RIO — Washington Quaquá é militante do PT desde os 15 anos. Prefeito reeleito de Maricá, hoje com 42 anos, ele começou a trajetória política na ala mais ideológica do partido. Esteve ao lado de quadros históricos como o ex-deputado federal Vladimir Palmeira e o integrante da Executiva regional Antônio Neiva. Antes de conquistar o primeiro mandato, abandonou o grupo e rompeu com alguns líderes mais radicais na disputa por espaço no PT fluminense.
Na primeira campanha para prefeito, Quaquá já integrava a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) e se aliou a Marcelo Sereno, ex-assessor especial do ex-ministro José Dirceu — condenado pelo STF no processo do mensalão. A ligação entre Quaquá e Sereno é estreita e chegou a render ao ex-assessor de Dirceu o comando da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Indústria, Comércio de Petróleo, durante o primeiro mandato em Maricá.
Dentro da CNB, Quaquá disputa poder com Benedita da Silva. Ambos são pré-candidatos à presidência estadual do PT, ao lado do atual presidente, Jorge Florêncio. Na briga, Quaquá é acusado de tentar enfraquecer as bases de Bené cooptando seus aliados. O assédio incluiria lideranças comunitárias que sempre estiveram ao lado da deputada.
— O controle do diretório ajuda Quaquá a eleger a mulher (Rosângela Zeidan) deputada e a ter poder sobre a ascensão do (senador) Lindbergh Farias — diz um integrante da CNB. — Estima-se que ele gastará na campanha o equivalente ao que gastaria numa para deputado.
Durante campanha à reeleição, Quaquá recebeu apoio da CNB nas ruas. Passaram por Maricá os deputados federais Luiz Sérgio e Chico D’Angelo; o ex-prefeito de Niterói Godofredo Pinto; o deputado estadual Carlos Minc, e o senador Lindbergh Farias. Em alguns casos, o apoio foi imposto pela corrente.