segunda-feira, 17 de junho de 2019

Maia diz que demissão de Joaquim Levy do BNDES foi 'covardia sem precedentes' de Paulo Guedes

Presidente da Câmara criticou forma como Levy e diretor do banco, Marcos Pinto, foram 'queimados'


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta segunda-feira a forma como Joaquim Levy saiu da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Socia l (BNDES). O economista pediu demissão um dia após o presidente Jair Bolsonaro dizer que ele estava com a "cabeça a prêmio" .

— É uma pena o Brasil ter perdido dois quadros da qualidade de Joaquim Levy e Marcos Pinto da forma como eles foram retirados. Foi uma covardia sem precedentes. Não digo nem sobre o presidente, pois quem tem que segurar firme é quem nominou, e quem nominou foi o ministro da Economia — disse Maia, que participou, em São Paulo, de evento sobre compliance e democracia.

No mesmo evento, Maia disse que as recentes crises do governo Bolsonaro não vão impactar as agendas previstas para a aprovação das reformas da Previdência e Tributária no Congresso.


O advogado Marcos Pinto foi apontado por Bolsonaro como o motivo de sua irritação com Levy. Ele teria sido a indicação de Pinto para a diretoria de mercado de capitais , sem qualquer comunicação prévia de Levy à Presidência da República. Pinto foi chefe de gabinete de Demian Fiocca, quando ele foi presidente do BNDES, no governo Lula.

Segundo Maia, Pinto é um "dos melhores do Brasil" e seria importante na discussão de uma Economia mais voltada ao social.

— Eu queria que o Marcos Pinto fosse aproveitado em uma área com debate importante na economia com viés social. Ele é um dos melhores do Brasil. E uma pena que foi feito dessa forma. Não podemos tratar as pessoas desse jeito.

Por fim, o presidente da Câmara disse que "demitir faz parte da vida" e é um "direito do governo".


— Quer demitir, chama e demite. Ninguém é obrigado a ficar com nenhum servidor se deixou de ser desconfiança. Tratar quadros da qualidade dos dois dessa forma, eu achei muito ruim.