Ingrid Menendes (advogada), presidente da AMM (Associação de Mulheres de Maricá) fala sobre o 1º casamento comunitário de Maricá.
O jornalista Pery Salgado esteve na sede provisória da AMM (Associação das Mulheres de Maricá) no bairro de Cordeirinho entrevistando a advogada e presidente da entidade - Ingrid Menendes para saber tudo sobre o 1º casamento comunitário de Maricá.
Ela deixou claro que foi a criadora do projeto e foi abraçado por todas mulheres que fazem parte da associação e por inúmeros comerciantes de Maricá, porém ao pedir apoio de várias secretárias municipais, para sua tristeza, a grande maioria se manteve INERTE, não deram nenhum apoio, a não ser de pequenas participações como a segurança no local, feita pela Guarda Municipal, embora tenha sido pedido a atuação em todas as ruas do entorno do Kabana 92 (local do casamento comunitário no bairro de Cordeirinho), tal fato não ocorreu e Ingrid deixou claro que enviou todos os ofícios e solicitações pertinentes ao casamento com bastante antecedência (todos devidamente protocolados), porém muitos foram sequer vistos.
Uma das solicitações atendidas foi do som do evento, feita à secretaria de turismo. Porém, os equipamento e o técnico responsável pela sonorização, chegaram bastante atrasados - o que fez com que o casamento atrasasse em uma hora - e sem determinadas condições técnicas para realizar devidamente a cerimônia.
Foram enviadas também pela secretaria de turismo, as tendas de grande porte, porém foram sem iluminação, e pelo atraso provocado pela própria secretaria, atrapalhou e tirou parte do brilho da cerimônia.
Mesmo com a organização do evento sendo feita pela AMM, onde toda a instalação elétrica foi feita, a prefeitura não fez a ligação da luz para o evento.
"Houve uma força tarefa de diversas secretaria, mas quem quis ajudar ajudou e quem não quis, não ajudou. Aqui há muito dessa inobservâncias das leis, o que é devido pelo poder público por ser um evento social e o que eles querem por cunho político. Nós sofremos perseguição política por que eu não sou uma pessoa da panelinha. Como eu não sou uma pessoa que tem cadeira, eles tentaram boicotar o evento. Mas hoje, estamos entregando todos os nossos ofícios diretamente na secretaria de governo (que nos procurou após a realização do casamento, onde a secretaria de comunicação da prefeitura quis tomar o evento para eles e pediu que a partir de agora nós façamos a entrega diretamente para eles) para que essas retaliações - parte delas cometidas por pessoas do poder legislativo, parem de ocorrer", explicou Ingrid.
Ingrid também informou que foram muito bem recebidas pelo subsecretário de governo - Gabriel, por Bárbara e ela crê que agora, as retaliações tenham fim.
O jornalista Pery Salgado quis saber como surgiu a ideia do casamento comunitário e Ingrid disse que vinha analisando e vendo (juridicamente), que muitas pessoas encontravam dificuldades em obter uma simples certidão em alguns cartórios de Maricá com gratuidade de justiça - pessoas hipossuficientes e notou também que aqui em Maricá, casais vivem juntos a 30, 40 anos e nunca tinham tido oportunidade de casar pois ao irem aos cartórios, estes cobram mais de R$ 1 mil e essas pessoas não tem condições de arcar com estas despesas.
"Na verdade isso não é apenas um projeto, eu como operadora do Direito, quero garantir a lei, pois essas pessoas tem direito a justiça gratuita e quando eu comecei a perceber isso eu resolvi ajudar essas pessoas a se casarem, pois elas tem o direito e não sabem. E ai, o projeto começou bem pequeno, tinham 10 casais para se casarem e eu falei: 'vamos ajudar esses 10 casais', e quando eu vi, já eram 50 casais e tivemos que encerrar as inscrições, pois não sabíamos como seria fazer o casamento para esses 50 casais e acabou sendo esse sucesso que todo mundo viu", contou realizada a criadora do projeto.
Inclusive, inspirada em dois casais haitianos que participaram da cerimônia e ouvindo a história das esposas, o fato motivou também a Ingrid participar da cerimônia como uma das noivas e se casar depois de estar junto com seu marido há quase 6 anos.
Ingrid comentou que não foi difícil conseguir parcerias com a iniciativa privada, mesmo sendo o primeiro casamento, sem que soubessem como poderia ser, mas disse que as empresas confiaram nela, no trabalho de sua equipe da AMM e resolveram sim apostar no casamento.
Aproveitou para informar também que em julho provavelmente já acontecerá o segundo casamento, e que as parcerias já estão sendo renovadas e confirmadas e novas empresas já estão procurando a AMM para participarem da cerimônia, que segundo Ingrid, reunirá cerca de 100 casais, onde provavelmente será dividido em dois casamentos, passando assim a ser o segundo e o terceiro casamento comunitário e com muita chance de ainda em 2022 existir um quarto casamento comunitário para o mês de dezembro.
Encerrando, o jornalista Pery ratificou a informação de que o casamento comunitário é uma criação de Ingrid Menendes, realizado pela AMM, mas que esta apenas pede o direito previsto em lei de retratação por parte da secretaria de comunicação da prefeitura, retratação essa já concedida pelo site LMS, mas que ela, pelos inúmeros afazeres, ainda não parou para redigir estas informações e enviar ao site, mas que, quando do segundo casamento se o site der a devida cobertura, as devidas e corretas informações sobre o primeiro casamento deverão ser inseridas.
"Aproveito para agradecer a vocês do Barão de Inohan e do CulturarTEEN para poder abertamente estar falando a verdade, pois nem sempre os meios de comunicação do município dão essas liberdade, até por que a maioria tem algum político envolvido e a gente não pode falar tudo que a gente quer, então eu agradeço a essa liberdade de expressão, que é necessária e é constitucional. Eu estou aqui falando o que é de direto e não denegrindo a imagem de ninguém e contando para você a realidade dos fatos e ninguém vai parar a gente. Mais casamentos virão e agora se Deus quiser, com a parceria do Tribunal. Agora no próximo casamento, além da parceria da Bispa Euda que é nossa eterna parceira, vamos ter um juiz de direito celebrando esses casamentos" concluiu Ingrid.