sexta-feira, 21 de junho de 2024

JULIO CAROLINO REALIZA A AUDIÊNCIA PÚBLICA DA CULTURA


 Finalmente os artistas e fazedores de cultura de Maricá foram ouvidos. Soluções vão vir? Todos acreditam que sim, pois o primeiro grande passo foi dado com a audiência pública da cultura de Maricá, realizada na tarde da quinta feira 20 de junho na Câmara de Maricá.

Com o plenário lotado de artistas de todos os segmentos, o vereador Júlio Carolino deu início a audiência agradecendo a presença de todos e falando da vasta imensidão da cultura, presente em todos os momentos de nossa vida. 

Júlio chamou para compor a mesa diretora, e sentando-se ao seu lado o poeta, escritor e artista (ex-secretário de cultura de Maricá), Sady Bianchin, que falou da inauguração no dia anterior (quarta 19) da casa Darcy Ribeiro depois de 15 anos do seu lançamento (e aquisição do imóvel). Falou sobre a importância da cultura, do respeito aos artistas, do perigo da privatização da cultura, afirmando que é o único lugar onde não somos colônia e quando se pensa em cultura e em gestão pública, disse que o país tem uma péssima história de memória para tempos anteriores, de heranças coloniais perversas, autoritárias e que nos coloca uma história de golpes.

Afirmando que a cultura é ampla e genérica, disse que a violência também é cultura, é uma história de golpes aos povos originários, às mulheres e os povos afrodescendentes dentro da veia artística, até chegar aos golpes atuais.

Referindo-se a gestão pública, afirmou que não basta que acabem com os golpes, mas sim descontruir a cultura de golpes que existe e se faz presente, mas disse que em Maricá, existe uma memória de revoluções sociais tendo nome e sobrenome citando o ex-prefeito (Washington Siqueira), o atual (Fabiano Horta) e a casa de leis maricaense que vem implementando as políticas públicas na cidade          mas afirmou que na cultura em Maricá, "ainda há muito o que se avançar"!

Lembrou que no primeiro ano do governo (2009) do atual deputado federal Washington Siquera (o Quaquá), foi lançado a pedra fundamental do grande complexo cultural que ocuparia a área do antigo Detran e a rua em frente para ser uma grande galeria de arte. Reconhece que o centro cultural não aconteceu, mas o Cine Henfil e a biblioteca são realidades em Maricá "um cinema de rua e público", lembrou Sady.

Falou da criação do Maricá das Artes, da Maricá Filmes, a incubadora cultural (ambas em sua gestão) e das leis de incentivo (onde infelizmente nem todos são comtemplados, mas que precisam existir cada vez mais) como o PROAC (criado por ele) e da lei federal Paulo Gustavo.

Sugeriu que o caminho é a política de investimentos no território, onde a sociedade civil decide o que querem e o que é prioridade naquele território. "É preciso resolver os problemas e não acabar com os projetos", finalizou, pedindo o esforço dos artistas nessa solução, se colocando à disposição de todos.


Com o uso da palavra, a secretária de agricultura, pecuária, pesca e abastecimento, a veterinária Mariana Príncipe, que agradecendo a oportunidade, lembrou da magnífica audiência pública da cultura pesqueira que aconteceu ali na casa de leis na quinta feira 13 de junho e que muitas histórias foram ouvidas, muitas solicitações foram feitas e muitas ideias foram lançadas, que poderão em breve se tornar realidade pelas mãos do vereador Júlio Carolino. 

Aproveitou também para falar (mesmo que rapidamente) dos belos resultados e dos magníficos trabalhos feitos pela sua secretária de agriCULTURA, onde temos a cultura do agronegócio e de tudo que pode ser explorado em termos de cultura neste segmento.

Ao chamar o secretário de cultura Leandro Dasilva, os presentes ficaram decepcionados pela sua ausência, mas a secretaria de cultura foi representada Leandro Araújo - coordenador do setor de áudio visual e gestor do Cine Henfil, informando que o secretário da pasta teve uma emergência a cumprir.

Disse da importância da presença da secretária de agricultura, mencionando que na pasta que ele ali representa, existe a política do 'cultivo', por que a cultura é exatamente isso, é o dia a dia e se colocou à disposição para ouvir e levar as demandas e nada mais pode contribuir.

