domingo, 7 de junho de 2020

Referência global sobre Covid-19, Universidade Johns Hopkins interrompe contagem de dados do Brasil

Plataforma utiliza informações repassadas pelo Ministério da Saúde para comparar com outros afetados pela pandemia. Site da pasta retirou dados do ar

A Universidade Johns Hopkins, referência na contabilidade de estatísticas globais da pandemia de Covid-19, interrompeu no sábado 06/6 a contabilização de dados sobre a doença no Brasil, terceiro país do mundo com mais mortos e o segundo em número de casos. Desde o início da crise sanitária, em março, a instituição disponibilizava informações com base nas divulgações feitas pelo Ministério da Saúde e as utilizava para posicionar o país em um ranking de nações afetadas.

Durante a noite da sexta-feira 05/6, a plataforma que o ministério utiliza para tornar os números públicos saiu do ar e exibiu um aviso de manutenção. Ao ser retomada no sábado 06/6, ela passou a exibir apenas os casos confirmados, em recuperação e óbitos das últimas 24 horas. A Johns Hopkins, no entanto, usa a soma de todas as notificações realizadas desde o início da pandemia.

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No sábado 06/06, o painel da universidade americana, que tornou-se a principal fonte de consulta de pesquisadores e meios de comunicação, deixou de indicar informações sobre o Brasil. O Ministério da Saúde é a única fonte que a Johns Hopkins tem sobre os dados do país.

Tabela registrada na última sexta-feira (5) pela Universidade John Hopkins: naquele dia, a instituição americana exibiu a notificação de 24.720 novas infecções e 921 novos óbitos nos EUA. No Brasil, no mesmo dia, a instituição não informou novos casos e mortes. O "branco" deve-se ao fato de que o país não divulgou a soma de todas as estatísticas sobre a Covid-19 coletadas desde o início da pandemia, como o Ministério da Saúde vinha fazendo até agora em seu site.

Procurada, a instituição americana confirmou que as estatísticas foram retiradas de seu painel devido à suspensão do conteúdo oriundo do Ministério da Saúde. Os pesquisadores planejam registrar em seu site as estatísticas disponíveis até a última quinta-feira  (4),  último dia em que as informações do governo federal estavam online: "À medida que os dados estiverem disponíveis, corrigiremos os pontos históricos".

Por volta de 20:10 h do sábado 06/6, a universidade restabeleceu a disponibilização de dados brasileiros, com número de confirmação e óbitos registrados na sexta-feira e divulgados pelo Ministério da Saúde, que não constam na ferramenta disponibilizada no site da pasta. O GLOBO fez contato com a instituição e foi informado que a plataforma do Ministério da Saúde, cujos dados consolidados continuam fora do ar, seguirá como fonte primária de dados brasileiros para o painel.