Agressão a mulheres, vínculo com organização criminosa, entre outros. Veja os crimes mais cometidos por parlamentares
Na atual legislatura da Câmara dos Deputados (2023–2027), pelo menos 111 deputados federais — aproximadamente 21,6% dos 513 parlamentares — respondem a processos criminais na Justiça. Esses dados foram levantados pelo Congresso em Foco com base em consultas públicas a tribunais como o STF, STJ, TSE, TRFs e TJs estaduais.
Os crimes variam desde delitos relacionados ao exercício da função pública até crimes contra a honra e violência contra a mulher. Alguns exemplos incluem corrupção passiva, organização criminosa, incentivo a atos antidemocráticos, invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica, porte ilegal de arma de fogo, constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo e transfobia.
Entre os partidos com maior número de parlamentares investigados ou réus, destaca-se o PL (Partido Liberal), com 35 deputados com pendências judiciais, o que representa mais de um terço da bancada do partido na Câmara.
Enquanto isso, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) enfrenta um processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar. Em 9 de abril de 2025, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 13 votos a 5, o parecer que recomenda a cassação do mandato de Braga, relacionado a um incidente ocorrido em 16 de abril de 2024, no qual ele teria empurrado e chutado um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) após este ter proferido ofensas à sua mãe falecida. O processo ainda está em trâmite e cabe recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso o recurso seja rejeitado, a decisão final cabe ao plenário da Casa, onde são necessários ao menos 257 votos favoráveis para que o mandato seja cassado.
A situação de Braga contrasta com a de outros parlamentares que, mesmo respondendo a processos por crimes graves, mantêm seus mandatos. Isso levanta questionamentos sobre a equidade e os critérios adotados nos processos de cassação na Câmara dos Deputados.
E como bem lembrou o deputado federal Nikolas Ferreira na mesma Comissão de Ética: "E o deputado Quaquá que falou impropérios e deu um tapa na cara de um de seus pares, como ficará?"