Ao seu lado, convidada pelo vereador Julio, sentou-se a escritora do último livro sobre a história de Darcy Ribeiro - Rita Rosa, professora e educadora há 39 anos, que dizendo estar muito feliz por estar ali, afirmou que a audiência pública da cultura é um marco na história de Maricá, com a possibilidade dos artistas serem ouvidos em suas demandas, esperando que seja em muito breve aplicado o orçamento participativo, com caminhos de onde e como poderá ser usado.

ARTISTAS SE MANIFESTAM

Dos convidados que ocuparam as mesas do plenário Tiradentes, o primeiro a falar foi o icônico Edmilson Santini, cordelista renomado, que como sempre, se apresentou um belíssimo 'repente', segundo ele "um aboio em homenagem aos presentes", afirmando ser um 'beberrão da cultura popular'.

Lembrou que o cordel passou a ser um patrimônio imaterial da cultura brasileira através de lei do governo de Michel Temer em 2018, e disse que apesar de tudo, a cultura de Maricá vive 'um bom momento', mas solicitou a criação de TEATROS DE RUA e lembrando que já tem uma idade avançada e somente sua obra ficará para eternidade, solicitou a criação de OFICINAS DE CORDEL em Maricá, para a busca e criação de novos talentos. 

Júlio Carolino informou que tentará que uma audiência pública da cultura de cordel seja feita na casa de leis.

O próximo a falar foi Valdo Lima, atual presidente do Fórum Cultural de Maricá e um dos diretores da União de Maricá.

Falou dos graves problemas pelos quais os artistas de Maricá vem enfrentando nos editais e seus devidos pagamentos com enormes atrasos e desculpas infindáveis: "não queremos estar de pires na mão e nem chutar a porta para resolver estes graves problemas", sentenciou e quis saber como ficará a eleição dos novos conselheiros de cultura da cidade!?!

Dizendo que Maricá está começando a resgatar a ancestralidade cultural, falou do marco que foi a inauguração da Casa Darcy Ribeiro em Cordeirinho e disse que a audiência é fundamental para diminuir distâncias entre o povo (e no caso a classe artística) e o poder público.

Pediu que os vereadores de Maricá lutem para que os desfiles das escolas de samba do município que já foi o segundo mais importante do estado, passe a ser um patrimônio imaterial da cidade, e que continue acontecendo todos os anos.

Anderson Terra do Instituto Terra do Saber, foi o próximo a se manifestar e suas colocações foram o grande resumo do que todos ali presentes estavam afoitos para falar e se manifestar

"Saúdo os mais antigos e saudando os mais antigos, saúdo a todos os demais presentes.

Me chamo Anderson Terra, sou CEO do Instituto Terra do Saber, empresa legalizada no segmento de consultoria para legalização e participação de chamamento público e privado de fomentos culturais diretos e indiretos. Somos a empresa mais vencedora de fomento direto no estado do Rio de Janeiro e estamos inaugurando nosso escritório na cidade de Maricá, onde nos últimos anos, temos colocado o nome da cidade no rol dos vencedores de editais no estado e no pais.

Para não me alongar gostaria de dizer que na categoria de música, o edital mais concorrido do país o primeiro lugar é de Maricá, no edital da lei Paulo Gustavo de conexões urbanas  o primeiro lugar é de Maricá. Nos sentimos felizes por isso, dizendo que existe sim uma produção cultural de muita qualidade na cidade.

Ao todo, no ano de 2023, ganhamos com artistas da cidade 2 prêmios nacionais, 27 prêmios estaduais e 18 prêmios municipais", explicou.

E se dirigindo diretamente à Júlio Carolino disse: "Vereador, a cultura de Maricá é excelente, agora me refiro a cidade. Levantamento feito por nossa empresa, mostra que os gastos da cidade em cultura é maior que o orçamento anual, de muitas cidades.

Vejamos nossa secretaria de Turismo, que protagoniza eventos espetaculares com grandes nomes da música brasileira e anda flertando com nomes internacionais. A maior parte dos municípios brasileiros tem uma ou duas festas com artistas nacionais aqui temos pelo menos 5 grandes eventos anuais, achamos isso maravilhoso.

A secretaria de Direitos Humanos também tem orçamento privilegiado para cultura e um programa diferenciado chamado de Cultura de Direitos. Lá existem cursos de formação básica de atores, e eventos culturais de música, arte, capoeira e muito mais, realmente uma coisa de primeiro mundo.

A Codemar tem galpões tecnológicos com um espaço games, com capacitação para criadores de conteúdos, realiza o Maricá Games, administra o museu Darcy Ribeiro, que tem sala de podcast, estúdio de gravação, karaokê, biblioteca... garanto a vocês ser coisa rara em se tratando de uma prefeitura.

