quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Núcleo Maricá comemora o Dia Nacional dos Ostomizados na Casa da Terceira Idade


 A secretaria de Saúde com o apoio da secretaria de Políticas para a Terceira Idade, promoveu na sexta-feira (18/11) na Casa da Terceira Idade, uma palestra em alusão ao Dia Nacional dos Ostomizados celebrado no dia 16/11.


O secretário de Politicas para a Terceira Idade - Tatai do Sacolão - disse estar muito contente em receber o Núcleo dos Ostomizados na casa da Terceira Idade sempre colocando o espaço à disposição para quaisquer outros eventos ou encontros.

Organizado todos os anos pela coordenadora do núcleo de ostomizados - Enfermeira Elaine Souza, o encontro tem o objetivo de divulgar informações que contribuam para combater o preconceito contra as pessoas que realizaram o procedimento da ostomia, feito para construir um novo caminho para eliminação de urina e fezes.

“As políticas públicas passaram a ser implantadas a partir da Lei 11.526 de 2007, projeto apresentado ao Congresso pela Associação Brasileira dos Ostomizados. A ostomia é um procedimento de manutenção das funções excretoras do organismo, através de bolsa de fezes e/ou urina. Acontece depois de cirurgia em pacientes com obstrução do intestino, provocada por câncer, diverticulite, reto colite ulcerativa e traumas, como acidentes, ferimento por arma de fogo, arma branca, e outros” destacou a coordenadora do Núcleo de Ostomizados de Maricá, Elaine Souza.


IMPLANTAÇÃO, A DEPENDÊNCIA DE ITABORAI E A CRIAÇÃO DO NÚCLEO INDEPENDENTE DE MARICÁ

Em Maricá, o Núcleo foi implantado em julho de 2014, mas os pacientes eram atendidos em Itaboraí através de visitas semanais ou mensais. Em 2018, Maricá foi desligada no núcleo de Itaboraí, passando a ter vida própria, onde a equipe agora mais do que nunca, faz um trabalho de excelência. Além de Elaine, o núcleo conta com a Assistente Social Lúcia Vianna e uma secretária.

"Cadastramos até agora 300 pacientes, sendo que, atualmente, o núcleo atende a 134 pessoas. Só em outubro, recebemos 11 novos pacientes. Ensinamos ao acompanhante ou ao próprio paciente a fazer a manutenção, como recortar e trocar a bolsa, quanto tempo de uso, a fazer curativos, higienizar. 

A revisão é regular, agendada pelo médico. O setor dispensa 10 bolsas mensalmente a cada paciente", informou Elaine. "Se houver necessidade extra, concedemos mais uma. Além do atendimento médico, o acolhimento e a humanização são diferenciais positivos no atendimento”, completou a coordenadora.

DEPOIMENTOS

Celi Jambeiro da Silva (75), que participou da palestra deu seu depoimento sobre o uso da “bolsa”. “Há 19 anos, fui operada de uma diverticulite (normalmente afeta o intestino grosso) e desencorajada por um médico. Fui operada e estou aqui. Lógico que temos limites de alimentação, mas às vezes fugimos do controle. Outro dia fui a uma festa familiar: dancei, comi e brinquei bastante. Nem a idade nem a saúde me proíbem de aproveitar a vida”, disse.

Já Erika Franco (43) foi ao encontro de roupa fitness (tinha acabado de vir da academia). Com a barriga trincada e corpo de manequim (pela altura e biotipo), é um exemplo de que o ostomizado pode sim ter uma vida normal: "estou ostomizada há 14 anos e tenho uma vida normal, vou à academia todos os dias e adoro pedalar" declarou.

Quem também deu seu depoimento foi o jornalista Pery Salgado (62), ostomizado desde 11 de novembro de 2020 quando fez a primeira cirurgia no Conde Modesto Leal, após seu intestino parar de funcionar a princípio por suspeita de câncer devido a "suposto" enorme tumor próximo a bexiga. Uma segunda cirurgia de quase 7 horas no Hospital Regional Darcy Vargas em Rio Bonito (referência no tratamento oncológico) para a retirada do enorme tumor (cerca de 1,2kg) confirmou após a biopsia que se tratava de uma diverticulite.

Pery falou do ostomizado, como um dos deficientes invisíveis, citando inclusive o exemplo de Erika, e falou do sufoco e de falta de vida social pelo fato que pelo estoma, não há nenhum tipo de controle corporal na eliminação de fezes. Disse também da dificuldade que os ostomizados passam por não encontrarem banheiros adaptados minimamente com uma ducha e deu como exemplo o próprio hospital municipal em São José do Imbassai, onde pode constatar pessoalmente no procedimento para um exame de colonoscopia, que no hospital que afirmou ser de 1º mundo, não encontrou uma simples ducha higiênica no banheiro, embora no mesmo tivesse local para a colocação da ducha.

O jornalista solicitou à coordenadora do núcleo que conseguisse a listagem dos 134 atendidos para ser levado ao presidente da câmara de Maricá - Aldair de Linda - para que um projeto de lei venha a ser feito exigindo banheiros adaptados em toda Maricá. Aproveitou para parabenizar e afirmar a excelência do trabalho realizado por Elaine e Lúcia dentro do núcleo, localizado no CDT (centro de diagnósticos e tratamentos) no bairro Boa Vista.

PRESENÇAS

Após os depoimentos, Elaine chamou os representantes das marcas de fornecedores de bolsas e produtos para ostomizados. 


Estiveram presentes Aline Rodrigues da Coloplast, Carla e Cintia da Holister, Priscilla e Monique do Laboratório B. Braun e Cintia da Convatech.

Além da equipe do Núcleo, marcaram presença no evento o coordenador do Centro de Diagnóstico e Tratamento, Edvaldo Baldow, o secretário da Terceira Idade - Tatai do Sacolão e a assessora da Casa da Terceira Idade, Sandra Maia. 

O encontro foi todo organizado pela coordenadora do Núcleo, Elaine Souza e contou com um magnífico café da manhã servido após a palestra.