O americano Robert Prevost, 69, é o novo papa. O nome dele, escolhido hoje no conclave e foi anunciado ao mundo da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, após quatro escrutínios.
O que aconteceu
Pontífice usará o nome de Leão 14. O anúncio foi feito pelo cardeal Dominique Mamberti em latim, seguindo a tradição da Igreja Católica. "Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam" ("Anuncio-vos uma grande alegria: temos um papa"), afirmou.
Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost se formou em matemática antes de decidir virar padre, aos 22 anos. Ele é poliglota e se juntou aos agostinianos para uma missão no Peru em 1985/
Novo papa tem cidadania peruana. Prevost voltou ao país latino em 2014 e ganhou a cidadania no ano seguinte.
O novo pontífice é considerado "um moderado construtor de pontes". Segundo especialistas, ele era um dos cardeais com maior chance de conseguir o cargo por sua "inclinação pastoral, perspectiva global e capacidade de governar a Cúria Romana".
Primeira aparição e bênção. Após surgir na sacada, o novo papa fará a bênção "urbi et orbi" (à cidade e ao mundo), direcionada aos fiéis que se aglomeravam em frente à Basílica de São Pedro.
Mais de 20 mil pessoas receberam o anúncio na praça de São Pedro. Muitos balançaram bandeiras e se emocionaram no meio do público após o anúncio.
Cardeal virou papa após conseguir mais de dois terços dos votos. A fumaça branca que anunciou o novo papa saiu da chaminé da Capela Sistina às 13h07 (horário de Brasília).
Como foi a bênção do papa Francisco, escolhido no conclave de 2013. No primeiro discurso, ele brincou com a própria nacionalidade, afirmando que foi "buscado quase no fim do mundo" e fez uma oração pelo papa Bento 16, que tinha renunciado ao cargo, e pediu que os fiéis presentes rezassem por ele.
Votação aconteceu na Capela Sistina
O número de votos depositados no nome escolhido não foi divulgado. Mas, para ser eleito, é necessário que ele tenha recebido ao menos 89 votos - equivalente a dois terços dos 133 cardeais votantes.
Sete brasileiros participaram da votação: Dom Paulo Cezar Costa, 57, Dom Leonardo Ulrich Steiner, 74, Dom Odilo Scherer, 75, Dom Jaime Spengler, 64, Dom Sérgio da Rocha, 65, Dom Orani Tempesta, 74, e Dom João Aziz, 77.
'Papa Negro': entenda a profecia de Nostradamus
Escrita no século XVI em linguagem simbólica e críptica, a previsão tem sido interpretada de múltiplas formas após a morte de Francisco
Com a morte do Papa Francisco na última segunda-feira, 21, aos 88 anos, retornaram as discussões em torno da chamada profecia do “Papa negro”, atribuída a Nostradamus. Escrita no século XVI em linguagem simbólica e críptica, a previsão tem sido interpretada de múltiplas formas, variando conforme o contexto histórico e político da Igreja Católica.
Entre os significados atribuídos, está a chegada de um pontífice africano ao trono de São Pedro — algo inédito na história moderna — ou a escolha de um novo Papa da ordem dos jesuítas, tradicionalmente conhecida pelas vestes escuras, em contraste com a batina branca usada pelos pontífices.
Francisco foi o primeiro Papa jesuíta da história, e alguns estudiosos consideram que sua eleição em 2013 já teria cumprido a profecia, ao representar uma mudança simbólica e institucional no Vaticano.
Outros interpretam a figura do “Papa negro” como o Superior Geral dos Jesuítas, posição que historicamente carrega esse título por causa do uniforme clerical.
O que dizem as interpretações
A profecia atribuída a Nostradamus menciona a morte de um “pontífice ancião” e a ascensão de um líder jovem com "pele escura". O termo tem sido interpretado ora de forma literal — como a eleição de um Papa negro — ora simbólica, referindo-se à indumentária dos jesuítas.
As principais leituras incluem:
Liderança jesuíta: Francisco, como jesuíta, já teria simbolizado a chegada do “Papa negro”.
Pontífice africano: Cardeais como Peter Turkson (Gana) e Robert Sarah (Guiné) são apontados como possíveis candidatos, embora nunca tenha havido um Papa moderno de origem africana.
Transformação institucional: A figura do “Papa negro” pode representar uma ruptura ou reformulação profunda na Igreja.
Apocalipse simbólico: Interpretações apocalípticas ligam a profecia a uma crise ou declínio do Vaticano, também referenciado como “Cidade das Sete Colinas”. Diz em certo trecho das profecias, que o novo Papa seria conduzido 'pela grande nação', o que se certa forma se confirma, uma vez que o Papa Leão XIV vem dos EUA, uma das maiores nações da Terra.
Profecias e contexto
Além das previsões de Nostradamus (imagem abaixo), circula na tradição católica o texto atribuído a São Malaquias, do século 12, que descreve Francisco como o 112º e último Papa antes do juízo final. A autenticidade e interpretação dessas profecias são contestadas por historiadores e teólogos, mas continuam sendo retomadas em momentos de transição no Vaticano.