Um ciclone extratropical se formou entre os litorais de Santa Catarina, do Paraná e de São Paulo na final da terça feira 09/8. O fenômeno trouxe chuvas volumosas e fortes rajadas de vento que afetaram e afetarão entre a quarta e sexta feira o Sul e o Sudeste do Brasil.
O pior da chuva ocorreu no Leste catarinense enquanto o vento forte atingirá uma área maior, como é comum em ciclones extratropicais.
De acordo com a análise da MetSul Meteorologia, o campo de vento mais forte deste ciclone atingiu uma faixa na costa da região de Florianópolis ao litoral do Rio de Janeiro, o que inclui as costas do Paraná e o litoral paulista. Mesmo assim, pontos no interior do continente também sentirão os efeitos do ciclone com vento.
No Rio de Janeiro, o vento mais intenso está previsto para as áreas de Paraty, Angra dos Reis, Mangaratiba, cidade do Rio de Janeiro, Niterói, Maricá, Saquarema, Cabo Frio, e Arraial do Cabo. O vento no litoral fluminense que chegou no final da quarta feira 10, atingiu de 70 km/h a 90 km/h, mas em alguns locais as rajadas podem se aproximar ou superar os 100 km/h.
Há previsão de fortes ventos ainda nos pontos mais altos da Região Serrana do Rio com rajadas superiores a 100 km/h nas montanhas durante a quinta feira.
QUANDO OCORRE O VENTO MAIS INTENSO
O vento mais intenso no litoral de Santa Catarina e do Paraná ocorreu no decorrer da quarta e nas primeiras horas da quinta-feira, mas tende a enfraquecer ao longo da quinta a partir do deslocamento da tempestade no oceano para Leste.
Em São Paulo, as rajadas mais intensas vão se dar da tarde para a noite da quarta feira e no começo da quinta, cedendo o vento no decorrer da quinta.
Já no litoral do Rio de Janeiro, a maior ventania é prevista para o final de quarta e ao longo da quinta-feira.
VENTO DEVE TRAZER TRANSTORNOS E RISCO DE DANOS
As velocidades de vento nas rajadas projetadas pelos ventos sugerem um alto risco de que a ventania traga transtornos e mesmo danos em diferentes localidades nas áreas de maior risco de vento forte. Em Maricá, os estragos foram grandes e em vários pontos ainda há vários registros de danos.
Há risco, por exemplo, de queda de árvores e de postes, cortes de energia elétrica e menor de colapso de algumas estruturas como placas e destelhamentos.
MAR GROSSO, ONDAS ALTAS E RESSACA
Adverte-se para o risco de forte a significativa ressaca do mar na orla. Há possibilidade de erosão costeira e colapso de estruturas à beira-mar. Pessoas devem terminantemente evitar rochas na praia para observar a agitação do mar.
Modelos de ondas projetaram ondas de 5 a 6 metros nos litorais catarinense e paranaense com grade agitação do mar nas costas paulista e fluminense pelo swell do ciclone.
A Marinha do Brasil emitiu avisos de mar muito grosso para os litorais do Sul e do Sudeste com previsão de ondas de até 7 metros na costa do Sul e de 6 metros na costa da Região Sudeste com advertências ainda por vento muito forte a muito duro com força 9 a 10 na Escala Beaufort, o que equivale a rajadas próximas ou acima dos 100 km/h.
A escala Beuafort vai até 12 e vento de força 10 é considerado de forte tempestade. As águas, em alguns pontos, podem extrapolar a faixa de areia e adentrar ruas próximas da praia. O perigo de naufrágio será alto para pequenas ou médias embarcações que se aventurarem.
Os portos de Santos, Paranaguá e Itajaí devem ser impactados pelo mar grosso que pode afetar ainda o transporte de barcas, como na Baixada Santista.
Rajadas de vento, muito intensas, acima de 100 km/h devem atingir algumas das plataformas de extração de petróleo da Petrobrás, nas costas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Os modelos numéricos chegam a indicar para algumas das áreas das plataformas vento de 110 km/h a 130 km/h, o que pode acabar interferindo nas atividades e no tráfego aéreo que leva funcionários da empresa do mar para o continente e vice-versa.
Fonte: Metsul Meteorologia