A Codemar vai ter uma escola de formações de atores com a provável direção do ator José de Abreu e vai trazer também uma Universidade de Moda em parceria com o Instituto Zuzu Angel.

Tenho que falar do ICTIM e o audiovisual, das exposições como a Maricá dos meus afetos na Casa de Cultura, a secretaria do Direito da Mulher, o Pedacinho do Céu, os eventos no Espraiado, em Itaocaia, enfim existe cultura boa em toda Maricá.

Não preciso falar dos recursos para FLIM e nem do vibrante e ostentador carnaval com a escola da nossa amada cidade (citando a União de Maricá).

Sim, a cultura realizada pela prefeitura é maravilhosa", definiu, mas as lonas culturais devem ser utilizadas em sua plenitude.

E em dado momento do seu discurso, onde com certeza imaginava que o secretário de cultura estivesse presente, questionou: "secretario Leandro, o que o senhor atribui a falta de prestígio da secretaria de cultura do município, a ponto de termos que realizar uma audiência publica para tratar do pagamento de pessoas que tinham R$ 5,10 mil reais a receber?

Secretario, onde erramos por perder R$ 1,5 milhões de reais do PROAC, se é que vai sair esse dinheiro esse ano, porque teria que ser publicado até 30 de abril e não vimos esta publicação no JOM (jornal oficial de Maricá)?

Secretario Leandro, o senhor está secretario mas antes disso o senhor é artista. O oportunista detesta o capacitado, quando ele entende suas limitações ele chama pessoas qualificadas para ajudá-lo. A ministra Margareth Menezes entendeu isso e tem um grande gestor ao seu lado para tocar as ações do ministério e ela brilha intensamente pela sua luz e infinita veia artística" pontuou.

E continuando, fez uma afirmação: "Secretario Leandro, sua equipe é caricata e comete erros amadores, um edital cheio de falhas, erros grosseiros na condução e provas contundentes de erros no processo!"

"Vereador, a equipe do Instituto Terra do Saber, descobriu e notificou membros da sociedade civil e da secretaria de cultura, um erro grosseiro de troca de plano de ação que ao mudar a publicação no diário oficial da lei Aldir Blanc para lei Paulo Gustavo, deixou os fazedores de cultura perplexos com a possibilidade de perder R$1,349 milhões.

Para finalizar gostaria de enviar algumas sugestões:

Vereador, a comissão de cultura da Câmara de Maricá, assim como qualquer outra comissão, pode contratar um corpo técnico. Se o senhor sentir essa necessidade existem excelentes nomes aqui, que são gestores culturais.

Vereador, precisamos de uma lei para regulamentar cachês artísticos. Cito o fato corriqueiro de uma cantora da cidade que fez a abertura de um show de R$ 400 mil reais e ganhou em seu show apenas R$ 3 mil. Essa oportunidade do artista da cidade cantar para 30, 50 mil pessoas, a cidade poderia pagar um cachê de 10% no mínimo para o artista da cidade.

Vereador, chegamos a organizar um festival internacional de teatro, mas não temos um teatro municipal, o estado tem a normativa de 100 mil habitantes para ter batalhão da polícia militar, do corpo de bombeiros, vamos criar a lei da cultura, para ter um teatro municipal. Maricá quer um teatro!

Vereador, a cidade pode ter um Retiro dos Artistas para acolhimento destes profissionais que tanto já contribuíram e estão em fase final de uma brilhante carreira e precisam ser amparados.

Vereador, gostaria de agradecer a oportunidade e dizer que, por mais que eu tenha sido firme, eu sou da construção, acertamos porque lá atrás erramos muito também, e apanhando aprendemos a estudar. O meu muito obrigado" finalizou sob longo aplauso de todos os presentes.

A seguir o artista e cineasta Luiz Nassor, disse que sua história começou quando em sua casa muito humilde, depois de muito trabalho do seu pai para conseguir dinheiro para caiar a casa, ele pegou um pedaço de carvão e desenhou na parede recém pintada. Sua mãe embora chateada, não brigou e pegando papel e lápis disse: 'é aqui que você vai desenhar". Ou seja, ele recebeu incentivo desde criança e afirmou que é exatamente isso que falta do poder público ao artista maricaense. Cresceu, estudou, formou-se em cinema pela UFF e veio devolver aquilo que aprendeu, aqui em Maricá, realizando uma série de trabalhos com o então secretário Sérgio Mesquita.

