Um vídeo começou a correr pelas redes sociais com o Deputado Estadual Fillipe Poubel em mais uma das suas fiscalizações (e é isso que o povo espera dele) na noite da sexta feira 21 de agosto, onde ele informava que um dos catamarãs comprados pela prefeitura de Maricá há cerca de dois anos estaria "guardado e descaracterizado" em um Iate Clube de Niterói. No vídeo, o deputado realmente mostra o catamarã com tinta vermelha (da cor do casco), por cima da adesivação feita pela prefeitura de Maricá (secretaria de cidade sustentável, ao qual os dois catamarãs estão à serviço).
Polêmicos desde a sua compra (que custou cerca de R$ 700 mil - as duas embarcações), os catamarãs foram inclusive motivo de matéria que o Barão de Inohan fez com o vereador Ricardinho Netuno, onde a prefeitura teria dito que o vereador haveria arrombado o galpão onde estavam as embarcações, no bairro de Ubatiba, mas que em maio deste ano, a pericia confirmou que não houve nenhum arrombamento (fato que na época o Barão de Inohan registrou em vídeo). Logo após este episódio, as duas embarcações foram para as lagoas e ficaram ancoradas próximo ao Garota de Maricá, no Boqueirão. Elas foram compradas para fiscalização e policiamento das lagoas de Maricá e da orla do município, na pesca predatória que acontece nos 49 quilômetros do litoral maricaense. Porém, nunca foram para o mar aberto e uma delas está ainda ancorada no Garota de Maricá, onde serve muito mais para fotos de turistas, do que na fiscalização das lagoas. Mas aonde estaria a outra?
Foi o motivo do vídeo do Deputado Poubel, que deixou claro que o município terá que responder ao Ministério Público, mais essa possível transgressão.
Na tarde do sábado 22 de agosto, o secretário de comunicação de Maricá, enviou para a redação do jornal Barão de Inohan, o seguinte comunicado oficial:
Nota de esclarecimento sobre embarcações de fiscalização ambiental
A Prefeitura de Maricá comprou duas embarcações: uma destinada à fiscalização dentro das lagoas e outra se destina à fiscalização ambiental no mar para atuar na região costeira e nas Ilhas Maricá. Desde o início, a operação está prevista para ser feita pela Prefeitura em conjunto com Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Ocorre que, para esse tipo de embarcação marítima, a única doca seca disponível oferecida para a Prefeitura de Maricá foi esta de Niterói. Como ela é destinada à fiscalização no mar, este tipo de doca protege melhor a embarcação. Não há irregularidade porque sua utilização é em conjunto entre a Prefeitura e o Inea.
TUDO DENTRO DOS TRÂMITES
Sobre a denúncia a respeito da presença de uma embarcação da Prefeitura de Maricá em uma doca em Niterói, o município esclarece que não há qualquer irregularidade. As duas embarcações NomaDB foram adquiridas pela Prefeitura com o intuito de ajudar a fiscalização das lagoas de Maricá e de sua região costeira, o que inclui a área de proteção das Ilhas Maricás.
O investimento total do município foi de R$ 750 mil, incluídos aí os custos com os cascos, a instrumentação (exigida para tráfego marinho), o treinamento e certificação das tripulações e os quatro motores (cada um custa R$ 60 mil, ou seja 35% do valor total).
Uma das embarcações fica ancorada na lagoa do Boqueirão e já foi utilizada diversas vezes por equipes da Prefeitura e do Inea para medições e fiscalização de atividades no complexo lagunar.
A outra embarcação, para uso no mar, precisa ficar em uma doca seca, como todas as que são usadas em ambiente salino. Como o Inea utiliza mais na área marinha (o que estava previsto no convênio com a Prefeitura), optou-se por mante-la guardada em Niterói, em local apropriado para a preservação do casco.
As embarcações tem 24 pés de comprimento (cerca de 7,32 metros), 2,45 metros de largura, casco duplo e são pilotadas de um console central. Estão também dotadas de todos os equipamentos de navegação e comunicação exigidos por lei. Por serem destinadas a atividades de fiscalização que exigem deslocamentos rápidos e em condições nem sempre favoráveis (mar aberto), ambas possuem potentes motores Mercury de 150 hp, o que permite uma velocidade máxima de 44 nós (82 km/h). Seu casco do tipo catamarã é exatamente o indicado tanto para mar aberto quanto para superfícies com baixo calado, como é o caso do complexo lagunar de Maricá, bastante raso em alguns pontos. Graças a tal característica, as lanchas podem chegar a qualquer ponto das lagoas.
A lancha em questão está cedida ao Governo do Estado, através do Inea. O órgão está providenciando outro adesivamento para incluir as marcas do Governo do Estado já que a vaga no Yate Clube Jurujuba em Niterói é do instituto estadual.
Com essa nota, temos certeza que o assunto foi devidamente esclarecido e esperamos sim, ver em breve, o catamarã de Maricá, à serviço da parceria com o INEA.
Catamarã na lagoa do Boqueirão |