Dívida pública federal soma R$ 2,080 trilhões em março
Resultado representa uma alta de 0,64% na comparação com fevereiro
BRASÍLIA - A dívida pública federal ficou em R$ 2,080 trilhões em março, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Tesouro Nacional. O resultado representa uma alta de 0,64% na comparação com fevereiro, quando a dívida estava em R$ 2,067 trilhões.
De acordo com o Tesouro Nacional, no mês passado, houve resgate líquido de papéis no valor de R$ 3,3 bilhões. Mesmo assim, o endividamento subiu devido aos juros que corrigem o estoque e somaram R$ 16,63 bilhões no período.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, observou que, no mês passado, foi registrado o recorde da história de emissões em ofertas públicas, totalizando R$ 57,97 bilhões. O recorde anterior havia sido registrado em setembro de 2013, com emissão em ofertas públicas de R$ 52 bilhões.
Por outro lado, houve um vencimento expressivo de títulos corrigidos pela taxa básica de juros (Selic), o que resultou no resgate líquido de R$ 3,3 bilhões.
Na avaliação de Garrido, o interesse elevado pelos papéis da dívida pública está ligado às taxas de juros elevadas no país, que tornam o investimento mais atraente.
— A maior parte do mercado acredita que o ciclo de alta taxa de juros promovida pelo Copom (Comitê de Política Monetária) está perto do fim e, por isso, que este é um momento interessante para comprar títulos — disse o coordenador-geral.
Ele observou que esse interesse tem sido observado também nos números do programa de compra de títulos da dívida pública por pessoas físicas, o Tesouro Direto, que ganhou 4.296 participantes em março. Com isso, o total de investidores chegou a 392.459, o que representa um aumento de 14,72% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ao todo, as vendas de títulos por meio do programa atingiram R$ 457,58 milhões no mês passado, enquanto os resgates corresponderam a R$ 170,62 milhões, resultando em emissão líquida de R$ 286,96 milhões. O estoque do Tesouro Direto, por sua vez, alcançou R$ 12,32 bilhões.
— As pessoas físicas que investem também estão entendendo que este é um bom momento (para comprar papéis) — disse Garrido, completando: — O estoque de títulos atingiu R$ 12 bilhões. No nosso entendimento, é um indicador que, embora mostre crescimento bastante satisfatório, mostra que há um espaço para expansão — acrescentou o coordenador-geral.
Segundo o Plano Anual de Financiamento (PAF), a dívida pública federal terminará o ano num intervalo entre R$ 2,170 trilhões e R$ 2,320 trilhões. Como o estoque fechou 2013 em R$ 2,122 trilhões, isso significa que o endividamento federal em títulos públicos terá um crescimento mínimo de 2,26 % (R$ 48 bilhões) e máximo de 9,33% (198 bilhões).
Segundo o relatório do Tesouro, a parcela de títulos prefixados, que tem remuneração determinada no momento do leilão e oferece maior previsibilidade para as contas públicas, subiu de 39,07% em fevereiro para 40,85% em março. A participação dos títulos indexados a índice de preços apresentou aumento, passando de 35,91% para 36,32%. Já os títulos remunerados por taxa flutuante tiveram sua participação reduzida, passando de 20,64% para 18,59%.
A estratégia do Tesouro para o ano é continuar trabalhando para aumentar a participação dos papéis prefixados e indexados a índices de preços no estoque e reduzir a dos corrigidos pela Selic. O plano prevê que os prefixados terminem 2014 num intervalo entre 40 % e 44 % do estoque. Em 2013, esse percentual foi de 42%.