terça-feira, 25 de agosto de 2020

Covid-19 dispara na Região Metropolitana. Maricá aumenta número de casos, mas diminui número de óbitos

Dez dos 22 municípios da região Metropolitana tiveram aumento do número de casos de Covid em agosto.


Nas ruas, a cada dia aumenta o desprezo às medidas de proteção contra a covid-19. A falsa sensação de segurança é reforçada pelo discurso de controle da pandemia. Levantamento feito pelo DIA com base nos boletins da Secretaria Estadual de Saúde (SES) até o último dia 22 revela que dez dos 22 municípios da Região Metropolitana do Rio — quase metade — registraram aumento de casos em agosto, em comparação com o mesmo período de julho. Oito cidades apresentaram crescimento nas notificações de óbitos.

Entre as cidades que tiveram maior aumento de casos, Belford Roxo, na Baixada Fluminense, sai em disparada, com alta de 936,8%. Foram confirmados 445 diagnósticos da doença nos primeiros 22 dias de julho e 4.614 em igual período de agosto. Em seguida, estão no topo do ranking alarmante da escalada de novos casos os municípios de Rio Bonito (392,3%), Petrópolis (100%), Nova Iguaçu (67,4%) e Rio de Janeiro (39,9%), seguidos de Japeri (38,8%), Maricá (36,9%), São João de Meriti (35,9%), Nilópolis (19,8%) e Mesquita (5,6%). Seis dos dez ficam na Baixada.

Japeri, também na Baixada Fluminense, é o município do Grande Rio que apresentou o salto mais expressivo em mortes contabilizadas em agosto. Entre os dias 1º e 22 de julho a cidade registrou um óbito por covid-19. Nos 22 primeiros dias de agosto, foram notificados cinco óbitos, o que fez o número de novas mortes crescer 400%, considerando o mesmo período do mês anterior. A cidade possui o pior IDH da Região Metropolitana e não tem hospital próprio. Também viram a quantidade de novos óbitos aumentar: Itaguaí (150%), Rio Bonito (100%), Paracambi (100%), Belford Roxo (54,1%), Mesquita (33,3%), Magé (9,5%) e Nova Iguaçu (4,9%). Todos na Baixada, exceto Rio Bonito, no Leste Fluminense.

Presidente da Sociedade de Infectologia no Rio de Janeiro, Tânia Vergara destaca que a alta era prevista. "Já era esperado um aumento do número de casos com as medidas de flexibilização, mas não estamos esperando um aumento do número de casos como na primeira onda", pondera a especialista, que acredita que as medidas de prevenção ainda não podem ser afrouxadas.

"Todos precisam lembrar que o vírus continua circulando e que ainda existem muitas pessoas vulneráveis. Aquele que não tem medo de contrair o SARS-CoV-2, porque crê numa situação favorável do ponto de vista de idade e comorbidades, deve lembrar que, mesmo se evoluir de forma assintomática, poderá contaminar alguém que poderá ter um quadro grave e até morrer. Cada um é responsável por si e por quem está no seu entorno", argumenta.

As cidades que reduziram novos casos registrados em agosto são: Magé (-51,7%), Seropédica (-51,4%), Itaguaí (-44,2%), Tanguá (-38,8%), Niterói (-30,5%), Guapimirim (-25,5%), Cachoeiras de Macacu (-24,3%), Queimados (-22,3%), São Gonçalo (-20,3%), Duque de Caxias (-17,8%), Paracambi (-13,9%) e Itaboraí (-8,6%). 

Entre as que registraram menos mortes neste mês, destaque para São Gonçalo (-62,2%), Maricá (-58,8%) e Petrópolis (-54%). A capital também reduziu as novas mortes, com menos 32%.