O atual prefeito Washington Quaquá demonstra, com suas ações e omissões, um total desprezo pela população de Itaipuaçu – distrito que, historicamente, resistiu à sua influência política. Sua gestão atual parece mais movida por ressentimentos do que por compromisso com o bem-estar coletivo. Não é exagero dizer que, hoje, vivemos sob um regime de retaliação política que condena milhares de cidadãos ao abandono, ao sofrimento e, em muitos casos, à fome.
Uma das atitudes mais cruéis tem sido a interrupção deliberada de programas de assistência básica, como os cartões de benefício social que atendem famílias em situação de extrema vulnerabilidade. Esses cartões, criados pela própria prefeitura, são a única fonte de sustento para muitos lares onde vivem crianças, idosos e pessoas com deficiência. Quando esses auxílios deixam de ser recarregados ou4 são simplesmente cancelados, estamos falando de pais e mães que não têm como colocar comida na mesa. Isso não é apenas má gestão: é desumanidade institucionalizada.
Além do corte de benefícios sociais, Quaquá trata Itaipuaçu como território inimigo. Sua antipatia pela região é antiga, e não se esconde. Durante muito tempo, teve seu projeto político rejeitado pela população local. Só conseguiu fincar os pés no distrito depois que o inchaço populacional provocado por sua política de contratação indiscriminada trouxe para cá milhares de pessoas alheias à história e às lutas locais — empregados importados de outras cidades, vinculados a empresas terceirizadas contratadas pela prefeitura, muitos dos quais foram usados como massa de manobra eleitoral.
Essa transformação forçada desfigurou Itaipuaçu. Hoje, os moradores antigos não reconhecem mais seu bairro, tomado por um adensamento urbano desordenado, sem infraestrutura adequada, sem escolas suficientes, sem saúde pública decente, com mobilidade precária e — talvez o mais doloroso — sem representação política verdadeira.
Nas obras prometidas para o Jardim Atlântico — como as de saneamento básico, águas pluviais e redes de abastecimento — o que se vê são buracos abertos, ruas abandonadas, crateras perigosas e lama. A população convive com poeira, esgoto exposto e o constante risco de acidentes, enquanto a prefeitura finge não enxergar a tragédia.
Itaipuaçu precisa de respeito, e não de megalomania. Nos delírios faraônicos do senhor Quaquá — que sonha alto com monumentos, festivais, e legados pessoais — o básico fica de fora. Itaipuaçu não precisa de obras mirabolantes para inglês ver. Precisa de ruas transitáveis, escolas funcionando, saúde que funcione e comida na mesa dos mais pobres.
O povo de Itaipuaçu resistiu no passado e saberá resistir de4 novo. Mas não podemos normalizar a vingança política, nem o desmonte do cuidado social. É hora de levantar a voz contra o descaso, contra a crueldade travestida de governo, e contra aqueles que se alimentam da miséria para manter seus currais eleitorais.
Quaquá, com sua prepotência e arrogância, pode até ter ocupado o poder, mas jamais terá o respeito dos que conhecem sua história — E SUAS INTENÇÕES!!!
Amaro Barros é morador de Itaipuaçu, apaixonado por Maricá, radialista e jornalista.