Diversas merendeiras entraram em conato com jornal Barão de Inohan para denunciar mais uma vez o total descaso e falta de respeito com as servidoras municipais que preparam com todo carinho e atenção, as refeições e lanches de todos os mais de 30 mil alunos, funcionários e professores da rede municipal de ensino.
O descaso e falta de respeito vem da empresa SOLAR SERVIÇOS, terceirizada da prefeitura, responsável por todas essas merendeiras e também a falta de respeito acontece por parte de diretoras e adjuntas de muitas unidades escolares. São denúncias graves que precisam ser apuradas.
Várias mídias (inclusive o Barão de Inohan - https://obaraoj.blogspot.com/2021/09/merendeiras-de-marica-pedem-respeito-e.html) já noticiaram os problemas das merendeiras, com constantes atrasos em seus vencimentos, vereadores já falaram na tribuna da Câmara, mas nada ainda foi resolvido.
O jornal Barão de Inohan ouvindo mais uma vez estas merendeiras ficou sabendo de fatos absurdos que vamos destacar a seguir:
- A SOLAR SERVIÇOS não tem nenhum sede, escritório, sala, barraquinha, mesa do meio da praça, banquinho debaixo de alguma árvore... nada que as suas funcionárias CONTRATADAS possam ir ao local se queixar, visitar, resolver problemas ou sequer tomar um café.
- Não conseguimos nenhum telefone de contato com a direção, gerência ou supervisão da empresa, e ficamos sabendo que uma encarregada que iremos preservar (por enquanto) o seu nome (pois pelo que constatamos também é vítima de todo este processo), é o único contato das merendeiras com a empresa, sendo que esta encarregada fica rodando as escolas para resolver problemas e falar com as as funcionárias da SOLAR SERVIÇOS.
- Que as merendeiras estão há 3 anos sem férias, e que fizeram (obrigaram) as merendeiras a assinar um documento no mês de março de 2021 (época ainda do período pandêmico) como se tivessem tirado férias, sendo que NENHUMA MERENDEIRA TIROU FÉRIAS. Além disso, no caso de férias acumuladas, a empresa se obriga a pagar uma multa, o que também não ocorreu.
- Mais um período de férias está vencendo e a empresa não se manifesta sobre qualquer tipo de descanso e/ou pagamento às servidoras.
- Segundo denúncias, a empresa também não estaria pagando o INSS e não estão depositando o FGTS desde o mês de novembro de 2021.
- Que as merendeiras que fizeram a manifestação em praça pública (motivo de várias matérias) foram ameaçadas de serem demitidas fazendo com que muitas fiquem com medo de reclamar e se manifestar, aceitando a condição absurda e desrespeitosa de trabalho.
- Segundo também as denúncias, a empresa paga quando quer (embora a prefeitura afirme fazer o repasse sempre na data acordada), já houveram casos de acumulo de entrega de vales-alimentação e quando a empresa resolveu entregar, parcelou a entrega.
- Há informações que o contrato da empresa terminará em julho (se a prefeitura não fizer a renovação, fato que as merendeiras torcem para não acontecer) e há cerca de três meses, os vales-alimentação começaram a ser pagos integralmente.
- Que estes problemas se agravaram após o início da pandemia, em março de 2020.
Nos foi informado também que esta representante da empresa está indo às escolas para falar com as diretoras e tentando fazer um acordo com as alguns profissionais (que segundo informações estariam aceitando não se sabe por medo, por conveniência ou por alguma vantagem não revelada), para que tirem suas férias agora, recebendo 1/3 do valor e quando retornarem, receberiam o restante, porém pelo fato da empresa supostamente ter seu contrato encerrado em julho, muitas merendeiras estão com medo de tirar férias e não mais receber seus vencimentos.
"Nós não temos mais a quem recorrer, não temos mais a quem pedir ajudar, por isso suplicamos e solicitamos ao jornal Barão de Inohan essa ajuda, que nos dê voz. A classe de merendeira é muito abandonada, todas as terceirizadas temos conhecimento que pagam tudo direitinho, mas as empresas que entram para cuidar das merendeiras, todas tem problemas, todas são enroladas", falou indignada um merendeira com mais de 5 anos atuando no setor.
AUMENTO DE SALÁRIO, MAS MERENDEIRAS NÃO RECEBEM
Em abril deste ano, a classe teve um aumento salarial, porém a SOLAR SERVIÇOS não fez ainda nenhum repasse, e segundo as merendeiras, estão ainda com o salário antigo e a terceirizada deve o aumento retroativo desde abril.
RECLAMAÇÕES DE PRECONCEITOS DENTRODAS ESCOLAS
Para aumentar o problema, a empresa deixa claro que as merendeiras estão ali para principalmente trabalhar e servir as crianças da rede municipal de ensino de Maricá, mas segundo o relato de várias merendeiras, em várias escolas isso não acontece como deveria: "na prática isso não acontece, pois existem muitos funcionários mal-educados, diretoras que são preconceituosas com os terceirizados", informou uma funcionária e prosseguiu: "tem muitas diretoras que são carrascas com as merendeiras, tem muita merendeira que passa sufoco e fica calada, muitas vezes não temos material de limpeza, quando chega, chega 'pingado', muitas vezes temos que usar o material de limpeza das faxineiras... tem escolas que estão usando sabonete líquido para lavar as louças, isso por que a empresa não entrega, as diretoras também não compram e as meninas da faxina dizem que não tem mais e ai temos que usar sabonete líquido para lavar as louças"
Há informações também de várias merendeiras com covid, mas que estão indo trabalhar sob risco de punição, e que a SOLAR SERVIÇOS não oferece mais folhas de ponto para suas funcionárias e o único contato das funcionárias com a empresa é esta "coordenadora" que vai até as escolas levar informações e quando precisam se reunir, se reúnem em praça pública no centro de Maricá.
Até quando? Em julho termina este suplício? Ou continuará? Quando as merendeiras de Maricá serão bem tratadas e respeitadas pela empresa que as contratou e ter o devido reconhecimento e respeito da direção das escolas.
Mais uma vez, o pedido de socorro ao prefeito Fabiano Horta. O que está acontecendo em Maricá, prefeito?
