Relatório sobre danos ambientais é enviado à CPI da Petrobras
BRASÍLIA — Dados do Ibama enviados à CPI da Petrobras do Senado mostram que, desde 2010 até junho deste ano, ocorreram 285 acidentes ambientais em plataformas, embarcações e refinarias da Petrobras. São mais de cinco ocorrências por mês, o equivalente a um episódio a cada 5,7 dias.
Os comunicados de acidentes ambientais têm como fonte o Ibama, a própria Petrobras, a Marinha, órgãos ambientais locais ou superintendências do órgão. O presidente do instituto, Volney Zanardi Júnior, assina o documento enviado à CPI.
O volume de ocorrências registradas subiu de 41 em 2010 para 74 no ano seguinte. Houve uma redução em 2012 (60), mas o número voltou a crescer em 2013 (72). Os dados dos primeiros seis meses deste ano (37 casos até junho) mostram que o patamar alto se mantém.
Com as maiores áreas de produção, a Bacia de Campos é responsável por mais de metade das ocorrências: 162 registros. Depois, aparece a Bacia de Santos, com 31. O relatório indica derramamento de substâncias como óleo bruto, petróleo e gás.
Três acidentes se destacam: o derramamento de 545 mil litros de óleo bruto em maio de 2012 por um navio na bacia Sergipe-Alagoas; em agosto de 2013, o despejo de 606 mil litros de fluido hidráulico por outro navio também na bacia Sergipe-Alagoas; e, em setembro de 2013, o lançamento ao mar de 900 quilos de soda cáustica na bacia de Santos por uma embarcação.
En nota, a Petrobras disse que reduziu os vazamentos desde 2012, levando-se em conta o volume médio derramado por ocorrência e que tem desempenho melhor que a média das empresas do setor. A empresa informou não ter em seus registros o episódio identificado pelo Ibama em maio de 2012. Afirmou que o acidente em agosto de 2013 foi de 606 litros, e não 606 mil, e que cobrou da empresa contratada investigações sobre a ocorrência. E que, sobre o derramamento de soda cáustica em 2013, a quantidade foi revisada de 900 para 750 quilos.
