Morre jornalista William Fernandes de Moraes Filho, proprietário da tradicional Revista Corujinha
Mais uma morte de jornalista em Maricá em circunstâncias minimamente estranhas. Morreu na noite da quarta-feira, 05 de abril , no Hospital Municipal de São José do Imbassai, o jornalista William Fernandes de Moraes Filho (41). William era filho do criador da revista Corujinha William Fernandes e no final da década de 90, passou a ajudar diretamente seu pai na gráfica e na área comercial da Revista Corujinha, primeira revista de Maricá.
A Revista Corujinha que nos primeiros anos circulava apenas em Itaipuaçu, começou a crescer devido aos seus classificados, onde empresas da região anunciavam seus produtos e serviços. Na revista, reportagens de cunho nacional, internacional e local, além de curiosidades, poesias e a página de humor fizeram com que a revista que inicialmente circulava com 8 a 12 páginas mensalmente, começasse a crescer e conquistar outros bairros de Maricá.
Seu período áureo aconteceu quando Willian Filho foi para as ruas conquistar novos anunciantes e passou a comandar diretamente a revista na primeira década dos anos 2000. A revista pioneira em Maricá também em catálogo de lojas, chegou a circular com mais de 48 páginas e ter grandes anunciantes.
Com a chegada de novos concorrentes, a Corujinha foi perdendo tamanho mas nunca seu espaço. A distribuição da revista sempre foi gratuita e sobrevivia dos seus anunciantes há quase 24 anos. Nos cinco últimos anos, a revista passou a ser bimestral e no último ano, trimestral.
Para conquistar novos espaços e leitores, a revista também passou a ser porta-voz para os moradores (principalmente de Itaipuaçu) insatisfeitos com as autoridades políticas, onde nas suas edições impressas, eram cobrados resultados do poder público e de empresas prestadores de serviço público. Várias foram as denúncias feitas e divulgadas na revista, que trabalhava em prol da população mas que não agradava àqueles que eram cobrados.
A revista Corujinha fez história em uma época não havia o fácil acesso à internet e as redes sociais, trazendo para Maricá um novo tipo de visualização para o comerciante e um novo atrativo para os moradores e leitores. Na época, existiam em Maricá apenas jornais impressos: COSTA DO SOL, COSTA VERDE, A VOZ DE MARICÁ e A HORA circulando em todo o município, e os jornais EXATO, ONDAS e A TOCHA circulando em Itaipuaçu.
MORTE SUSPEITA
Segundo informações William Filho foi encontrado em meados de março (em local não divulgado) desacordado e com várias lesões no rosto e corpo. Ele deu entrada no Hospital Municipal de São José do Imbassai e ficou internado por cerca de 15 dias. Seu quadro era bastante instável e o jovem jornalista não resistiu e morrendo na Unidade Hospitalar.
A redação do jornal Barão de Inohan desde o conhecimento de sua morte tenta entrar em contato com a família e com as pessoas com as quais trabalhava, sem nenhum sucesso. Todos os telefones ou estão desligados ou a operadora informa que o número não existe.
O Facebook da revista está inoperante desde o 2º semestre de 2021 e o Instagram foi desativado. No seu Facebook pessoal, sua última postagem foi sobre a morte da também jornalista Glória Maria em 02 de fevereiro. Atualmente, Willian trabalha com suas irmãs da confecção da revista. Willian desde o falecimento da sua mãe em 2021, entrou em forte depressão.
Esta é a terceira morte suspeita de um profissional da imprensa de Maricá, e esperamos que diferentemente das duas anteriores (Robson Giorno proprietário do Jornal O Maricá e de Romário Barros, jornalista proprietário do LSM) esta morte seja logo desvendada.
O caso foi registrado na Delegacia de Maricá (82ª DP) e o jornal Barão de Inohan estará com o delegado titular da unidade policial para saber mais detalhes sobre o lamentável fato.