Falou da falta do reconhecimento do artista em Maricá, que só é 'respeitado e reconhecido' se este se projetar fora da cidade, querendo saber o verdadeiro sistema de cultura do município e a não utilizando dos espaços de cultura existentes no município, que não são vistos nem devidamente contemplados por este sistema cultura atual.

Falou a seguir o Professor Anibal, amigo pessoal de Darcy Ribeiro, convidando todos a irem a casa Darcy Ribeiro para fazerem uma audiência pública à beira da praia.

Blanca, museóloga e representando a diretora do Museu Histórico de Maricá - Norma Brum, trouxe o convite dela para que a população ocupe o espaço do museu, sempre aberto à população. O advogado Alcineo falando de democracia parabenizou a audiência pública protagonizada pelo também advogado Júlio Carolino. 

O artista plástico e produtor cultural Everaldo Rocha, em sua fala disse que se apropriaria da fala do ex-secretário Sady Bianchin e questionando todos os presentes em especial os representantes do poder público, quis saber QUAL É O SISTEMA DE CULTURA DA CIDADE?

Disse que para resolver os atuais problemas na cultura da cidade, juristas do seu conhecimento disseram que o caminho é ir para o Ministério Público )o que ele particularmente não acha necessário, e sim, que aconteça o devido esclarecimento e posicionamento do poder público), e pediu que em Maricá, se respeite o artista e que se cumpra a lei.

A seguir falou Rosane Canuto, presidente do Fórum de Conselheiros de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, responsável por ter colocado ordem do conselho cultural do estado, pedindo a saída de uma conselheira (de Maricá) que é funcionária pública da cultura e não poderia estar na cadeira.

Parabenizou Sady e fez das palavras de Anderson Terra as suas e questionou o orçamento do município na área de cultura, onde se prevê que 1% deste orçamento seja destinada à secretaria, o que na verdade não aconteceu e onde R$ 60 milhões não vieram para a pasta, que teve um orçamento de apenas de R$ 16 milhões, impactando diretamente nas lonas culturais citando a de Inoã que está totalmente destruída.

Rosane afirmou também, que o município lembrando que todos ali são PROFISSIONAIS DA CULTURA trabalhando e correndo atrás de segunda a segunda, pois o profissional trabalha também nos finais de semana e feriados, e temos que lutar pelos nossos direitos como de todos os trabalhadores do Brasil; o direito de se aposentar, o direito de ter um fundo de garantia, o direito de ter férias, pois somos profissionais de cultura.


Lamentou o fato de que Maricá não respeita a importância do Fórum de Cultura e disse que es artistas não conseguem levar as demandas e serem ouvidos pelo secretário de cultura e se colocou à disposição do vereador Júlio Carolino, presidente da comissão de cultura da Câmara para juntos resolverem a questão do orçamento da cultura no município.

Lamentou também o fato que Maricá, onde investimentos são vistos em todos os locais, e onde a cultura se faz presente em várias secretarias, a secretaria de cultura é pouco vista. "Me dói muito quando vejo uma FLIM e não vejo a chancela da secretaria de cultura, me dói muito quando eu vejo uma casa Darcy Ribeiro que não tem a chancela da cultura, por que no momento que isso acontece, inviabiliza o trabalho de nós artistas e fazedores de cultura. Precisamos ter a nossa secretaria de cultura forte, com uma verba boa, para que a gente possa trabalhar", concluiu Rosana propondo também a criação do Fundo Municipal de Cultura, para que as verbas municipais, estaduais e federais exclusivas para a cultura, não se percam em outros caminhos.

A seguir, o novo presidente do GAM - Grupo de Artistas de Maricá (foto acima), o escritor e poeta Altamir Costa - presidente do Instituto Cultural Povo do Livro, falou do hercúleo trabalho de arrumação e restauração da importância do GAM, entidade que completará em 04 de agosto, 30 anos de existência. Lembrou à todos que hoje o grande problema, é o fato do artista de Maricá não ser ouvido, que efetivamente atenda à classe artística.

A artista plástica Meg Carvalho pediu o retorno e uma sede definitiva para a Academia de Ciências e Letras de Maricá, expulsos da Casa de Cultura (onde a entidade tinha sede, até o governo Ricardo Queiroz), e hoje sem um local para se alojar.

Léo Bittencourt, o próximo a falar,  parabenizou a iniciativa da audiência e disse que a fala de Anderson Terra economizou muito do seu tempo e pontuou sua fala.

