sexta-feira, 21 de novembro de 2025

FÉ DEMAIS NÃO CHEIRA BEM - Sérgio Mesquita

 


O título acima faz referência ao filme lançado em 1992 (de mesmo nome), onde Steven Martin faz o papel do pastor Jonas Nightengale. Um pastor que, usando e abusando da fé das pessoas, vive de aplicar golpes em “seu rebanho”. Alguma parecença com nosso Brasil ou com o mundo?

Antes de continuar, um pequeno aviso: não discuto a fé de ninguém, todos temos a nossa fé, e a devemos ter com liberdade e juízo. Portanto, discuto as Religiões, em especiais as criadas nos dois últimos milênios, como a Católica, Luterana, Batistas, e as recentes pentecostais, verdadeiras crianças perto das demais. Incluo como mais velha a Judaica, pelo exercício do poder religiosos e ter sido o berço do sionismo, que hoje, tecnologicamente, repete as mesmas guerras e chacinas em nome do mesmo Deus. Portanto, em minha laica e leiga visão, Religião não passa de uma organização política, que se utiliza da fé das pessoas em busca de territórios, riquezas e, com ênfase, Poder. Tanto que, todo e qualquer “religioso” que envereda pelo caminho da fé, da igualdade, do comum, é logo adjetivado politicamente de “comunista”, depois de herege, sendo preso (em alguns regimes) e/ou excomungados.

Temos péssimos exemplos em todas as religiões, como também, fazendo Justiça com “J” maiúsculos, temos àqueles que enveredaram pelo caminho da fé, da transformação social e justiça para todos. Onde entre vários exemplos, temos o Papa Francisco, que incomodou a todos que se utilizam da religião como plataforma de poder.

Hoje no Brasil temos a Igreja Católica começando a rediscutir a “Teologia da Libertação”. O surgimento de pastores Batistas e Pentecostais, como já colocado, apelidados de comunistas pelos reacionários religiosos, que fazem frente à Teologia da Prosperidade. Berço de um sem número de Jonas Nightengale. Pessoas que vivem de golpes, verdadeiros estelionatários que enriquecem por conta da fé de inocentes.

Estes pastores já deixaram claro a que vieram. Buscam o poder político através do uso da manipulação da fé verdadeira de suas ovelhas, de seus rebanhos. Policiais fardados assistindo cultos, Exército de Jesus, Traficantes de Jesus, qualquer coisa vale pelo domínio territorial e do pouco dinheiro de cada uma de suas ovelhas.

Suas últimas atuações na política, sem qualquer pingo de vergonha, foram contra qualquer projeto que possa dar autonomia às populações. E para piorar, a favor dos roubos e de passes livres, verdadeiros “Habeas Corpus”, que antes salvou alguns dos porões da Ditadura Civil e Militar, para hoje se manter longe da Justiça. Trapaceiam, enriquecem e não querem ser investigados. Se consideram homens de Deus. E como os Papas da idade Média, acham-se acima do bem e do mal e podem ter quantas amantes quiserem.

As próximas eleições presidenciais e para o Congresso estão chegando e, se àqueles que são mais religiosos não se atentarem para a realidade de seus cultos e missas, simplesmente manterem o Congresso atual, de nada adiantará a vitória de uma não direita, extrema ou não. Voltaremos a Idade Média, onde damares defenderão o direito de pernada do soberano (pastor e/ou político), como defendem o casamento aos 14 anos das meninas. O trabalho voltará ao escravo; o desmatamento avançará; propinas em barras de ouro; aviões militares, de igreja e helicópteros de políticos estarão levando drogas para os morros, para que os castros e tarcisios de plantão matem a população periférica. Não vou falar em Educação e Saúde, pensem vocês, aliás lembrem-se que pensar não dói. Dói é disputar osso com o cachorro, para se alimentar.

Transformar em imperdoável, o que hoje é aceitável
Délcio Teobaldo
Há braços,
Sérgio Mesquita
Maricá-RJ
11.2025