QUASE O DOBRO DA VERBA FEDERAL É LIBERADA PELA PREFEITURA DE MARICÁ PARA UM ESPETÁCULO QUE ACONTECERÁ EM BELO HORIZONTE (??????????)
EDITORIAL: Enquanto a população de Maricá enfrenta os velhos dilemas da vida real, falta de saneamento, saúde deficiente e uma cidade administrada para um futuro distante, já que no presente não há administração visível a gestão municipal parece mais empenhada em escrever roteiros de ficção do que resolver a dura realidade da população.
Desta vez, o palco da vez é o filme “Os Saltimbancos”, o espetáculo foi autorizado a captar R$ 2,7 milhões via Lei Rouanet, com um orçamento estimado de R$ 3 milhões.
Mas em Maricá, sob a caneta mágica do prefeito Washington Quaquá, esse valor saltou para generosos R$ 5.500.000,00 dinheiro público liberado como “patrocínio cultural” para um evento que nem sequer acontecerá na cidade, mas sim em Belo Horizonte (???).
Essa movimentação foi executada com a ajuda do presidente da Codemar, Celso Pansera, homem de confiança do prefeito e presença recorrente nas engrenagens governamentais em várias esferas.
Com vasta experiência no setor público, não há margem para ingenuidade: a liberação acima do teto autorizado pelo governo federal para montagem do espetáculo
e do orçamento previsto não parece erro, mas sim um cálculo premeditado daqueles que escapam do radar da legalidade, mas seguem sob o manto da formalidade.
E para dar o toque final nesse roteiro surreal, Quaquá apareceu em vídeo, a caminho do aeroporto, reforçando seu conhecido discurso emocional: o de que foi um menino pobre da favela, humilde, sofrido, e por isso tem um “olhar especial” para os menos favorecidos.
No vídeo, anunciou um “grande plano de futuro”: incentivar a população a plantar árvores, com promessa de retorno daqui a 15 anos.
Até lá, segundo a lógica implícita do governo, a população poderá se alimentar de esperança ou de capim e trabalhar como catadores de sucata, enquanto assiste de longe ao dinheiro da cidade financiar espetáculos em outros estados.
Mas nem todos estão dispostos a aplaudir de pé esse teatro do absurdo.
O vereador Ricardinho Netuno já anunciou que irá denunciar mais essa possível ilegalidade, destacando o claro desvio de finalidade e a falta de benefício direto à cidade.
Agora, resta saber se essa denúncia vai parar na já conhecida “gaveta do esquecimento” do Ministério Público, ou se finalmente o fiscal da lei vai levantar da poltrona, e entrar em cena para interromper essa verdadeira tsunami de crimes disfarçados de administração.
A dinâmica operacional é uma só tendo como objetivo o FUNDO SOBERANO!!!
Ricardo Cantarelle é jornalista e radialista, diretor da TVC - TV Copacabana web