quinta-feira, 28 de julho de 2022

POUCAS MULHERES COMPARECEM NO ABRAÇO COLETIVO, MAS DEIXAM SEU PEDIDO DE SOCORRO (vídeos)


 Criado por Luana Silva através de uma postagem no Facebook na terça feira 26/7 após ver a notícia da morte de mais uma jovem em Maricá - vítima de violência sexual (https://obaraoj.blogspot.com/2022/07/tragedia-corpo-de-jovem-moradora-de.html) e com matéria publicada pelo jornal Barão de Inohan na manhã da quarta feira 27 convocando para um ABRAÇO COLETIVO na praça Orlando de Barros Pimentel na quinta feira (28) às 9 horas (seguido por algumas mídias locais e regionais), o encontro aconteceu com a presença de menos de 20 pessoas, mas que unidas, gritaram, pediram socorro e deixaram o seu recado solicitando ações urgentes das autoridades de Maricá para dar fim à violência diária cometida às mulheres.

Em entrevista exclusiva para o Barão de Inohan, Luana Silva pediu ações práticas urgentes. Questionada pelo jornalista Pery do por que da mobilização, Luana deixou claro que após um comentário da sua filha ao saber da morte brutal de Ysabelli dizendo estar com medo de sair de casa, o fato acendeu um sinal de alerta: "estamos enclausuradas, reféns dentro das nossas casas, com medo de sair para comprar um simples pão na esquina de casa.

Dizendo ter sido vítima da violência sexual doméstica quando criança e pré-adolescente quando teria sido abusada pelo próprio pai, Luana passou a ser uma voz, um grito de socorro para todas as mulheres de Maricá.

Segundo o jornalista, que o legislativo municipal crie leis, procedimentos para a segurança da mulher, para que o executivo municipal não de as costas e abrace com ações reais, todas as mulheres maricaenses, e que o judiciário (desde a 82 DP até o Fórum municipal e o Ministério Público estadual), abrace, faça o devido acolhimento para todas as mulheres vítimas de qualquer tipo de violência.

Em outra entrevista, a servidora pública da saúde, a enfermeira Cristiane, disse que por muitas vezes, mulheres agredidas ao chegarem na UPA ou no hospital Conde Modesto Leal, recebem o devido atendimento mas por várias vezes recebem a sugestão para não prosseguir com a divulgação da violência sofrida.

Cristiane que faz parte do movimento MOVIDADE, disse que várias vezes após atender e acolher mulheres vitimas de violência, acompanha as vítimas à delegacia (algumas vezes até com presença de advogadas), mas os inspetores de plantão e até mesmo o delegado tentam evitar que a denúncia não tenha prosseguimento.

Esperada por Luana e pelas mulheres presente, a mãe de Ysabelli, D. Lucimar não compareceu por não estar em nenhuma condição física ou emocional para no momento participar de qualquer manifestação. Na quarta feira pela manhã, ela enterrou sua filha em São Gonçalo, acompanhada da advogada Ingrid Menendes que abraçou a causa e está acolhendo a família enlutada. Segundo Ingrid, D. Lucimar estará presente na manifestação que acontecerá na segunda feira às 10:30h em frente a 82 DP.

Por solicitação do jornalista Pery (editor do Barão de Inohan), uma guarnição da 6ª Cia (comandada pelo Capitão Nunes) e duas guarnições da Guarda Municipal (com a presença do subcomandante Eduardo) e uma do PROEIS (ambas da SEOP - Secretaria de Segurança e Ordem Pública - secretário Cel. Julio Veras) estiveram presentes no encontro, assim como a vice-presidente da OAB Maricá, Luciane Mourão. Por outro lado, nenhum autoridade do executivo e do legislativo, assim como nenhum representante do CCS (Conselho Comunitário de Segurança de Maricá) estiveram presentes no ato, mostrando total descaso com a situação.

Ainda segundo Luana, um novo encontro acontecerá no sábado, em local e horário a ser confirmado, embora estes movimentos devam acontecer TODOS OS DIAS, em CADA ESQUINA até que algo real e palpável seja efetivamente feito em prol da segurança das mulheres de Maricá.

"A união de todas as mulheres, através de ações próprias, através de grupos, de movimentos, de associações, de entidades, precisam acontecer. UNIR, AGREGAR, CONGREGAR sem que ninguém se preocupe em aparecer, em estar na frente dos holofotes e tenha como único objetivo, a segurança de todos, em especial das nossas mulheres - mães, filhas, esposas, irmãs" concluiu o jornalista Pery.