A prefeitura de Maricá junto com o IDR - Instituto Darcy Ribeiro, estão realizando o CENSO DE MATRIZ AFRICANA E TERREIROS no município. Coordenado por Salete da Dalt, a intenção deste censo é conhecer todos os espaços e casas de matriz africana e espíritas dentro de Maricá, para poder oferecer e construir juntos políticas públicas de ajuda e incentivo aos espaços e casas.
O Jornal Barão de Inohan esteve com Salete da Dalt e com o presidente da Câmara Setorial de Cultura de Matrizes Africanas, o Babalorifá Júlio César no "Ilê Ifá Orisá Oseotura Círculo Xamânico Esfera Divina" no bairro do Caxito em Maricá, para ouvir destes, informações sobre o censo de matriz africana e terreiros, assim como as casas, espaços e terreiros poderão a partir de então, se regularizar para obter benefícios garantidos por leis.
Segundo Salete, em 2022 a Coordenadoria de Assuntos Religiosos procurou o IDR para que fosse feito um levantamento dos terreiros situados em Maricá, aproveitando o CENSO DEMOGRÁFICO realizado pelo IDR em todo o município de Maricá, com um levantamento amplo, geral e irrestrito de residências, comércios, indústrias e todas as atividades desenvolvidas em Maricá, que dará grandes subsídios à todas secretarias municipais para desenvolver políticas públicas em benefício da população e do empresariado que apostam no crescimento da cidade.
Segundo Júlio, a participação do IDR na realização deste censo é o possibilidade da reparação de um erro histórico em Maricá, que é o fato da própria coordenadoria de assuntos religiosos em todos esses anos de sua existência, ainda não possuir estes cadastros.
Ainda segundo Júlio, agora um organismo sério tendo à frente uma pessoas que também é de AXÉ, estarão realizando de forma séria e definitiva, este levantamento tão importante e necessário não só para o município, mas para todas as casas de matriz africana, trazendo benefícios para todos.
Ficou claro também que é importante n]ao só a ida em campo do IDR, mas também que as casas procurem o instituto para passar seus dados, localização e demais informações.
Júlio também falou que dentro da Câmara Setorial de Cultura de Matrizes Africanas, ele estando na presidência, tem como objetivo a ajuda e divulgação deste censo e a entrega à todas as casas e espaços da cartilha por ele elaboradora dando a "receita de bolo" do ponto zero - início - até a a conclusão para toda a legalização de uma casa de AXÉ, para que todos - legalizados - possam gozar de benefícios, uma vez que a cidade é rica e essa riqueza precisa ser melhor usada e distribuída.
"É muito importante que você aproveite o espaço que está sendo lhe dado (através deste censo), por que você pode estar representando uma série de outros setores que efetivamente não tem voz. Nós de AXÉ, somos uma sociedade muito complexa; nós temos aqui pessoas de muita cultura, de pouca cultura, de muita renda, de pouca renda, de bastante alcance, de pouco alcance, de muita representatividade, de pouca representatividade, e é esse encontro que essas informações vão fazer para isso tudo ficar à nosso favor. ... Outra oportunidade igual a essa será difícil aparecer", explicou Júlio.
Segundo Salete, infelizmente a pesquisa ainda está em passos lentos, pois nem todos querem divulgar que um determinado lugar é um terreiro ou um local de prática ancestral, o que dificulta e atrasa o censo, mas todos precisarão ser incluídos neste projeto.
Todos que ainda não foram recenseados, poderão entrar em contato pelos seguintes endereços:
e se ainda assim tiverem alguma dificuldade para contatos ou se preferirem, procurem a Câmara Setorial de Cultura de Matriz Africana através do telefone pessoal do Babalorifá Júlio César (21) 99265-6815, que também é whatsapp.
OBJETIVOS DO CENSO
Dentre tudo que já foi explicado anteriormente, o censo, segundo Salete, poderá gerar subsídios de informações para que casas de AXÉ sejam tombadas pelo patrimônio imaterial municipal. O denso será um grande portal da transparência da existência e atividades de todas as casas de AXÉ de Maricá.
Júlio disse que na verdade o que o povo de AXÉ quer, é que seus espaços sejam preservados, que haja o respeito, a tolerância e a grande boa aventurança universal possa ser praticada.
SOBRE A CARTILHA
Júlio informou que assim que entrou no conselho de cultura, a elaboração desta cartilha foi sua meta "01", onde concluída, ele irá buscar o tombamento da mesma como patrimônio imaterial da cidade. Essa cartilha será um modelo de estrutura orientadora, de quais os caminhos você tem que percorrer, quais os setores que você tem que se dirigir, quais documentações você vai precisar ter , e com isso, legalizado o AXÉ, quais os benefícios poderão ser recebidos e usufruídos pelo mesmo, tais como isenção de IPTU, isenção de parte da conta de luz, isenções de compras de próteses e produtos hospitalares, aquisições de veículos populares para uso do local, dentre outros.
"EU SÓ QUERO O QUE É MEU!!!" esse será o nome da cartilha, finalizou Júlio.
Confira abaixo o vídeo na integra da entrevista:
