Uma proposta para instalar uma fábrica de conservas de peixe no bairro de Bambuí, em Maricá, está sendo desenvolvida com base em modelos internacionais. A ideia é transformar parte da produção pesqueira local em alimentos enlatados, com projeção de atingir até 5 milhões de unidades por ano. Para entender melhor o funcionamento desse tipo de indústria, representantes da prefeitura estiveram em Portugal visitando a fábrica da COMUR, referência no setor.
Segundo o governo municipal, a viagem teve como objetivo conhecer experiências bem-sucedidas que possam ser adaptadas à realidade da cidade. A futura unidade industrial faz parte de um plano para diversificar a economia local e ampliar a atuação da cadeia pesqueira, que já conta com iniciativas voltadas à criação de tilápias e camarões em sistemas sustentáveis.
Com base no modelo português, a expectativa é produzir diferentes tipos de pescado enlatado — muitos ainda inéditos nesse formato no Brasil — agregando valor à pesca e estimulando a geração de renda.
“A fábrica de conservas da COMUR, em Portugal, ressignificou o pescado, que é um produto tradicional do país. Eles conseguiram trazer mais renda para toda cadeia produtiva. É isso que buscamos com a implantação de uma indústria alimentícia em Maricá. Vamos industrializar o pescado da nossa região e distribuí-lo para todo o Brasil e mundo”, disse Marlos Costa, presidente da Companhia Maricá Alimentos (Biotec).
Segundo a prefeitura, o projeto prevê o enlatamento de peixes como tilápia, pirarucu, robalo, dourado, traíras, camarões e polvos, com a intenção de colocá-los à venda com a marca de Maricá. Também há a expectativa de comercialização internacional, incluindo espaços como o “O mundo fantástico das sardinhas”, tradicional loja portuguesa com franquia nos Estados Unidos. No entanto, ainda não há cronograma definido para o início da operação da fábrica.
“Nós vamos enlatar tilápia, camarão, siri, robalo, tainha, badejo, namorado… peixes da lagoa e do mar. Esse é o futuro da nossa pesca. A pesca chegou para avançar. Emprego e renda para a população de Maricá e o nome da cidade no topo. É o que buscamos”, afirmou Xandi de Bambuí, secretário de Pesca.
Apesar das projeções otimistas apresentadas pelos gestores, a proposta ainda precisa vencer uma série de etapas, como captação de recursos, licenciamento ambiental e definição da estrutura física e operacional da fábrica.
O sucesso do empreendimento dependerá do avanço dessas fases.