Até o momento não existe previsão para verba ser aplicada no cofre público de Maricá para o início efetivo das obras
Vanessa Lima 27/07/2014
O acordo bilateral de cooperação econômica assinado pela presidente Dilma Rousseff e pelo presidente da República Popular da China, Xi Jinping, em Brasília, irá beneficiar diretamente a cidade de Maricá. O município será o único na Região Leste Fluminense contemplado com um programa de investimentos da ordem de US$ 1 bilhão em obras de mobilidade urbana, infraestrutura e urbanização que visa acelerar o desenvolvimento sustentável da cidade e a movimentação da economia. Segundo a Prefeitura de Maricá, os projetos de mobilidade urbana foram inseridos como prioridade no acordo. O negócio estabelecido com a China determina inicialmente a estruturação dos meios de transportes a fim de promover soluções permanentes para os problemas de locomoção populacional e consolidar seus efeitos positivos junto aos habitantes.
Dentre os planejamentos prescritos estão a construção de uma linha de Trem VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), que liga Ponta Negra a Niterói através de um túnel e a implantação de três linhas de bondes turísticos que farão a interligação de regiões do Centro e do bairro do Flamengo à orla da Barra de Maricá. Além disso, a implementação de um transporte de passageiros em barcos com embarcações que possuam capacidade para até 45 pessoas também faz parte do planejamento municipal. A ideia é interligar pontos do Canal da Costa a uma base em São José do Imbassaí, onde os veículos marítimos cruzariam as lagoas do Marine e de Araçatiba até chegarem ao Centro. Dessa forma os moradores das áreas às margens das lagoas ganhariam uma opção de transporte rápida e prática para chegarem ao Centro sem utilizar a RJ-106.
As medidas de infraestrutura, que são necessárias para adequar o crescimento sustentável da cidade devem ser realizadas com a mesma precedência. As ações urbanas promovidas pelo governo irão consistir em serviços de pavimentação das ruas, onde está incluída a instalação de toda a rede de captação de águas pluviais e a dragagem de canais, que serão transformados em vias de transporte público. Para atrair a vinda de turistas à região, um projeto de urbanização da orla foi executado e visa ainda o levantamento de pontes. Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Lourival Casula, a partir deste ano a cidade ganha um legado. “Maricá sai na frente com um plano que nos permitirá melhorar a vida dessa e das próximas gerações em longo prazo”, afirmou.
No âmbito econômico, a expectativa de progresso será aplicada no setor tecnológico. Com o objetivo de unir o progresso da ciência da computação com a aceleração da política monetária, o poder público municipal pretende efetuar a total interligação dos bairros através de cabos de fibra ótica, com o propósito de fomentar o desenvolvimento tecnológico integrado. A oferta de internet de alta velocidade não só beneficiará os moradores, como servirá de ponto atrativo para empresas do ramo interessadas em se instalar na cidade.
Até o momento não existe previsão para verba ser aplicada no cofre público de Maricá para o início efetivo das obras, mas as estratégias estão sendo pensadas a fim de favorecer os habitantes em um contexto geral e não apenas em determinadas áreas. O acordo Brasil-China prevê o financiamento de obras públicas da União tanto quanto parcerias diretas entre organismos chineses e entes da federação, por isso as medidas de investimento na cidade foram fechadas diretamente com o governo chinês, sem uma intervenção federal.
“Essa ação é fruto de uma ousada política de relações externas. Este contrato contempla meses de discussões e se traduz no primeiro negócio internacional de uma prefeitura brasileira com os chineses. Nossa intenção é seguir as medidas de desenvolvimento apontadas pelos BRICs. Através do investimento, Maricá vai fazer sua revolução apoiada pela China,” assegurou o prefeito Washington Quaquá.
Ao todo, a política ocidental deverá aportar no país à aplicação de cerca de R$ 240 bilhões e assim amplia o volume de negócios entre os dois integrantes do Bric (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O conjunto reúne 54 projetos de infraestrutura, energia, logística, educação e transportes para diversas cidades.
O FLUMINENSE
