Na quarta feira 09 de julho nas dependências da ACEIM, o CDL realizou (sem convidar a imprensa, o que nos causou espécie) uma "apresentação" sobre as vantagens do PORTO EM MARICÁ.
Como o jornal Barão de Inohan teve acesso as informações no dia 03 de julho que haveria a tal reunião, passou as informações ao CCS Maricá e a grupos que defendem a não construção do porto em Maricá.
Marcada para as 19 horas, a reunião começou perto das 20 horas, com muito salgadinho, cerveja e refrigerantes e a presença do Secretário de Assistência Social, Jorge Castor que abriu a reunião apresentando o Sr. Mauro Scazufca - arquiteto e coordenador de projetos da DTA, empresa proprietária dos terrenos onde a prefeitura pretende que seja construído o Terminal Jaconé..
Logo após a apresentação, pediu licença e se retirou pois tinha outro compromisso já agendado, deixando o Sr. Mauro com a apresentação do projeto.
Este fez a apresentação dos possíveis benefícios do porto, exaltando o crescimento local, geração de empregos e cuidados ambientais.
Aberto para perguntas, foi bombardeado pelos presentes que questionaram toda a legalidade do projeto.
Em vários momentos vimos o arquiteto desconfortável com a situação e sem saber responder de modo convincente o que lhe era questionado.
Presentes representantes da APALMA e do grupo Luto por Maricá e Jaconé Porto Não, questionaram a localização, o fato de estar dentro de um Geoparque Estadual e de reconhecimento mundial através da UNESCO e o fato de a Petrobrás não se interessar efetivamente pelo Porto, além do grande problema social que será criado com possíveis zonas de prostituição, áreas sem o devido saneamento, sem escolas, postos de saúde e transportes adequados, favelizando o local ou o seu entorno.
Mauro deu como exemplo que grandes cidades do mundo tem portos, esquecendo que estamos falando de Brasil.
Mauro - parecendo irritado com a informação - e com a afirmação do jornalista Pery Salgado (único veículo da imprensa de Maricá presente à apresentação, uma vez que a Revista Encontro - convidada pelo CDL - ficou apenas nos primeiros dez minutos da reunião) que disse que a Petrobrás já informou em diversas situações que NÃO SE INTERESSA PELO PORTO EM JACONÉ, e que prefere que este porto que atenderá ao COMPERJ seja em Itaguaí ou uma ampliação do TEBIG - Terminal de Ilha Grande em Angra dos Reis, onde a Petrobrás já tem um grande terminal em uso.
Foi neste momento que deixou claro que o porto não servirá à Petrobrás, mas sim, as demais petroliferas localizadas na região.
Em vários momentos falou também ao arco metropolitano e o jornalista Pery lembrou que Maricá não está no arco metropolitano e que as estradas que hoje ligariam o porto à Itaboraí, são estradas de pista simples, de mão dupla e sem acostamento (RJ 118 e RJ 114). Até mesmo a RJ 106 de Ponta Negra até a entrada da RJ 114 (Maricá - Itaboraí) tem neste trecho pista simples, mão dupla e não tem acostamentos.
Hoje, estas estradas não receberiam os enormes caminhões tanque, graneleiros e caminhões de container, muito menos os caminhões trem, com dois reboques e dez eixos. Estes enormes caminhões não terão condição segura para subir o trecho da serra do Lagarto.
Mais uma vez, o representante da DTA ficou desconcertado.
POUCAS REUNIÕES E PÚBLICO ALVO MUITO AQUÉM DO ACEITÁVEL
Informou ainda que a DTA tem feito "diversas" reuniões com moradores, entidades, associações, e apresentou em cerca de dez reuniões um público alvo de 144 pessoas, o que convenhamos é pífio para uma população de cerca de 40 mil pessoas diretamente envolvidas na região e uma população de cerca de 250 mil habitantes que envolve dois municípios: Maricá e Saquarema.
PÉROLA FECHA A NOITE
Mas o grande momento ainda estava por vir. Quando o grupo de ambientalistas questionava o posicionamento do porto em relação aos beach rocks que fazem parte do Geoparque da Unesco, Mauro garantiu que em nada eles serão afetados mas se necessário a DTA removeria as pedras e colocaria em outros locais.
Fim de festa!