domingo, 14 de junho de 2020

Prefeitura lamenta falecimento do cantor Claudinho Guimarães. Conheça a trajetória do sambista!

Claudinho, na praia de Itaipuaçu, sua sala de visitas, quintal da sua casa

Com enorme pesar que a Prefeitura comunica o falecimento, na noite desde domingo (14/06), do sambista, compositor e músico Claudinho Guimarães. Claudinho, de 50 anos, faleceu  durante o atendimento  em um Posto de Saúde no Jardim Atlântico, em Itaipuaçu, vítima de um infarto fulminante. A notícia foi dada em primeira mão pelo jornal Barão de Inohan, cerca de 40 minutos após seu falecimento.

A última apresentação do artista, um nome nacional do samba, foi nas Lives musicais comemorativas dos 206 da cidade, onde apresentou seus maiores sucessos. A Prefeitura se solidariza com a família e expressa os seus sentimentos pela perda de um dos mais ilustres e queridos representantes de Maricá.

Ao lado da atuação musical, Claudinho Guimarães emprestou seu talento às causas sociais mais relevantes, tendo sido sempre um grande parceiro da Prefeitura e da cidade. Recentemente, preocupado com a pandemia da Covid-19, compôs e gravou um samba para homenagear quem trabalha na linha de frente e ajudar na campanha de conscientização da população em torno da importância do isolamento social e de ações de higiene pessoal. 

"Eu tinha feito uma música falando do médico e enfermeiro. Aí uma amiga de Facebook, que é motorista de uma ambulância, veio no privado e falou: Eu não quero me meter não, mas você só fez música para médico e enfermeiro. Tem tanta gente que trabalha nessa área também. Aí eu parei em baixo do pé de pitanga e consegui fazer uma música e colocar bastante gente. Mas todo mundo pode se sentir abraçado e homenageado porque vocês são nota 10 e estão fazendo um diferencial nessa campanha”, relembrou, na entrevista concedida antes da apresentação pelos 206 anos da cidade. 

Claudinho Guimarães tinha vários sucessos gravados nas vozes de grandes sambistas como Zeca Pagodinho, que gravou os sucessos “Quando a Gira Girou”, “Lá vai Marola” e Shopping Móvel”; Alcione “Mangueira é Mãe”; além de Beth Carvalho, Leandro Sapucahí e Diogo Nogueira com a música “Da Melhor Qualili”. Em uma live apresentada na tarde deste domingo, o cantor Diogo Nogueira prestou uma homenagem a Claudinho Guimarães cantando a música “Quando a Gira Girou”.

Claudinho Guimarães sempre esteve envolvido em projetos de samba em Maricá. Iniciou em 2014 o projeto Samba Di Boteco, realizado nas praças em parceria com a Secretaria de Turismo. Neste ano, ele começou o “Quero Samba”, que acontecia de 15 em 15 dias nas praças e lonas culturais da cidade. Por conta da pandemia da Covid-19, o projeto foi suspenso e retomaria quando tudo voltasse à normalidade. Como estreia, o sambista convidou a cantora Luiza Dionísio. 

Além de encantar os admiradores do ritmo com suas letras, dava aula de cavaquinho no Projeto Cultura de Direitos, da Secretaria de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher.

Natural do Rio de Janeiro, com 14 anos Claudinho começou a tocar pandeiro, talento herdado da família, mais precisamente, da Dona Gina, do avó materno Manoel, pandeirista, e do primo Edinho , cavaquinista e violinista.

Aos 15 anos, influenciado pelo partido-alto que escutava na rua, Claudinho trocou o pandeiro pelo cavaquinho e nunca mais se separou do instrumento de corda. Foi uma questão natural.

Mais tarde, iniciou a carreira de músico e rapidamente passou a integrar importantes projetos musicais na cidade do Rio de Janeiro e, sobretudo, na Lapa, um dos redutos do samba carioca, acompanhando grandes nomes, como Almir Guineto, Monarco, Nelson Sargento, Jovelina Pérola Negra, Sombrinha, Arlindo Cruz, Walter Alfaiate, Wilson das Neves, Nei Lopes, Guilherme de Britto, entre outros. Também fez parte do “Força da Cor”, grupo que gravou um LP, em 1993, pela gravadora Continental.

A partir dos anos 2000, Claudinho começou a amadurecer como artista, assumindo o canto e iniciando sua trajetória de compositor. Fez parcerias musicais significativas com amigos e compositores, como Serginho Meriti, Tiago Mocotó, Evandro Lima e Júlio do Banjo.

Toda essa experiência acumulada fez com que Claudinho seguisse o percurso natural: iniciar a sua carreira solo e, consequentemente, produzir uma discografia. Primeiro, em 2009, lançou o CD Luz do Criador, com produção do parceiro Evandro Lima. Já, em 2013, veio o segundo álbum intitulado “De Bem com Vida”, com produção do Rildo Hora.

Outro registro fonográfico marcante da carreira de Claudinho Guimarães é a presença na terceira edição do Quintal do Pagodinho, lançado em 2016. Claudinho Guimarães foi um dos destaques da edição, ao lado de nomes como Paulinho da Viola, Maria Rita, Diogo Nogueira e Moacyr Luz.

Em nome da Cultura de Maricá, o secretário da pasta, Sady Bianchin, solidariza-se com a família e com os amigos do sambista Claudinho Guimarães, que faleceu na tarde deste domingo (14/06), vítima de um infarto. Perde o município, perde a comunidade do samba um músico, cantor e compositor de primeira grandeza, homem compromissado com o coletivo e que buscava instrumentalizar sua arte para fazer do mundo um lugar melhor.  Neste momento de dor, não podemos deixar de prestar nossa homenagem a esse artista que se dedicou a preencher a cidade com música de qualidade e genuína alegria. Unimo-nos a todos os músicos, fãs, familiares e amigos do sambista para prestar nossa homenagem, levar nosso sentimento de pesar.