da Colônia de Pescadores Z-7 entraram em contato com a Autarquia de Serviços de Obras de Maricá (Somar), que se disponibilizou para retirar as pedras.
Segundo a Prefeitura de Maricá, qualquer intervenção desse tipo e neste local demanda autorização do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) que é o responsável pela fiscalização e pelo controle da faixa costeira.
Ainda segundo os pescadores, a solicitação foi feita no dia 30 de abril, ou seja, há seis meses atrás e nada foi feito.
Em nota, o INEA informou que realizou, no dia 18 de maio, uma vistoria no local e que está elaborando o relatório sobre a situação do molhe e as possíveis medidas a serem adotadas para remediar a situação, mas também nada aconteceu. O que precisarão para que medidas sejam tomadas? Mais mortes, mais prejuízos?