Lembrou que a primeira vez que esteve em Maricá (hoje ele é morador), foi a convite de Rosane Canuto que o convidou para ministrar uma palestra para o Conselho de Cultura uma vez que Léo foi o fundador em 2008 do Fórum Municipal de Cultura de Teresópolis e deixou uma sugestão de uma nova audiência pública para que seja discutido e VEDADO  participação de conselheiros que estão ESCONDIDOS EM AUTARQUIAS (afirmou e é fato, que Maricá tem várias autarquias) onde estas não são submetidas as leis de 'transparência', uma vez que pessoas do poder público só podem participar de conselhos como representantes do poder público e NUNCA DA SOCIEDADE CIVIL.

O último a falar foi o jornalista e produtor cultural Pery Salgado (jornal Barão de Inohan e diretor de comunicação da AIM - Associação de Imprensa de Maricá).

Começou sua fala dizendo que ao ver e ouvir inúmeras queixas dos artistas locais, procurou saber quem era o presidente da comissão de cultura da casa de leis maricaense, e quando soube que era o amigo Júlio Carolino (com o seu gabinete de portas abertas à todos), explicou os fatos e provocou uma audiência pública, imediatamente acatada pelo vereador. Em função disso, literalmente tirou seu chapéu Panamá para o vereador em reverência e respeito.

Parabenizou Anderson Terra, dizendo que estava feliz pelo convite feito à ele para participar da audiência e que em sua preciosa fala, pontuou todos os problemas e anseios dos artistas maricaenses.

Contribuiu com o pedido de Valdo - presidente do Fórum de Cultura, de tornar patrimônio imaterial o desfile das escolas de samba do município, lembrando que o atual prefeito resgatou este desfile, mas que boatos rondam a cidade dizendo que estes podem não acontecer no próximo governo.

Pedindo SOCORRO (três vezes, e na última bradando em voz muito alta e sendo bastante aplaudido) à toda classe artística de Maricá, citou alguns exemplos como da própria esposa (Pricilla Darmont - artesã e artista plástica), de Everaldo Rocha, que tem seus ateliês onde produzem e podem dar aulas, criando assim braços do Maricá das Artes, em uma política pública/privada, em locais particulares com o apoio e subsídio do governo municipal.

E lembrando da audiência pública da cultura pesqueira onde disse que não estava tão cheia quanto esta, mas que a qualidade dos participantes eram tão grande como a atual, citou sobre a Tâmara, único fruto onde quem planta não colhe, pois demora de 90 a 100 anos para dar frutos, mas fez uma correlação com o bambu.

Lembrou que o bambu ao ser plantado, demora cerca de cinco anos para aparecer o broto, pois o bambu começa a crescer para baixo, mas depois que aflora, cresce cerca de 30 centímetros por mês, chegando a crescer cerca de 3 metros ao ano, e lembrou também que o bambu não quebra, ele enverga, tal qual o artista maricaense, que ENVERGA MAS NÃO QUEBRA!

Agradecendo a presença de todos, Júlio Carolino terminando a audiência, disse que teve muitos conselhos para que ele não realizasse a audiência pública da cultura, chamando-o de maluco e dizendo que ele estaria mexendo em 'coisa espinhosa', mas ali ele lembrou de "um velho baiano (seu querido pai)" que lhe disse: " meu filho nós SOMOS TOLERANTES, MAS NÃO SOMOS COVARDES, então faça sim todo o trabalho" e viu que não podia fugir de sua responsabilidade, ouvindo o povo, aqueles que falam a verdade, e o artista fala a verdade pois o 'ARTISTA FALA COM A ALMA, FALA COM O ESPÍRITO', comprometendo-se a lutar pelas demandas colocadas pela classe na audiência pública e (como piloto da aviação civil) citando Neil Armstrong (primeiro homem a pisar em solo lunar) que disse 'pode ser um pequeno passo, mas com certeza é um grande salto para a humanidade' e sentenciou: "essa audiência pública pode ter sido um pequeno passo que a cultura de Maricá deu, mas eu tenho certeza que isso aqui vai ser um grande salto a partir de agora, para que todos possam respeitar a cultura como ela sempre deveria ter sido respeitada e aqui hoje essa casa de leis estar aberta para ouvir a palavra para quem fala com a alma, para quem representa a cultura", finalizou. 

Assista na íntegra a audiência pública da cultura com transmissão da TV Câmara: