segunda-feira, 14 de julho de 2025

CARTA ABERTA AO POVO DE MARICÁ: Por um futuro onde ninguém seja deixado para trás

Por um futuro onde ninguém seja deixado para trás 

"Hoje, não pedimos favor. Pedimos respeito."

Maricá, Julho de 2025


Nós, moradores da cidade de Maricá, escrevemos estas linhas com as mãos calejadas pela espera e os olhos abertos pela realidade. Não somos agitadores, nem aventureiros. Somos trabalhadores, mães, pais, filhos e filhas que lutam todos os dias para manter acesa a luz de casa e o pão sobre a mesa.

Por muito tempo, ouvimos que Maricá era exemplo de justiça social. Que aqui, diferente do resto do país, o povo estava no orçamento de verdade.

Acreditamos nisso por um tempo. Apoiamos firme. Construímos isso com nossa presença nas URNAS, nas ruas, nos bairros esquecidos por décadas.

Mas hoje, o silêncio ensurdecedor do poder ecoa mais alto do que qualquer discurso.

O corte repentino da Moeda Mumbuca não é apenas uma falha grave de gestão. É um ataque direto à dignidade dos que mais precisam.

Sem aviso. Sem diálogo. Sem humanidade nenhuma. Como se o sofrimento alheio não valesse absolutamente nada.

E não estamos falando só de um dos cartões  bloqueados. 

Estamos falando de uma cidade onde inúmeras  obras estão paradas, os postos de saúde não funcionam, profissionais queridos demitidos o tempo todo, e os sorrisos só aparecem nas redes sociais dos que viajam MUITO com dinheiro público.

Estamos falando de um modelo onde quem fala a verdade perde o emprego, e quem se curva ao jogo sujo é promovido a cargos altos, mesmo sem preparo, sem estudo, sem compromisso nenhum com o povo. É protegido quão melhor for a sua lealdade.

Tudo isso acontece enquanto as prioridades se distorcem, e o básico — água, luz, asfalto durável, comida de qualidade, transporte eficiente, escola de verdade, saúde séria (até pra quem não é VIP) — vira luxo para quem vive na periferia.

Hoje, não pedimos favor. Pedimos respeito.

E quando percebemos que não há escuta, a rua fala por si. 

Chamo cada morador, cada trabalhadora, cada jovem que já entendeu que não existe justiça onde há privilégios doidos e o silêncio medroso (ou cúmplice), a se juntar nessa luta.

Não é uma luta por um cartão.

É uma luta por um futuro onde ninguém precise de esmola para viver com dignidade.

Maricá não pertence aos gabinetes. Não pertence à política suja desse povo.

Maricá é feita de gente. Gente que trabalha, que cuida, que ama, que resiste.

Se quiserem seguir ignorando a nossa existência, que o façam por conta e risco.

Porque o povo que acorda já não volta mais a dormir.

Anônimo Angustiado