A maternidade tomou outro rumo, passou a ser mais humanizada, inclusive com o 'Lei Joaquim Darmont do Parto Humanizado' (que será votada ainda no mês de abril criada pelo vereador Julio Carolino) já sendo aplicada às parturientes que chegam as 39 semanas e passam a ter direitos de escolher o tipo de parto, inclusive cesariana, assinando um termo de responsabilidade junto com a equipe médica.
Mas infelizmente a partir de meados de janeiro de 2025, com um novo diretor, a maternidade retrocedeu e aquelas 'assassinas' afastadas, foram recontratadas, voltando a acontecer os problemas de antes e 08 de junho de 2024, inclusive com graves denúncias de um 'pseuda responsável pela enfermagem da maternidade' que trata mal as pacientes e destrata suas técnicas de enfermagem e enfermeiras fazendo assédio moral, psicológico e profissional, fato já denunciado pelo jornal Barão de Inohan e com a devida ciência da diretora de enfermagem que nos informou que uma reunião seria marcada, mas nossa reportagem está aguardando há quase um mês.
Para a felicidade de muitos, o diretor técnico anterior, Dr. Thiago Sugimotto, retornou ao seu cargo e nos informou que estará reestruturando tudo como era antes, inclusive demitindo NOVAMENTE as médicas que perpetram os atendimentos indevidos.
No domingo 20/4, o jornalista Pery Salgado (avô do pequeno Joaquim e que vem lutando para acabar a 'carnificina' na maternidade do Conde), soube de mais um caso de uma parturiente que com 39 semanas e fortes dores, foi mandada de volta para casa com instruções para voltar na quinta feira 24/4 para uma avaliação. Essa demora pode custar a vida de mais uma criança que com certeza já está em sofrimento, assim como sua mãe. O diretor técnico do hospital já foi acionado.
Mas o fato infelizmente é mais corriqueiro do que imaginamos, e não apenas no SUS, mas também em hospitais particulares, onde 'carniceiros' também são encontrados.
O Fantástico (programa da Rede Globo), exibiu matéria no domingo 20 de abril sobre várias denúncias contra a 'médica' Anna Beatriz Herief.
Mulheres relatam histórias de violência em partos realizados por médica influencer: 'Custou a vida do meu filho'
A médica obstetra Anna Beatriz Herief teve o registro profissional suspenso pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, por causa das denúncias feitas contra ela.
Uma médica obstetra teve o registro profissional suspenso pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, por causa das denúncias feitas por várias mulheres que alegam ter sofrido violência obstétrica durante o parto conduzido por ela. Anna Beatriz Herief prometia um parto humanizado, mas, de acordo com essas mães, o que aconteceu foi o oposto disso.
Anna Beatriz Herief, conhecida como Bia Herief, é médica obstetra e influencer com quase 250 mil seguidores nas redes sociais. Ela fez fama defendendo o parto humanizado e questionando a necessidade de cesariana em muitos casos. Com a doutora Beatriz, o parto pode custar mais de 20 mil reais, incluindo toda a equipe contratada por ela.
Muitas seguidoras viraram pacientes. Agora, algumas dizem que se tornaram vítimas da médica e da equipe comandada por ela. O Fantástico conversou com exclusividade com quatro mães que foram pacientes de Anna Beatriz Herief.
O que dizem as mães atendidas por Bia Herief
ISADORA
A Isadora é uma dessas mães. Ela, que também é médica, descobriu a doutora Beatriz nas redes sociais. Isadora suportou um trabalho de parto que durou cinco dias. E, quando recebeu o prontuário da maternidade, diz que se sentiu traída.
"Eu vi que ela tinha aplicado a ocitocina, que é um hormônio que aumenta, intensifica as contrações uterinas, sem o meu consentimento. Então, enquanto eu estava lá pedindo socorro, implorando para analgesia, dizendo que eu não aguentava mais, que eu queria uma cesariana, ela tava lá fazendo aquilo que estava intensificando as minhas dores", afirma Isadora, fato extremamente semelhante ao que acontece no Hospital Conde Modesto Leal em Maricá pelas 'carniceiras' recontratadas.
