O Banco Central cortou 0,5 ponto percentual dos juros básicos da economia brasileira. Com isso, a chamada taxa Selic chegou a 7% ao ano. Nunca o país teve um patamar tão baixo de juros. A decisão era esperada pelo mercado financeiro.
Foi a décima vez seguida que o Comitê de Política Monetária (Copom) diminui os juros básicos. Desde outubro do ano passado, a diretoria da autoridade monetária afrouxa a política de controle da inflação. A queda dos índices de preços referendaram esse movimento. Nos últimos 12 meses, o IPCA — índice usado no sistema de metas do governo — está em 2,7%.
A inflação é tão baixa que, se o ano terminasse hoje, o BC teria de enviar uma carta para se explicar. A meta que deveria ter sido cumprida pelo Copom é de 4,5% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Ou seja, se a inflação ficar acima de 6% ou abaixo de 3%, a autoridade monetária descumpriu seu dever.
Essa foi a última reunião do Copom neste ano. O próximo encontro está marcado para o início de fevereiro.
Diante da décima redução seguida dos juros, especialistas recomendam aplicações financeiras com mais risco. A poupança deve aumentar sua vantagem competitiva com relação aos tradicionais fundos DI, que cobram taxas e não contam com a vantagem da isenção de imposto de renda. Mas com a rentabilidade menor de todas as aplicações que acompanham os juros básicos, inclusive a caderneta, especialistas recomendam uma maior exposição a ativos de risco, como fundos multimercados e ações, para quem quiser manter retornos maiores.