“É uma farra com o dinheiro da nossa cidade. Tantos computadores assim, que não tem nem aonde colocar. Qual é a finalidade desse contrato?”, questionou o vereador Ricardo Netuno, cobrando apuração e transparência no processo licitatório.
Em meio a um cenário político local conturbado e com uma transição que para muitos ainda não acabou e tem sido a mais traumática de toda a história recente de Maricá, o vereador Ricardinho Netuno (PL) colocou mais lenha na fogueira ao fazer uma grave denúncia de possível superfaturamento na compra de computadores pela prefeitura e pela CODEMAR (Companhia de Desenvolvimento de Maricá) que deverá ter em breve a troca de comando, com a saída de Hamilton Lacerda e a entrada de Celso Pansera, primeiro presidente do ICTIM (quase - pessoa não grata no FINEP) e que tem denúncias de assédio moral, profissional e psicológico às funcionárias do instituto, hoje presidido por Claudio Gimenez (que segundo funcionárias, procede da mesma forma).
A acusação do vereador Netuno (PL), feita durante a sessão da Câmara de Vereadores da segunda-feira (12/05), aponta para um provável prejuízo milionário aos cofres públicos.
De acordo com o parlamentar, a prefeitura estaria adquirindo computadores por R$ 13 mil cada unidade quando o valor dos mesmos no mercado ficaria em torno de R$ 6 mil.
“A prefeitura pagou mais do que o dobro. Eu denunciei, já existe uma investigação no Ministério Público com inquérito aberto”, informou Netuno, detalhando que a compra envolveu 75 unidades do tipo 1 e mais de 800 do tipo 2.
+ 8.218 computadores e notebooks
O vereador também lançou suspeitas sobre um novo contrato firmado pela Codemar, ainda presidida por Hamilton Lacerda, que prevê a aquisição de uma quantidade expressiva de equipamentos de informática.
Segundo Netuno, o contrato inclui a compra de 2.453 computadores tipo 1, 5.065 computadores tipo 2, 7.517 nobreaks e 700 notebooks, além de outros itens não especificados.
“Ele tá fazendo um novo contrato milionário, que tudo indica estar sendo direcionado para empresas amigas”, declarou o vereador na tribuna (conforme vídeo abaixo), levantando questionamentos sobre a necessidade de um volume tão grande de equipamentos e a destinação dos mesmos.
“É uma farra com o dinheiro da nossa cidade. Tantos computadores assim, que não tem nem aonde colocar. Qual é a finalidade desse contrato?”, questionou o vereador Netuno, cobrando apuração e transparência no processo licitatório.
Editorial de Ricardo Cantarele da TV Copacabana
"A nova denúncia de Ricardinho Netuno ocorre em um contexto peculiar para Maricá.
Nos últimos tempos, a cidade tem sido associada a um discurso de diferenciação em relação ao restante do país, impulsionado pelo jargão 'Maricá é meu país'. Essa expressão, adotada pelo líder revolucionário Washington Quaquá, tem sido interpretada por muitos como um símbolo de uma suposta autonomia local, marcada por homenagens a figuras históricas estrangeiras em nomes de hospitais, ruas e edificações, como o Hospital Ernesto Guevara e a Rua Carlos Marighella.
Essa atmosfera de 'independência' de Maricá levanta questionamentos sobre a aplicação efetiva das leis brasileiras no município, especialmente diante de denúncias recorrentes de irregularidades que, segundo relatos da população, nem sempre encontram respostas adequadas.
A atual denúncia de possível superfaturamento e direcionamento de contratos na Codemar reacende o debate sobre a gestão dos recursos públicos em Maricá e a necessidade de fiscalização e transparência, em um momento em que a frase 'Maricá é meu país' parece ecoar com uma conotação cada vez mais controversa.
Comprovando autonomia do prefeito onde destinou 8 MILHÕES para um projeto pessoal a Escola de Samba União de Maricá sem a devida contrapartida ao povo do município uma atitude já feita no passado que não deu em nada abrindo espaço para ser feita novamente aos olhos da LEI.
A população aguarda respostas das autoridades competentes para saber se, de fato, a lei brasileira prevalece em Maricá".
Ricardo Cantarele é jornalista da TV Copacabana