Neymar sofre contusão seríssima na terceira vértebra acima da região lombar e está fora da Copa
Com gols de zagueiros, Brasil joga bem e mostra futebol de Penta Campeão
Hoje a seleção brasileira jogou com propriedade e lá de cima, Papai do Céu parecia já dar um recado: "Vocês vão ganhar sem precisar do Neymar"
E não deu outra, foi com dois gols de zagueiros - Thiago Silva aos cinco minutos do primeiro tempo e David Luiz em um golaço de falta no segundo tempo, deram números aos jogos.
Paulinho jogou bem, assim como Michael, Hulk, Marcelo e Oscar.
Neymar esteve de certa forma apagado no jogo. Foi sua pior apresentação,embora tenha saído dos pés dele a cobrança de escanteio que resultou no primeiro gol.
Dor de cabeça para Felipão?
De certa forma sim, Neymar é nosso craque, mas como diz Felipão, temos 23 no time.
Que Papai do Céu realmente lhe ilumine.
Thiago Silva e David Luiz fizeram gols na vitória por 2 a 1 diante da Colômbia pelas quartas de final da Copa
Foi o dia da defesa brasileira no Castelão. A seleção segurou a pressão colombiana no final, os zagueiros resolveram a situação no ataque, e o Brasil está na semifinal da Copa do Mundo, quando vai enfrentar a Alemanha. Com um gol cada, Thiago Silva e David Luiz construíram a vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia nesta sexta-feira. A má notícia é que Neymar saiu contundido de campo, após ser atingido nas costas por uma joelhada desleal do lateral-direito Zuñiga. O atacante saiu chorando copiosamente e foi levado para fazer exames. Outro problema para terça-feira, em Belo Horizonte, será a ausência de Thiago Silva, que levou o segundo cartão amarelo e está suspenso.
A seleção brasileira fez sua melhor apresentação na Copa. Mas, novamente, não faltou emoção. O fim do jogo foi um drama. A Colômbia perdia por 2 a 0 e conseguiu seu gol aos 35 minutos do segundo tempo, de pênalti, e partiu então para uma grande pressão. O técnico Luiz Felipe Scolari chegou a colocar Henrique em campo, quando precisou tirar Neymar. Ele se postou à frente dos zagueiros e ajudou a formar o paredão brasileiro.
— As duas equipes estão de parabéns. A Colômbia fez um grande Mundial, merece os parabéns, brigou até o final. Nosso time fez um futebol bonito, com intensidade, que todo mundo gosta. Agora vai ser outro grande jogo, contra a Alemanha. Vai ser muito difícil, eles vêm muito bem — disse David Luiz, eleito pela Fifa o melhor em campo.
UM ÓTIMO PRIMEIRO TEMPO
O primeiro tempo foi de domínio total brasileiro. A seleção surgiu em campo com um estilo um pouco diferente dos outros jogos da Copa. O ataque marcava a saída de bola, e os jogadores de meio-campo se adiantavam para pressionar ainda mais a Colômbia. Hulk aparecia bem aberto na ponta esquerda, enquanto Oscar saiu da direita para o meio, onde se aproximou de Paulinho. Neymar, centralizado, e Fred, saindo mais da área do que o habitual, também estavam próximos. As mudanças de posicionamento faciltaram a criação de jogadas, e o espaço entre o meio e o ataque, problema das outras partidas, desapareceu.
Logo aos 7 minutos, Thiago Silva aproveitou cobrança de escanteio de Neymar e abriu o placar, de joelho. A jogada nasceu em um lançamento de Fernandinho, que colocou Neymar para correr. Marcado por Zapata, o camisa 10 conseguiu o escanteio que originou o gol. “Isso aqui é Brasil, p...”, berrou Thiago Silva em direção às câmeras, logo após o gol.
A Colômbia assustou na sequência, em um chute de Cuadrado de fora da área, mas a bola saiu à direita de Júlio César. Exceto por um contra-ataque interceptado por Thiago Silva e por cobrança de falta perto da área já mais para o fim do primeiro tempo, a seleção colombiana não incomodou mais.
Aos 16, após um escanteio, Hulk roubou a bola e cruzou para David Luiz, mas Armero cortou antes. Três minutos depois, Neymar passou para Hulk, que bateu de fora da área, para boa defesa de Ospina. Oscar pegou o rebote, mas o goleiro foi bem de novo. Aos 27, Marcelo fez boa jogada e tocou para Hulk, que limpou Zapata e bateu forte, para nova defesa de Ospina. Melhor em campo, Hulk teve outra chance: passou por Zuñiga, mas finalizou mal desta vez. O Brasil ainda teria outra oportunidade aos 43, quando Neymar bateu uma falta por cima do gol.
