domingo, 10 de abril de 2022

SOFRENDO HÁ ANOS DE DOENÇA DEGENERATIVA, GM MICHELLI NÃO RECEBE O DEVIDO AMPARO LEGAL


 Nascida em 15/05/1982, Michelli de Souza Almeida Ramos dos Santos não nasceu em berço de ouro mas seu pai enriqueceu quando ela ainda era pequena.

Apesar de ter crescido em lar violento, Michelli garante que nunca apanhou pois era a princesinha do seu pai: "ele me deu a melhor educação, tinha tudo que queria na hora que eu queria, mas apesar da boa vida, eu quis aprender a trabalhar e aos 7 anos já ajudava meu pai".

Seus pais se separaram quando Michelli tinha 13 anos e foi nessa época que comecei a dançar no grupo DOCE CARINHO. Depois de um tempo chegou a participar de concursos de forró amador e conquistando alguns concursos. Participou de trio que se apresentava como cover do famoso grupo É O TCHAN.

Além da dança (sua paixão), foi capoeirista e modelo fotográfico e de passarela, onde desfilou para algumas marcas famosas: "não levei muito a sério, para mim tudo isso não passava de diversão, mas arrasava modéstia a parte, tinha um corpo escultural e realmente era linda", afirmou Michellli.

Quando completou 19 anos, seu pai faliu, ele trabalhava no extinto Bingo Cabo Frio e ganhava muito bem, e mesmo com ele falido, Michelli não sentiu tanto esse fato, mas ao engravidar aos 20 anos ficou desempregada e se viu em uma situação muito precária, mas não desistiu. 

Aos 21 anos, já com um filho no colo, chega a Maricá. O início foi difícil e não conseguia emprego, batendo de porta em porta oferecendo faxina, capina em troca de algum dinheiro ou até mesmo alimento para seu filho: "dormi muitas noites com fome porque não tinha o suficiente para nós dois, carregava e descarregava caminhão de material de construção, topava qualquer trabalho, fui caixa, tive alguns empregos, fui frentista, meu último trabalho antes da Guarda Municipal.

Mas a vida parecia que começaria a sorrir para Michelli, quando , passou no concurso para a Guarda Municipal, empatada com a melhor nota - 95: "fui a única mulher a fazer o tempo masculino na prova física,  e em 2013 ingressei na corporação" contou com uma lágrima nos olhos à nossa reportagem.

"Eu era apaixonada pela profissão e para mim, era a garantia que nunca mais passaria o que havia passado. Fui a primeira mulher a fazer curso de operações táticas na Guarda Municipal de Maricá. Era muito querida em todos os postos que trabalhei, até que no final de 2016 meu mundo desabou; fui diagnosticada com uma doença degenerativa na coluna.

Em 2018 já apresentava comprometimento sensitivo motor e mesmo já estando enquadrada para aposentadoria por doença incurável a previdência insistiu em me 'readaptar' de forma errada e inadequada, porque não mudaram minha função e apenas só me mudavam  de posto.

Essa postura da previdência e da GM só fez acelerar minha doença e no decorrer desses anos desenvolvi depressão e transtorno de ansiedade inclusive com tendência suicida.

Em abril passado perdi meu irmão mais velho, fato que impactou ainda mais a minha vida e minha saúde pois perdi 14 quilos e com a perda de massa muscular eda pouca gordura que tinha (sempre fui esguia, padrão fit) aumentaram minhas dores, chegando ao ponto de serem insuportáveis" informou Michelli.


INAPTA E SEM TRATAMENTOS

E continua: "Em agosto de 2021, fui diagnosticada com dor intratável e tida como inapta ao retorno ao trabalho por tempo indeterminado. Apresentei o laudo mas a perita o leu e simplesmente ignorou e me devolveu.


Desde então, não consigo trabalhar, fazendo com que meu filho de apenas 19 anos tenha que sustentar a casa, cuidar de mim e de todas as contas. Minha dor como disse é intratável e por vezes insuportável (nem morfina faz passar, só alivia), eu ainda ando mas por sofrer com essas dores intensas não consigo andar muito nem ficar de pé muito tempo, me obrigando a ficar a maior parte do tempo sentada ou deitada e usando uma cadeira de rodas, que foi recém reformada pelo STUDIO CO.CRIAÇÃO (em São José do Imbassai), a pedido do amigo e jornalista Pery Salgado, o que me deu um pouco mais de conforto na mobilidade.

Tenho tentado me aposentar, coloquei requerimento no ISSM (Instituto de Seguridade Social de Maricá) mas não me responderam. Meus médicos foram demitidos da prefeitura, então estou desde agosto de 2021 sem um efetivo acompanhamento médico, tentando vaga para outro médico que vai reiniciar toda investigação médica para poder dar novo diagnóstico.

Mesmo sabendo dessa situação, a direção da Guarda Municipal me negou verbalmente o afastamento exigindo laudo recente. Resumindo estou sendo negligenciada desde o diagnóstico e hoje sobrevivo às custas do meu filho que era para estar estudando, morando numa comunidade (gerando risco por ser da segurança pública) e totalmente largada a própria sorte, sofrendo, tendo que me medicar em emergência e sem nenhum apoio, nem da minha família (ainda em Cabo Frio) que é influente e rica, inclusive me proibindo de ver minha avó que vai completar 101 anos e muito menos dos órgãos responsáveis pela administração pública de Maricá.

O jornal Barão de Inohan e o CULTURARTEEN tem acompanhado todo o processo de aposentadoria da GM Michelli e segundo o comandante da Guarda Municipal - Jean, o processo está em andamento e em breve será finalizado, porém, enquanto nossa querida Michelli sofre, sem nenhum amparo e recursos financeiros. Ela e nós só queremos sua saúde e seu sorriso de volta. Estamos de olho!!!!