Anna Beatriz Herief recebeu a reportagem do Fantástico na sede do projeto que comanda, a Casa Pitanga, e negou essa e outras acusações. "Tudo que a gente vai fazer na paciente, encostar na paciente, inclusive no pré-natal, a gente pede consentimento para ela", afirmou.
ROBERTA
Roberta é nutricionista e também seguia a doutora Beatriz nas redes sociais. Depois de horas de trabalho de parto, o filho da Roberta acabou nascendo de cesariana. Mesmo assim, as dores que ela sentia continuaram e ainda pioraram: "Parece que a minha costela está quebrada, eu tinha dificuldade para respirar". Poucos dias depois, de volta ao hospital, uma tomografia revelou o que aconteceu durante a cirurgia. "Costuraram a minha artéria no meu ureter, né? Ureter é onde liga o rim à bexiga. Então, ali foi costurado. Eu sinto dores e são coisas que vou carregar pra sempre", afirma.
A defesa de Roberta contratou um perito médico, o obstetra Ivo Costa Júnior. Ele diz no parecer que a cesariana dela foi marcada por demora, duração atípica, significativa perda sanguínea, erro cirúrgico com lesão do ureter, falta de comunicação e indícios de negligência, imprudência e imperícia por parte da equipe médica.
LARISSA
A paciente Larissa teve uma gravidez de alto risco. Foi diagnosticada com pré-eclâmpsia, um tipo de hipertensão gestacional. O caso se tornou ainda mais grave porque o bebê também foi afetado. O trabalho de parto durou doze horas -- sem grande progresso nas últimas seis. A doutora Beatriz decidiu usar um aparelho para puxar o bebê, o vácuo-extrator.
O manual do aparelho e a literatura médica recomendam no máximo três tentativas de uso do vácuo-extrator. O prontuário do parto de Larissa mostra que as médicas tentaram sete vezes. "Eu não tentei sete vezes. Eu tentei três a quatro vezes, como dizem as diretrizes", diz a médica. Só quando os batimentos cardíacos do bebê diminuíram, ela decidiu fazer a cesariana.
"Ele nasceu morto, eu percebi que alguma coisa tinha dado terrivelmente errado, porque eu vi as médicas gritando pedindo adrenalina, iniciar uma manobra para ressuscitar ele", conta Larissa. Louie foi reanimado, mas depois de um nascimento tão traumático, o futuro do menino, que está com um ano, ainda é incerto.
BIANCA
Bianca é a quarta vítima. Tinha hipertensão e confiou na orientação da doutora Beatriz. Aconteceu o pior.
"Com 35 semanas, ela me mandou uma mensagem pelo WhatsApp no meio da tarde dizendo: 'eu tô afim de induzir seu parto hoje'", recorda Bianca. Ao dar entrada no hospital, Bianca recebeu a informação de que deveria passar pela UTI. Ela afirma que, nesse momento, foi orientada pela médica a mentir, para que não fosse encaminhada para a UTI.
Bianca mostrou a troca de mensagens à reportagem. A médica nega.
Bianca entrou na maternidade como uma paciente normal. Mas, durante o trabalho de parto, a equipe não conseguiu mais ouvir o coração do bebê. "Custou a vida do meu filho".
Consequências das denúncias
No ano passado, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro suspendeu a médica por seis meses. A interdição foi renovada na última terça-feira por mais seis meses, enquanto o processo de cassação do registro continua.
A Federação Nacional das Associações de Ginecologia e Obstetrícia enfatiza que o parto normal é o mais seguro e o mais recomendado na grande maioria dos casos, mas no parto humanizado do SUS, a paciente tem o direito de escolher como quer ter seu filho, inclusive fazendo uma cesariana.
E aqui em Maricá, estamos de olhos bem abertos!!!