NO SEGUNDO TEMPO, GOLAÇO E SUFOCO
O segundo tempo começou em ritmo mais lento, mas o principal caminho brasileiro permaneceu sendo o lado esquerdo, com Marcelo e Hulk. Paulinho continuou se lançando ao ataque, enquanto Oscar estava mais contido no meio-campo. A seleção perdeu espaço, e a Colômbia chegou a ter 60% de posse de bola em determinado momento. Aos 20 minutos, a seleção colombiana teve um gol bem anulado, devido a um impedimento após uma cobrança de falta. Em um momento ruim da seleção na partida, David Luiz cobrou falta com perfeição, de longe, e marcou o segundo. Quando a situação parecia tranquila, Bacca recebeu livre na área e sofreu pênalti de Júlio César. James Rodiguez cobrou e diminuiu o placar: 2 a 1. Foi o sexto gol do colombiano, artilheiro isolado do Mundial.
A seleção colombiana pressionou bastante até o fim do jogo, mas não teve organização suficiente para empatar a partida. Felipão tirou Hulk e Paulinho para as entradas de Ramires e Hernanes, e a seleção apenas se defendia. O técnico ainda precisou tirar Neymar, que saiu machucado após levar uma joelhada nas costas. Henrique entrou e ajudou a formar o paredão à frente dos zagueiros brasileiros. Na base da correria e do chutão para frente, a seleção conseguiu manter o resultado. Em um dia em que Neymar não esteve tão inspirado, o Brasil foi bem e mostrou que pode vencer mesmo sem as suas estrelas no dia de mais brilho.
De chorão a Monstro: Thiago Silva na Copa
Capitão do Brasil volta a ter atuação grandiosa, marca e acaba com fantasma do descontrole
Desde que assumiu a braçadeira de capitão da seleção brasileira o zagueiro Thiago Silva nunca foi alvo de questionamentos. Ao contrário disso, era, desde 2010, umas das únicas certezas do Brasil para a disputa da Copa 2014. Mas um Mundial é diferente de tudo e nele um herói pode virar vilão e vice-versa. Foi quase o que aconteceu com o jogador do PSG.
Antes do início da Copa ele deu uma entrevista em que dizia que a zaga do Brasil tinha como meta sair da disputa sem sofrer gols. Com 11 minutos de competição ela foi por água abaixo, quando Marcelo fez contra para a Croácia.
O Brasil passou pela primeira fase sem grandes atuações e voltou a sofrer gol contra Camarões. Veio então a fase decisiva. E nas oitavas de final, após um jogo difícil contra o Chile, a vaga para as quartas de final iria ser disputada nos pênaltis. Foi ai que começou o calvário de nosso capitão.
Um dos pilares da equipe, Thiago Silva apareceu em imagens que rodaram o mundo sozinho, longe do restante do grupo, chorando. Era um momento só dele, mas que muitos preferiram avaliar como descontrole emocional, algo perigoso nessa competição tão importante.
Tiveram a certeza quando ele disse em entrevista que havia pedido a Felipão para não cobrar um pênalti na decisão. Queria ser o último, depois inclusive do goleiro Júlio César. Disse que não estava confiante. O mundo desabou em suas costas. O futuro do Brasil estava em xeque. Se não podíamos confiar em nosso capitão, em quem iriamos?
As coisas pioraram quando um psicóloga chegou a concentração da seleção na Granja Comary, em Teresópolis. Não havia mais dúvida do que se passava. Veio então o jogo contra a Colômbia.
E foi ai que Thiago Silva voltou a ser o Monstro, apelido que ganhou ainda na época em que defendia o Fluminense. Ele mostrou que cada jogador pode reagir de maneira diferente em cada situação e que aquele choro não era de desespero, que estava apenas rezando.
Além de ter marcado o primeiro gol na vitória que garantiu o Brasil nas semifinais. Thiago Silva jogou muito. Desarmou, orientou, gritou, brigou. Fez o que se estava acostumado dele. Liderou o Brasil em uma grande vitória. Não por acaso, foi também a melhor partida do Brasil no Mundial.
Mas por um cartão bobo, impedindo um contra-ataque da Colômbia, acabou levando um cartão amarelo, que o deixará de fora da partida contra a Alemanha, pela semifinal. Dante deve ser seu substituto.
Mas agora não há dúvidas. Nosso pilar segue firme. E estará lá para erguer a sexta taça.
Textos: BARÃO DE INOHAN, BAND.COM e O GLOBO