Local já atendeu mais de 10 mil mulheres vítimas de violência física, sexual, institucional e patrimonial com auxílio psicológico, jurídico e assistencial
Atual sede da Casa da Mulher, na rua Vereador Luiz Antônio da Cunha 310, ao lado do SAREM (atrás o terminal rodoviário do centro de Maricá) |
A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher e da Coordenadoria de Políticas para Mulheres, comemora os 11 anos da Casa da Mulher de Maricá, oferecendo atendimento, acolhida, atenção, escuta, orientação, acompanhamento e encaminhamento a mais de 10 mil mulheres vítimas de violência física, sexual, institucional e patrimonial. A maioria dos casos acontecem com mulheres entre 31 e 40 anos, representando 25% do total de moradoras nesta faixa etária. Em 2022, a grande novidade será um equipamento, totalmente revitalizado, para oferecer estes e outros serviços, com previsão de inauguração para o final do primeiro semestre.
Embora algumas mulheres reclamem do atendimento, o espaço conta com profissionais capacitados para atendimento psicológico, orientação jurídica e assistência social. Quase 2 mil mulheres já passaram por acompanhamento no último ano.
“Toda mulher pode procurar a Casa da Mulher, estamos de portas abertas e não é necessário nenhum encaminhamento. Nossos atendimentos acontecem através de agendamento, mas em casos emergenciais a equipe acolhe e oferece orientação psicológica e jurídica imediatamente”, explica a coordenadora de Políticas para Mulheres, Luciana Piredda.
Atendimento às assistidas
Vítima de violência doméstica física em 2012, N. , de 45 anos, descobriu a partir do acolhimento e atendimento na Casa da Mulher de Maricá, onde faz acompanhamento há 10 anos, que já vinha sofrendo violência psicológica há tempos, dentro do relacionamento de 7 anos com seu ex-marido.
“Perdi parte da visão e meu útero, por causa do espancamento. Fui agredida pelo meu ex-marido na frente dos meus dois filhos (16 e 18 anos), que na época eram menores. Um deles, inclusive, é autista e entrou em depressão. Quando consegui ir na delegacia prestar a queixa, me encaminharam para Casa da Mulher, que passou a ser minha primeira casa. No mesmo dia, me direcionaram para o exame de corpo delito. A partir dali, tive todo o amparo necessário. Uma década contando com a Casa da Mulher até hoje, local acolhedor que me abraçou e abraçou meus filhos”, contou a auxiliar de serviços gerais.
A assistente social B., de 43 anos, foi casada durante 22 e sofreu violência psicológica por 4, até conseguir o divórcio. Apesar de sua formação e conhecimento, ressaltou que a ajuda profissional das equipes preparadas da Casa da Mulher colaborou para que tomasse as melhores decisões para sua vida.
“Me separei e fiquei sem chão, lembrei que na cidade tem a Casa da Mulher e foi quando procurei ajuda, e já no primeiro atendimento me senti acolhida. Foi lá que percebi que sou capaz de continuar. Venho feliz para as consultas com a psicóloga e saio renovada dos atendimentos. Recomendo que todas as mulheres que têm seus direitos desrespeitados procurem a Casa da Mulher. Aqui o atendimento é humanizado!”, disse uma assistida, que preferiu não se identificar.
Novo local para acolhida e sala profissionalizante
A Casa da Mulher Heloneida Studart, na região central da cidade (ao lado do SAREM), já está em fase de finalização das obras. O espaço foi totalmente revitalizado. A construção, com 220 m², contará com auditório, academia para terceira idade, pergolado, espaço de socialização, horta comunitária, sala multiuso, salão de beleza, espaços para cursos profissionalizantes e brinquedoteca. Além do espaço físico – o projeto é resultado de emenda parlamentar do então deputado Fabiano Horta, atual prefeito de Maricá –, contará também com um veículo, que atenderá necessidade de mobilidade de mulheres acolhidas no local.
“O salão servirá também como escola e um espaço de terapias integrativas para as assistidas, que poderão renovar sua autoestima e se autoconhecerem. Os cursos profissionalizantes vão possibilitar que as mulheres adquiram capacidade técnica para trabalhar e constituir renda”, pontuou Luciana Piredda.